E R I C R. K A N D E L Em busca da memória O nascimento de uma nova ciência da mente Tradução Rejane Rubino 1ª reimpressão Copyright © 2006 by Eric R. Kandel Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, que entrou em vigor no Brasil em 2009. Título original In search of memory: the emergence of a new science of mind Capa Mariana Newlands Revisão técnico-científica Silvia Helena Cardoso, Doutora em ciências pela USP e pós-outora em neurociências pela Universidade da Califórnia. Fundadora e diretora do Centro de Teleneurociências do Instituto Edumed. Preparação Cacilda Guerra Índice remissivo Luciano Marchiori Revisão Márcia Moura Angela das Neves Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Kandel, Eric R. Em busca da memória: o nascimento de uma nova ciência da mente/Eric R. Kandel ; tradução Rejane Rubino . - São Paulo Companhia das Letras, 2009. Título original: In search of memory: the emergence of a new science of mind ISBN 978-85-359-1543-3 1. Kandel, Eric 2. Memórias 3. Neurobiologia 4. Neurologistas - Estados Unidos - Biografia 5. Prêmio Nobel 6. Transdução de sinal celular 1. Título. [2010] Todos os direitos desta edição reservados à EDITORA SCHWARCZ LTDA. Rua Bandeira Paulista, 702, cj. 32 04532-002 - São Paulo - SP Telefone (n) 3707-3500 Fax (n) 3707-3501 Para Denise Sumário Prefácio PARTE I 1. A memória pessoal e a biologia do armazenamento da memória 2. Infância em Viena. 3. Uma educação americana PARTE II 4. Uma célula por vez 5. Fala a célula nervosa 6. Conversações entre as células nervosas 7. Sistemas neuronais simples e complexos 8. Para diferentes tipos de memória, diferentes regiões do cérebro 9. Em busca de um sistema ideal para estudar a memória 10. Análogos neurais da aprendizagem PARTE III 11. Fortalecendo as conexões sinápticas. 12. Um centro para o estudo da neurobiologia e do comportament 13. Mesmo os comportamentos simples podem ser modificados pela aprendizagem 14. Experiência modifica as sinapses 15. Os fundamentos biológicos da individualidade 16. As moléculas e a memória de curto prazo 17. A memória de longo prazo 18. Os genes da memória 19. O diálogo entre os genes e as sinapses PARTE IV 20. Retornando à memória complexa 22. As sinapses também guardam nossas mais caras lembranças 23. A imagem cerebral do mundo externo 24. É preciso prestar atenção! PARTE V 25. Uma pilulazinha vermelha 26. Ratos, homens e doenças mentais 27. Um novo modo de tratar a doença mental 28. A biologia e o renascimento do pensamento psicanalítico 29. A consciência PARTE VI 29. Redescobrindo Viena via Estocolmo 30. Aprendendo com a memória: perspectivas Glossário Notas e fontes Agradecimentos Créditos das imagens Prefácio Compreender a mente humana em termos biológicos tornou-se o principal desafio da ciência no século XXI. Queremos compreender a natureza biológica da percepção, da aprendizagem, da memória, do pensamento, da consciência, e os limites do livre-arbítrio. Algumas poucas décadas atrás, parecia impensável que os biólogos pudessem um dia se encontrar em posição de explorar esses processos mentais. Antes da metade do século XX, a ideia de que a mente, o mais complexo conjunto de processos existente no universo, pudesse revelar seus mais profundos segredos à análise biológica, e que isso pudesse ser feito no nível molecular, nem sequer podia ser considerada seriamente. Os avanços espetaculares da biologia durante os últimos cinquenta anos tornaram isso possível. A descoberta da estrutura do DNA por James Watson e Francis Crick, em 1953, revolucionou a biologia, fornecendo-lhe o arcabouço intelectual para a compreensão do modo como a informação genética controla o funcionamento da célula. Essa descoberta possibilitou um entendimento fundamental da maneira como os genes são regulados, do processo pelo qual eles originam as proteínas que determinam o funcionamento das células e do modo como o desenvolvimento liga e desliga os genes e as proteínas para determinar o plano corporal de um organismo. Com essas conquistas extraordinárias, a biologia assumiu uma posição central na constelação das ciências, equivalente à da física e da química. Imbuída de novos conhecimentos e de uma nova confiança em si mesma, a biologia voltou a atenção para seu objetivo mais grandioso: a compreensão da natureza biológica da mente humana. Esse empreendimento, que durante longo tempo foi considerado pré-científico, vem se desenvolvendo a pleno vapor. Na realidade, quando os estudiosos da história intelectual voltarem sua atenção para as duas últimas décadas do século XX, é bem provável que comentem o fato surpreendente de que as descobertas mais valiosas em relação à mente humana que vieram à tona nesse período não se originaram nas disciplinas tradicionalmente relacionadas à mente - a filosofia, a psicologia ou a psicanálise. Elas resultaram da fusão dessas disciplinas com a biologia do cérebro, uma nova síntese impulsionada recentemente pelas
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