Conta Capa: Domínios da História é obra coletiva, voltada para o amplo público de professores e alunos de pós-graduação em história, podendo interessar ainda aos que atuam nas demais áreas das chamadas ciências sociais, bem como aos docentes vinculados ao ensino médio. Com o objetivo de traçar um panorama atualizado dos vários campos de investigação da história, o livro expõe os principais conceitos e as polêmicas que se fizeram presentes na história das disciplinas e da pesquisa, com ênfase na discussão sobre a questão dos paradigmas. Na primeira parte, “Territórios do historiador”, o leitor encontra um mapeamento dos grandes campos da história: a econômica, a social, a política, a das idéias, a das mentalidades e a cultural. Na segunda parte, “Campos de investigação e linhas de pesquisa”, o foco se desloca para campos mais específicos, por vezes micro-históricos, que levam em conta fatores econômicos e sociais, a exemplo da história agrária e da história urbana e empresarial, ou que se acham vinculados ao imaginário e à vida quotidiana: a família, a vida privada, as mulheres, a sexualidade, a etnia, as religiosidades, a história das paisagens. Na terceira parte, “Modelos teóricos e novos instrumentos metodológicos”, o livro apresenta uma seção metodológica. Contém orientação sobre como pensar em modelos teóricos, expõe novos métodos de análise textual (semântica e semiótica), novas fontes para o trabalho do historiador (o cinema e a fotografia), e contempla as relações cada vez mais estreitas entre história e informática. Domínios da História é obra de referencia importante para todos os estudiosos e profissionais da história, indicando caminhos e dilemas atuais do saber historiográfico. Orelha: O panorama dos estudos históricos, neste final do século XX, revela-se muito mais vasto se o compararmos com o fin de siècle anterior. Além disso, é tão variado a ponto de em muitas de suas esquinas embuçar-se a contradição. Por exemplo, se um historiador da cultura profundamente imbuído da crítica à quantificação assistir a um grande congresso internacional de história econômica — e eles continuam existindo e são cada vez maiores — constatará que os historiadores econômicos quantificam de forma sistemática. E se aquele historiador participar de outra reunião científica, desta vez na área da demografia histórica, perceberá que, apesar de tudo o que se costuma dizer acerca das virtudes da hermenêutica e da “descrição densa”, da necessidade de manter os conceitos colados à descrição de casos que são sempre singulares, em contraste com a proclamada impossibilidade da explicação em história, os historiadores demógrafos continuam teimosamente apegados à generalização e a modelos matemáticos a que atribuem virtudes explicativas e mesmo preditivas. Ao mesmo tempo, não há como negar que numerosas posições defendidas tranquilamente há alguns anos por marxistas e partidários dos Annales “da primeira e segunda gerações” tornaram-se impossíveis de sustentar ou, pelo menos, muito minoritárias entre os historiadores. Se um intelectual que foi marxista famoso e coerente, como Maurice Godelier, demonstra com argumentos fortes que “o ideal” e “o material” não são elementos de uma boa descrição topológica das sociedades humanas, não fica difícil continuar a falar de “base” e “superestrutura”, por exemplo? Este não é um livro “missionário”, um “combate pela verdadeira fé”. Sua intenção não é polêmica e, sim, o mapeamento de posições, com ênfase nos aspectos difundidos mais recentemente nos estudos de história. Encarregaram-se de sua preparação dois historiadores muito distintos em suas filiações teórico-metodológicas, montando equipe suficientemente numerosa para representar posturas bem variadas diante das pesquisas. Mas, queira-se ou não, o debate não poderá estar ausente, sendo, como é, indissociável do mapeamento que apontamos. Nosso livro é filho legítimo da profissionalização crescente dos historiadores brasileiros, fruto, entre outras coisas, de um pujante setor de pós-graduação. E, à diferença de muitas antologias teórico-metodológicas e obras que tendem a escolher uma linha de pesquisa ou uma tradição historiográfica, a cobertura deste livro é bem mais abrangente: ele tem por ambição abrir diante