Universo dos Livros Editora Ltda. Rua do Bosque, 1589 - Bloco 2 - Conj. 603/606 Barra Funda - São Paulo/SP - CEP 01136-001 Telefone/Fax: (11) 3392-3336 www.universodoslivros.com.br e-mail: [email protected] Siga-nos no Twitter: @univdoslivros After Auschwitz: A story of Heartbreak and Survival by the Stepsister of Anne Frank © Eva Scholoss and Karen Bartlett 2013 First published in Great Britain in 2013 by Hodder & Stoughton Disponibilização: Baixelivros.org An Hachette UK company © 2013 by Universo dos Livros Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. Diretor editorial: Luis Matos Editora-chefe: Marcia Batista Assistentes Editoriais: Raíça Augusto e Raquel Nakasone Tradução: Amanda Moura Preparação: Marina Constantino Revisão: Rodolfo Santana Arte: Francine C. Silva e Valdinei Gomes Capa: Zuleika Iamashita Conversão para epub: Danielle Fortunato Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Schloss, Eva. Depois de Auschwitz: o emocionante relato da irmã de Anne Frank que sobreviveu ao horror do Holocausto / Eva Schloss; tradução de Amanda Moura. – São Paulo : Universo dos Livros, 2013. Título original: After Auschwitz: A Story of Heartbreak and Survival by the Stepsister of Anne Frank ISBN 978-85-7930-550-4 S317d 1. