Descobrindo o Dom Profético Mike Bickle Editora Atos Digitalização: Ezequiel Netto http://semeadoresdapalavra.top-forum.net/portal.htm Nossos e-books são disponibilizados gratuitamente, com a única finalidade de oferecer leitura edificante a todos aqueles que não tem condições econômicas para comprar. Se você é financeiramente privilegiado, então utilize nosso acervo apenas para avaliação, e, se gostar, abençoe autores, editoras e livrarias, adquirindo os livros. SEMEADORES DA PALAVRA e-books evangélicos Contracapa DESCOBRINDO O DOM PROFÉTICO É facilmente visível a confusão que o ministério profético gera dentro das quatro paredes da igreja.. A discussão e as controvérsias sobre o tema ficam cada dia mais freqüentes, como também o número de pessoas que desfrutam deste verdadeiro dom divino. Mike Bickle, quando ainda era um jovem pastor pouco simpático à profecia, foi pego de surpresa quando estes dons surgiram em sua própria Igreja. Sentindo-se emboscado pelo próprio Deus, buscou ajuda e aconselhamento, porém, sem muito sucesso. Foi assim que começou sua longa jornada, muitas vezes dolorosa, para fora do "caos profético" rumo a um entendimento mais claro acerca da ordem divina. Com base nesta experiência, ele agora escreve a todos que desejam ver e conhecer como o dom profético pode amadurecer em si mesmo. Em Descobrindo o Dom Profético você irá conhecer o que realmente pode ser chamado de profético. Este livro revela sem medo, de forma clara, precisa e verdadeira como é composta a estrutura de um ministério com base nas profecias divinas, além de revelar a forma mais correta de se usar esta verdadeira dádiva de Deus. Mike Bickle é atualmente diretor da International House of Prayer of Kansas City (Casa de Oração Internacional de Kansas City — EUA), Um grande ministério de guerra espiritual que funciona vinte e quatro horas por dia. Além de ser presidente da Forerunner School of Prayer (Escola Precursora de Oração), uma escola de treinamento de tempo integral em Kansas City. Mike Bickle conhece tanto a celebração quanto a confusão que o ministério profético pode gerar. Quando ainda um jovem pastor, pouco simpático à área profética, foi pego de surpresa quando estes dons surgiram em sua própria igreja. Sentindo que foi emboscado pelo próprio Deus, buscou ajuda e aconselhamento, porém sem muito sucesso. Foi assim que encetou sua jornada, muitas vezes dolorosa, para fora do “caos profético”, rumo a um entendimento mais claro acerca da ordem divina. Com base nesta experiência, ele agora escreve a todos que desejam ver o ministério profético amadurecendo-se na igreja hoje. Para igrejas em toda parte que lutam para descobrir o lugar apropriado para o ministério profético em suas congregações, além de diretrizes sólidas para seu funcionamento, as lições aprendidas por Mike Bickle oferecem um excelente ponto de partida (Revista Ministries Today). Mike Bickle é diretor da International House of Prayer of Kansas City (Casa de Oração Internacional de Kansas City), um ministério de guerra espiritual que abrange a cidade toda e funciona vinte e quatro horas por dia. Além de ser diretor ministerial de Friends of the Bridegroom (Amigos do Noivo), um ministério dedicado a equipar precursores espirituais na formosura de Deus, ele também é presidente da Forerunner School of Prayer (Escola Precursora de Oração), uma escola de treinamento de tempo integral em Kansas City. Quero dedicar este livro à fiel congregação da Metro Christian Fellowship, que me apoiou corajosamente durante os últimos doze anos, para perseverarmos na jornada para nos tornarmos uma igreja profética. Eles viram a glória de Deus em várias ocasiões e, ao mesmo tempo, enfrentaram muitas crises por minha falta de maturidade e sabedoria para pastorear um povo profético de maneira apropriada. Obrigado, Metro Christian Fellowship. Quero agradecer também a Paul Cain, pois seu amor e sabedoria paternais fizeram grande diferença em minha vida. Por diversas vezes, seus extraordinários dons proféticos me deixaram estupefato. Sua sabedoria e maturidade me ajudaram incontáveis vezes no meio de períodos de perplexidade. Seu exemplo de bondade e humildade me desafiaram a imitá-lo assim como ele imita a Cristo. Como pai espiritual, seu amor tem me dado a segurança e a coragem para não desistir. Obrigado, Paul. Reconhecimentos Quero expressar minha profunda gratidão a Walter Walker, que foi o primeiro a dar a idéia de escrever este livro. Ele me pressionava persistentemente para cumprir os prazos e terminar a minha parte. Entrevistou a Michael Sullivant e a mim por diversas horas e depois transcreveu tudo e colocou em texto para fazer parte deste livro. Deus foi muitíssimo bondoso em me dar um escritor assistente tão talentoso e, ao mesmo tempo, humilde. Obrigado, Walter, por seus talentos e por seu grande coração. Quero também agradecer a Jane Joseph pelas incontáveis vezes em que ficou além do seu horário normal que se dedicar a este livro. Uma secretária profética é tão valiosa quanto um escritor assistente profético. Ela, também, foi um presente de Deus. Por último, mas não em menor importância, quero agradecer à minha esposa Diane e aos meus dois filhos maravilhosos, Lucas e Paulo, por terem deixado que eu sacrificasse uma parte do nosso tempo juntos para escrever este livro. Sumário Prefácio 1. “Houve um Terrível Mal-entendido” ......................................................... 