do leitor um panorama vasto, includente e atualizado dos domínios da história. — CIRO FLAMARION CARDOSO Consulte também nosso catálogo completo e últimos lançamentos em www.campus.com.br http://groups.google.com/group/digitalsource Domínios da História Ensaios de teoria e metodologia Preencha a ficha de cadastro no final deste livro e receba gratuitamente informações sobre os lançamentos e promoções da Editora Campus. Consulte também nosso catálogo completo e últimos lançamentos em www.campus.com.br Ciro Flamarion Cardoso e Ronaldo Vainfas Organizadores Ana Maria Mauad • Edgard Ferreira Neto • Eulália L. Lobo Francisco Carlos Teixeira da Silva • Francisco Falcon Hebe Castro • Jacqueline Hermann • João Fragoso Luciano R. Figueiredo • Magali Engel • Manolo Florentino Maria Yedda Linhares • Mary Del Priore • Rachel Soihet Ronald Raminelli • Sheila de Castro Faria • Virgínia Fontes Domínios da História Ensaios de teoria e metodologia 5ª Edição © 1997, Editora Campus Ltda. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 5988 de 14/12/73. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. Capa Victor Burton Copidesque Maria Parula Editoração Eletrônica Rio Texto Revisão Gráfica Roberto Facce Isabel Cristina Rodrigues Projeto Gráfico: Editora Campus Ltda. A Qualidade da Informação. Rua Sete de Setembro, 111 — 16° andar 20050-002 Rio de Janeiro RJ Brasil Telefone: (021)509-5340 FAX (021)507-1991 E-Mail: [email protected] ISBN 85-352-0155-6 Ficha Catalográfica CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte. Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ D72 Domínios da história : ensaios de teoria e metodologia/ Ciro Flamarion Cardoso, Ronaldo Vainfas (orgs.). - Rio de Janeiro: Campus, 1997. Inclui bibliografia ISBN 85-352-00155-6 1. História - Filosofia. 2. História - Metodologia. I Cardoso, Ciro Flamarion S. (Ciro Flamarion Santana), 1942- II. Vainfas, Ronaldo 97-0138 CDD — 901 CDU—930.1 99 00 01 8 7 6 5 Os A UTORES ANA MARIA MAUAD Professora adjunta do Departamento de História da UFF e doutora pela mesma universidade. Especialista no uso de fontes iconográficas em história. CIRO FLAMARION CARDOSO Professor titular de história antiga e medieval da UFF. Doutor pela Universidade de Paris X. Autor de vastíssima obra, entre livros e artigos, destacando-se Os métodos da história, em parceria com Héctor Pérez Brignoli (Graal, 1979), e Ensaios racionalistas (Campus, 1988). EDGARD FERREIRA NETO Professor do Departamento de História da UFF. Mestre e doutor pela mesma universidade. Especialista na questão das representações acerca do índio no Brasil Colonial. EULÁLIA L. LOBO Professora emérita e titular da UFRJ. Autora de numerosa obra. Lecionou na pós-graduação da UFF, sendo uma das fundadoras da linha de pesquisa sobre a história urbana e industrial. FRANCISCO CARLOS TEIXEIRA DA SILVA Professor titular de história moderna e contemporânea da UFRJ. Mestre e doutor pela UFF. Autor de diversos artigos e livros, sobretudo sobre a história agrária brasileira. FRANCISCO FALCON Professor titular de história moderna e contemporânea da UFF (aposentado), ex-professor da UFRJ e atualmente na PUC. Fundador, na UFF, da linha de pesquisa sobre história das idéias. Autor de numerosa obra, destacando-se A época pombalina (Ática, 1982). HEBE CASTRO Professora do Departamento de História da UFF. Mestra e doutora pela mesma universidade. Autora de Das cores do silêncio, laureado com o prêmio Arquivo Nacional de Pesquisa, em 1994. JACQUELINE HERMANN Mestra pela UFF, pesquisadora da CEPIA e professora do curso de pós-graduação lato sensu da mesma universidade. Doutora em história pela UFF com tese sobre a construção do sebastianismo em Portugal. JOÃO FRAGOSO Professor de história moderna da UFRJ, onde obteve o mestrado. Doutor pela UFF com a tese “Homens de Grossa Ventura”, laureado com o prêmio Arquivo Nacional de Pesquisa, em 1992. LUCIANO R. FIGUEIREDO Professor do Departamento de História da UFF. Mestre e doutor pela USP. Autor de 0 avesso da memória (José Olympio, 1993). MANOLO FLORENTINO Professor do Departamento de História da UFRJ. Mestre pela Universidade Autônoma do México e doutor pela UFF. Autor de Em costas negras, laureado com o prêmio Arquivo Nacional de Pesquisa, em 1994.