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Edouard Manet PDF

156 Pages·2016·7.2 MB·Portuguese
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Compilação de Paulo Victorino Traduzido da Wlkiipedia em francês, inglês e espanhol, com apoio de várias outras fontes, entre elas, a Britannica Escolar > http://escola.britannica.com.br/ Edouard Manet Vida, paixão e morte 1832-1883 Édouard Manet nasceu no dia 23 de janeiro de 1832, em Paris, na França, e faleceu na mesma cidade, em 30 de abril de 1883, aos 52 anos. Aos sete anos, começou a estudar francês e os autores clássicos da literatura. Dos 12 aos 16 anos, foi interno de um colégio, mas só se interessava pelo curso especial de desenho oferecido pela escola, considerando enfadonhas as outras matérias. Seu pai queria que ele se formasse em direito, mas Édouard queria ser pintor. Como o pai não lhe deu permissão para isso, embarcou, aos 16 anos, em um navio de carga, como aprendiz de piloto. Na volta à França, em junho de 1849, foi reprovado no exame de admissão ao colégio naval e seu pai (dos males, o menor), finalmente, permitiu-lhe tornar-se pintor. Com 18 anos, Manet ingressou num estúdio de pintura clássica e conheceu o revolucionário poeta Charles Baudelaire, que o inspirou a pintar o Concerto no Jardim de Tuilleries (1862). Essa obra foi criada ao ar livre, sob os olhares dos transeuntes, curiosos de ver um pintor, vestido com elegância, montar seu cavalete e trabalhar em público. Pintar ao ar livre não era comum e só se tornou possível com a revolução industrial, que passou a fornecer, já prontas, tintas em pequenas bisnagas, facilitando o transporte até o local da cena a ser captada. - 002 - Concerto no Jardim de Tuilleries (detalhe) Em 1863, Manet casou-se com a holandesa Suzanne Leenhoff. No mesmo ano, o júri do principal Salão de Arte da França rejeitou seu quadro Déjeuner sur l’herbe (Almoço na relva), obra de técnica totalmente revolucionária. A pintura teve de ser exposta no Salão dos Recusados, criado para exibir obras rejeitadas pelo salão oficial. Os críticos sentiram-se ofendidos porque o quadro mostrava uma mulher nua em companhia de dois jovens em trajes formais. Eles também se aborreceram pela forma como essas figuras eram apresentadas, em uma luz sombria e impessoal, num ambiente florestal pouco realista (e o realismo era o estilo vigente). Tudo isso era novidade na pintura da época. Ao mesmo tempo, porém, o quadro despertou o entusiasmo dos jovens pintores que, mais tarde, formaram o núcleo do chamado grupo impressionista “Almoço na relva” (detalhe) - 003 - No Salão de 1865, sua pintura Olympia (1863) provocou mais escândalo ainda. Nela, uma mulher nua, reclinada, olha desafiadoramente para o público. Quando várias de suas obras foram rejeitadas para a Exposição Universal de 1867, Manet, ao lado do pintor Gustave Courbet (1819-1877) pioneiro do realismo francês, que tivera a mesma ideia, montou uma barraca na esquina de uma avenida de Paris. Lá expôs cinquenta obras, que também não tiveram boa aceitação, mas um jovem romancista, Émile Zola (pronúncia: zolá), ficou muito impressionado com o novo estilo da pintura de Manet. Ele escreveu um artigo longo e corajoso numa revista, fazendo muitos elogios aos seus quadros. Zola viu Manet como o representante de todos os artistas inovadores que desagradam a opinião pública e os públicos, mas que no fim são reconhecidos como realmente importantes. Manet expressou sua gratidão pintando um retrato de Zola, exposto no Salão de 1868. Durante a guerra franco-prussiana (1870-1871), Manet serviu como tenente na Guarda Nacional e testemunhou o cerco de Paris. A revolta popular chamada Comuna de Paris (1871) lhe inspirou várias pinturas, e, pela primeira vez, ele conseguiu vender um grande conjunto de quadros. O ano de 1874 também foi notável, especialmente pelo desenvolvimento da amizade de Manet com o jovem pintor impressionista Claude Monet. Os dois pintavam juntos às margens do rio Sena, em Paris. Édouard Manet, mais velho e experiente. Claude Monet, bem mais jovem, mas com ideias inovadoreas. - 004 – Émile Zola pintado por Manet Em 1880, Manet estava com problemas de circulação, afetando principalmente as pernas e evoluindo para uma infecção generalizada (septicemia). Em 1881, com a doença progredindo em ritmo alarmante, mandou alguns quadros para uma importante exposição de arte francesa realizada em Londres. Em 6 de abril de 1883, sua perna esquerda teve que ser amputada. Manet não se recuperou da cirurgia e morreu no fim do mês, em Paris. No ano seguinte, em janeiro, uma exposição póstuma das pinturas de Manet foi realizada na Escola de Belas-Artes, em Paris. Fiel à sua admiração pelo artista, Zola escreveu o prefácio ao catálogo da exposição. Depois dessa homenagem, bem aceita pelos críticos, as pinturas de Édouard Manet começaram a se destacar. Antes tarde do que nunca... - 005 - O marinheiro deslumbrado e a Baía da Guanabara Aos 12 anos, Édouard foi enviado ao colégio Rollin (hoje liceu Jacques Decour), perto de Montmartre. O desempenho de Édouard foi, no entanto, decepcionante, pois, o que lhe faltava em aplicação, sobrava em insolência. Se, nessa idade, não tinha ainda certeza do que queria em relação ao futuro, uma coisa tinha certeza: ele não queria o ensino tradicional dos bancos escolares, achando enfadonho frequentar aulas e seguir o roteiro traçado por seus mestres. Clair de lune sur le port de Boulogne (1869), detalhe - 006 – A escola só se tornava