2. A Grande e Iminente Visitação .................................................................. 3. Confirmação de Profecia através de Atos de Deus na Natureza ................ 4. Equações Erradas a Respeito de Dons Proféticos ....................................... 5. Deus Ofende a Mente para Revelar o Coração .......................................... 6. Encarnando a Mensagem Profética ............................................................. 7. Desmascarando os Falsos Profetas ............................................................. 8. Silêncio: Uma Estratégia de Deus .............................................................. 9. Origens do Chamamento Profético ............................................................ 10.Pastores e Profetas: Harmonizando-se no Reino ....................................... 11.A Palavra Profética na Adoração Pública ................................................. 12.O Cântico Profético do Senhor .................................................................. 13.Profecia: Revelação, Interpretação e Aplicação ......................................... 14.Mulheres no Ministério Profético .............................................................. 15.Oito Aspectos de uma Igreja Profética ....................................................... Apêndices I. A Presença Manifesta de Deus ................................................................... II. Estatuto da Metro Christian Fellowship ..................................................... III. Amigos do Noivo ....................................................................................... IV. Compromisso Maior da Metro Christian Fellowship ................................. V. Oração Pessoal ............................................................................................ Notas ................................................................................................................. Prefácio Por que outro livro sobre o ministério profético? Tenho lido vários livros acerca deste assunto ao longo dos anos. Alguns enfatizam as diversas categorias bíblicas de profetas e as manifestações sobrenaturais que ocorrem através deles. Outros dão ênfase em como profetizar e o que fazer com as mensagens proféticas. Este livro toca nesses assuntos, mas também aborda francamente o gozo e o sofrimento de um povo profético no contexto da igreja local. Relato aqui os riscos, as perplexidades e as tensões envolvidos no pastoreamento de pessoas proféticas em meio a pessoas não proféticas. Quando há atividade do Espírito Santo entre pessoas falhas como nós, o choque entre ambição pessoal e falta de sabedoria é algo inevitável. Muitos conflitos ocorrem. Surgem muitas tensões. Além disso, passamos por experiências com o Espírito totalmente desconhecidas para nós. Tudo isso concorre para produzir experiências extremamente desafiantes na vida da igreja. David Pytches descreveu parte do mover profético de nossa igreja local em um livro chamado “Some Said It Thundered” (Alguns Disseram que Trovejou). Foi um livro muito importante. Algum tempo depois, porém, alguém sugeriu que eu escrevesse um livro complementar, revelando todos os nossos erros no ministério profético. Esta pessoa sugeriu que eu chamasse o livro de “Some Said We Blundered” (Alguns Disseram que Falhamos). Quase concordei. Na verdade, cometemos vários erros em nossa jornada no ministério profético. O futuro da igreja será tanto emocionante como desafiador. Novas dimensões do ministério do Espírito Santo certamente continuarão a ser reveladas. Este não é o tempo de acharmos que já sabemos de tudo, mas de expressarmos a virtude da humildade através de um espírito tratável. Quero mencionar mais uma coisa: Michael Sullivant ajudou-me a escrever este livro. Michael é um dos nossos co-pastores em Metro Christian Fellowship desde 1987. É um amigo de confiança, cheio do Espírito, com um dom profético em constante aperfeiçoamento. Sua sabedoria em pastorear pessoas com ministério profético em nossa igreja local já foi comprovado através dos anos. Ele viaja pelos Estados Unidos e por outros países, ensinando e demonstrando o ministério profético de um modo totalmente desprovido de autopromoção ou exagero – o que é exatamente aquilo de que precisamos. Embora este livro tenha sido escrito na primeira pessoa, Michael esteve sempre ao meu lado, participando significativamente em todo o processo. Sua contribuição vem da sua experiência, tanto no ministério profético como no pastoreamento de pessoas proféticas. Ele conhece as alegrias e as tristezas disso, em primeira mão. Suas credenciais nesta área são mais do que suficientes para escrever seu próprio livro sobre o ministério profético. Assim, sinto-me honrado em tê-lo como meu co-autor. Capítulo 1 “Houve um Terrível Mal-entendido” John Wimber havia organizado tudo. Era julho de 1989 e quatro mil pessoas estavam espremidas em um armazém adaptado em templo pela Comunidade Cristã da Vineyard em Anaheim, Califórnia. John deu duas ou três mensagens na conferência e depois apresentou Paul Cain, a mim e mais alguns que falariam a respeito do ministério profético. Ensinei sobre nutrir e supervisionar pessoas com chamado profético na igreja local e dei alguns conselhos práticos para encorajar leigos a fluir em seus dons proféticos. Estas duas idéias são os tópicos principais deste livro. Relatei também alguns testemunhos de ocasiões em que Deus usou sonhos, visões, anjos e uma voz audível para cumprir seus propósitos na vida de nossa igreja. Compartilhei até mesmo algumas histórias sobre como Deus confirmou estas revelações proféticas com sinais da natureza – cometas, terremotos, secas e enchentes que ocorreram precisamente na época revelada. Provavelmente, eu deveria ter sido mais explícito quanto ao fato de que raramente qualquer destes fenômenos sobrenaturais tem acontecido por meu intermédio. Por mais de uma década, fui pouco mais que um espectador do ministério profético e, a princípio, um espectador relutante. Nos meus primeiros dias de ministério, eu era um jovem pastor conservador, que tinha esperança de um dia poder me formar no renomado Seminário Teológico de Dallas. Era anticarismático e me orgulhava disso. Dentro de poucos anos, já estava associado e comprometido a um pequeno grupo de pessoas incomuns, chamadas por alguns de profetas. “Por que eu, Senhor?”, perguntei muitas vezes. Paul Cain é um formidável e santo ancião, além de um querido amigo, cujo ministério profético é nada menos que impressionante. Sua ministração naquela conferência, que foi anterior à minha, junto com meus testemunhos proféticos, devem ter causado uma sobrecarga nos circuitos espirituais de algumas pessoas. A maioria das pessoas presentes era de igrejas evangélicas conservadoras, que haviam sido abençoadas pelos ensinamentos de Wimber sobre cura, mas que tinham quase nenhuma exposição a qualquer espécie de ministério profético. Existe no Corpo de Cristo, pelo que tenho constatado, um grande anseio por ouvir Deus falar de maneira pessoal. Terminei minha preleção e estávamos prestes a fazer uma pausa para o almoço. No último minuto, John Wimber subiu na plataforma e cochichou em meu ouvido: “Você não quer orar para que o Espírito Santo libere o dom de profecia às pessoas, agora?” Quem conhecia, pelo menos um pouco, John Wimber, sabia que nele não há nada de exibicionismo ou autopromoção. Ele convidava o Espírito Santo a agir numa audiência e tocar milhares de pessoas com o mesmo tom de voz com que daria o último anúncio. Foi com essa naturalidade que me pediu para orar pelas pessoas para que pudessem receber aquilo que eu acabara de descrever. Diante de uma assembléia de quatro mil pessoas sedentas, observando-nos atentamente, perguntei a John: “Será que posso fazer isso, mesmo que eu próprio não tenha dons proféticos?” John respondeu: “Apenas vá em frente e ore pela liberação do dom e deixe que o Senhor toque quem Ele bem entender.” “Porque eu estou orando por estas pessoas?”, pensei. Comecei a procurar por ajuda de Paul Cain, John Paul Jackson ou alguém que realmente soubesse o que fazer. Mas percebi que estava por minha conta. “Bem, está certo, John, se você quer que eu faça isso...”, pensei. Minha oração não faria mal a ninguém. John anunciou que eu pediria ao Espírito Santo para liberar o dom de profecia na vida das pessoas. Então eu orei. Assim que a reunião terminou, formou-se uma longa fila de pessoas que esperavam ansiosamente para falar comigo. Alguns queriam que eu orasse de forma individual para que lhes fosse comunicado o dom profético. Outros queriam que eu lhes transmitisse uma “palavra do Senhor”, isto é, que eu profetizasse o que Deus tinha a dizer a respeito deles