suportável por causa das aulas de desenho, mas seu pai já descartara de vez, a possibilidade de o filho seguir a carreira das artes, pretendendo fazê-lo um advogado de prestígio, ou pelo menos um advogado que exercesse a profissão o suficiente para tocar sua vida. Isso era tudo o que Edouard não queria. Descartada a pintura, Edouard manifestou sua segunda opção que era a de ingressar na marinha e, a contragosto, a família permitiu que ele tentasse a experiência. A despeito de ser recusado na escola naval, pelo pouco aproveitamento que tivera no ensino convencional, conseguiu engajar-se como aprendiz no navio escola “Le Havre et Guadaloupe”, que saíra da França para atravessar o Atlântico, tendo, em sua rota, uma ancoragem na Baía da Guanabara. “Le Départ du vapeur de Folkestone” (1869), detalhe Esta viagem começou em 9 de dezembro de 1848, quando Manet tinha 16 anos mas a presença de poucos dias no Brasil influiu em seu destino, encantado que estava com a beleza da paisagem na Guanabara, o encanto das mulheres brasileiras, com as quais teve um breve contato, e – o outro lado da lua – a visão cruel da escravidão, que o levou a formar uma opinião anti-escravista, ainda que não estava ao seu alcance mudar o status, que era consequência de uma sociedade conivente e um conceito econômico que dependia do braço escravo para sobreviver. Manet ainda faria algumas tentativas, todas elas frustradas, para entrar na Academia Naval. Então, diante do irremediável, a família acabou concordando em que ele voltasse toda sua atenção para a pintura, cujo talento era incontestável, demonstrado pelos vários esboços que fez em sua curta permanência no Brasil e em outros lugares onde o navio escola ancorou. - 007 - “Le Combat du Kearsarge et de l'Alabama” (1865) (detalhe) Parece pouco, mas não é. Das experiências vividas na breve passagem pelo território brasileiro, surgiria, mais tarde, inspiração para outros quadros pintados na França, retratando paisagens marinhas, como “Clair de lune sur le port de Boulogne” (Luar sobre o porto de Bolonha), 1869 [pg. 005], e “Le Départ du vapeur de Folkestone” (A partida do vapor de Folkestone), pintado também em 1869 [pg. 006]. E sua viagem marinhista inspirou outras obras, como “Le Combat du Kearsarge et de l'Alabama” (1865) (acima) ou “L'Évasion de Rochefort” (1881) (detalhe abaixo). - 008 - Foi no Brasil que ele desenvolveu um certo gosto pelo exótico, pelas mulheres, e foi a visão das ruas do Rio de Janeiro que o fez desenvolver uma repulsa ao escravismo. Marcou-o, também, e muito, a luminosidade da baia de Guanabara que haveria de deixar traços marcantes na sua maneira de pintar. “Vue de mer, temps calme”, (1864-65). Vindo de classe média, que tinha recursos e incentivava a cultura geral, com certeza, Manet já tomara contato, anteriormente ao navio-escola, com as pranchas de Debret sobre usos e costumes do Brasil, mas o contato direto com a realidade trouxe um impacto que influiu sobre sua vida. Mas é só. O Manet marinheiro foi só um episódio. Uma vez consolidado na pintura, ele sempre preferiu a terra firme, tanto nas paisagens quando na arte. E não titubeou, quando o objetivo era escandalizar, rompendo coma pintura convencional para mostrar um novo estilo pitoresco. Edouard Manet foi ele próprio, sem disfarces, nem rebusques. Mestre que era, auxiliou e muito no desenvolvimento do Impressionismo mas ele mesmo se fixava no Realismo, recusando-se a participar das exposições impressionistas. Sua presença entre os inovadores da impressão, todos muito mais jovens que ele, foi, não obstante, a amálgama que sustentou o Impressionismo como movimento. Com sua morte, em 1883, o grupo se dispersou, seguindo cada um, seu próprio caminho. - 009 – Pelos caminhos da vida É proveitoso analisar o interesse dos pintores impressionistas pelas gravuras japonesas do período Edo. Libertas de qualquer preconceito, elas desconhecem os parâmetros rígidos da arte renascentista, até porque o Japão, assim como a China viveram, por séculos, afastados da arte ocidental, criando um mundo próprio de desenvolvimento, alheio ao Ocidente. Sem compromissos com a pintura clássica, criaram sua própria concepção da arte, gravando sobre madeira (xilogravura) e fazendo a impressão rudimentar em branco e preto. Essas gravuras eram, depois, entregues a coloristas, que lhes davam o acabamento final, uma a uma, deixando-as prontas para a venda. “Gueixa”, releitura em crayon - 010 – “Mulher com sombrinha” de Manet,detalhe, Note a semelhança com as estampas japonesas) O Período Edo foi de 1573 a 1603 e, em certo sentido, serviu para balizar a arte no extremo asiático. Livres e descompromissados, os artistas da época ignoravam regras elementares do classicismo, como os princípios de perspectiva, a distribuição dos elementos na paisagem e nas figuras e, sobretudo, a aplicação das cores, feita de forma livre e aparentemente (só aparentemente), sem regras de qualquer espécie. Tudo isso fascinou os pintores impressionistas, que acabavam de romper com a Academia, buscando uma nova forma de expressão em que as formalidades técnicas tradicionais eram postas de lado e o que buscavam era a impressão contida na pintura, mais que a forma tão perseguida pelos pintores da Renascença.

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cruel da escravidão, que o levou a formar uma opinião anti-escravista, ainda que não estava ao “Les Bulles de savon” de Jean-Siméon Chardin
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