e do seu plano para suas vidas. Fazia pouco tempo que eu havia apresentado Paul Cain, Bob Jones e outros ministros proféticos à Vineyard, homens que fluíam no ministério profético em maneiras que me impressionavam. Mas, talvez pelo fato de estar sempre orando pelos outros, algumas pessoas que estavam na conferência concluíram erroneamente que eu era um profeta ungido e a pessoa mais indicada para ajudá- las a liberar o dom profético em suas vidas. Notei que Bob, o meu cunhado que me ajudara a começar a igreja, estava lá no fundo, apontando para mim e rindo silenciosamente. Ele sabia que eu não era profeta e que estava numa bela enrascada. Por diversas vezes expliquei às pessoas que se enfileiravam para falar comigo: “Não, eu não tenho uma palavra para você. Não, não tenho o dom de liberar dons proféticos. Não, não tenho unção na área profética.” Procurei John, mas não o encontrei. Após explicar individualmente a mais ou menos vinte e cinco pessoas em fila, simplesmente fui até o palco e anunciei em alto tom: “Houve um terrível mal-entendido! Eu não tenho ministério profético!”. E saí de fininho. No dia anterior, John Wimber havia me apresentado a Richard Foster, autor de A Celebração da Disciplina. Richard estava esperando que eu terminasse de orar pelas pessoas para que almoçarmos juntos. Eu estava morrendo de fome. Além disso, queria colocar a maior distância possível entre mim e aquele lugar o mais rápido possível. No caminho até o carro, fui abordado por diversas pessoas no estacionamento que também queriam que eu profetizasse para elas. É claro que eu não tinha nenhuma mensagem profética para lhes dar. Finalmente, conseguimos escapar e encontrar um restaurante que ficava a uns quinze quilômetros do auditório. Mas para minha surpresa, enquanto me servia no bufê de saladas, duas pessoas que estavam na conferência vieram me pedir para profetizar a elas. Depois, um casal ainda veio à minha mesa, querendo saber se eu tinha uma palavra profética para eles. Foi nesta hora que desejei ardentemente ter sido mais explícito durante minha ministração, dizendo que eu não era profeta nem filho de profeta. Na verdade, sou filho de boxeador profissional. Muitas pessoas só conhecem a Deus no contexto do que fez em lugares distantes, há muito tempo. Estão ansiosas para saber que Deus realmente está envolvido em suas vidas agora, de uma maneira pessoal. Quando essa realidade é apresentada dramaticamente, pela primeira vez, as pessoas, incluindo a mim mesmo, reagem de maneira exagerada por algum tempo. Aqueles que estão ansiosos ou desesperados para ouvir algo da parte de Deus raramente são reservados e educados. Eu estava ficando impaciente e irritado com a insistência das pessoas. O fato de estar com Richard Foster, alguém que há longo tempo eu desejara conhecer, aumentou minha irritação. Fiquei muito constrangido. Ao ler A Celebração da Disciplina, você nunca imaginaria que Richard é um comediante tão espontâneo. Ele rompeu em gargalhadas quando afastei meu prato e disse: “Richard, eu não sou profeta. Houve um terrível mal-entendido hoje.” Entretanto, tudo isto foi insignificante comparado com o tumulto que ocorreria alguns anos depois. Não seria a primeira nem a última vez que eu teria a sensação de que Deus escolhera o homem errado para pastorear uma equipe de profetas. Uma Relutante Introdução ao Ministério Profético Na nossa experiência, muitas pessoas, tanto líderes como leigos, que hoje estão envolvidos com ministérios proféticos, foram introduzidas resistindo e lutando contra. Um bom exemplo disso é meu amigo, Dr. Jack Deere. Antes de conhecer John Wimber e de experimentar as demonstrações do poder de Deus, Jack era professor no Seminário Teológico de Dallas e um convicto cessacionista. Um cessacionista é alguém que crê que os dons sobrenaturais do Espírito Santo, manifestados durante o primeiro século, cessaram. Ele também passou por uma difícil jornada de adaptação para conseguir abraçar o ministério profético. Com a atenção que recebemos nos últimos anos por causa dos dons proféticos em nossa igreja, muitas pessoas ficam surpresas ao descobrir que tipo de pessoas Deus trouxe para trabalhar conosco. Oito homens de nossa equipe têm mestrado, outros quatro têm doutorado – todos de seminários evangélicos conservadores, não carismáticos. O perfil da personalidade destes homens contrasta fortemente com o dos ministros proféticos, porém esta diversidade é essencial. O Senhor nos ajudou a estabelecer uma escola bíblica, academicamente forte, de tempo integral, chamada Grace Training Center de Kansas City. Professores do tipo intelectual e ministros proféticos ensinam lado a lado, formando uma só equipe coesa que aprendeu a trabalhar em unidade. Nosso objetivo é combinar os dons do Espírito com um estudo aprofundado e responsável das Escrituras, e nossos alunos têm nos dado retornos muito positivos a respeito do treinamento bíblico e espiritual que estão recebendo. Assim como acontece na nossa igreja, a maior parte dos membros da nossa equipe de liderança, formados em seminário, não é especialmente dotada na área profética. São pastores e mestres que sentiram um forte chamado para fazer parte de um ministério que abrange, entre outras coisas, o ministério profético. A mesma coisa se dá com a maioria dos leigos de nossa igreja que possuem dons proféticos. Seu envolvimento neste tipo de ministério é, na maior parte do tempo, uma contradição à instrução que receberam no treinamento, que negava os dons espirituais. Muitas vezes, o chamado de Deus se opõe diretamente às nossas forças naturais e ao nosso treinamento doutrinário anterior. Cremos que Deus deseja integrar profundo estudo sistemático das Escrituras com as manifestações sobrenaturais do Espírito Santo. Esta é uma das principais razões pela fundação do Grace Training Center.¹ Paulo disse aos coríntios que o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza (2 Coríntios 12.9). É comum Deus chamar pessoas a algo para o qual não são naturalmente capacitadas. Pedro, o pescador iletrado, foi chamado para ser apóstolo aos cultos judeus. Paulo, o fariseu cheio de justiça própria, foi chamado para ser apóstolo aos gentios pagãos. Ser chamado na fraqueza para realizar algo que demanda muita força é o mesmo que ser um cético teólogo, chamado a fazer parte de algo sobrenatural. Certamente eu me encaixo nessa categoria, como também alguns membros da liderança da Metro Christian e muitos membros da nossa igreja. No início da nossa carreira, ninguém jamais suspeitaria que pessoas como nós, com toda nossa bagagem teológica e as afiliações que tínhamos, um dia estariam de algum modo envolvidos com um ministério profético. Deus realmente deve ter senso de humor. Tornando-me um Anticarismático Em fevereiro de 1972, quando tinha 16 anos de idade, fui tocado pelo poder do Espírito Santo. Em uma igreja das Assembléias de Deus em Kansas City, chamada Evangel Temple, o Espírito Santo me envolveu e eu falei em línguas pela primeira vez. Antes daquela experiência, eu não tinha nem ouvido falar no dom de línguas. Eu não tinha idéia do que havia acontecido comigo. Pedi às pessoas que oraram comigo para me ajudarem a entender o que era aquilo. Disseram-me que eu havia falado em línguas. Perguntei: “O que é isso?” Então me falaram que eu poderia aprender mais sobre isso na próxima reunião. Apesar de ter sido um poderoso encontro com Deus, fui imediatamente convencido por meus líderes presbiterianos que aquilo que experimentara fora uma falsificação demoníaca. Com o tempo, concluí que havia sido enganado por aquela falsa experiência e por isso a renunciei completamente. Comprometi-me a resistir qualquer manifestação carismática. Racionalizei que qualquer coisa que parecesse ser tão real poderia facilmente enganar outras pessoas. Comecei a advertir outros crentes “inocentes” a se precaverem contra experiências “falsas”, como o falar em línguas. Assim, durante vários anos seguintes, minha missão principal era confrontar a teologia carismática e resgatar do engano qualquer um que tivesse sido ludibriado por tal “farsa”. Eu não gostava dos carismáticos assim como não gostava de sua teologia. Aqueles que eu conhecera pessoalmente pareciam achar que já tinham tudo. Senti que eram orgulhosos e arrogantes. Na minha avaliação, faltavam muitas coisas, especialmente paixão pelas Escrituras e santidade pessoal. Além disso, sua teologia não era evangelicamente ortodoxa. Como jovem cristão, eu era estudioso devoto de grandes autores evangélicos, imergindo-me nas obras de J. I. Packer, John Stott, Stuart Briscoe, Jonathan Edwards, Dr. Martin Lloyd-Jones e outros. Levava meu zelo pela ortodoxia evangélica e minha oposição aos dons sobrenaturais do Espírito Santo aonde quer que eu ministrasse a Palavra de Deus. Ministrei em vários grupos universitários por todo o meio oeste dos E.U.A. Outro Terrível Mal-Entendido Em abril de 1976, fui convidado a pregar em uma pequena cidade do Missouri, numa pequena comunidade luterana de vinte e cinco pessoas que procurava por um novo pastor. Estavam interessados na renovação que estava acontecendo na Igreja Luterana. Preguei uma de minhas mensagens favoritas, uma versão anticarismática do batismo no Espírito Santo. Eu já havia pregado este sermão diversas vezes nos grupos estudantis universitários. Era algo que peguei diretamente do pequeno livro de John Stott sobre
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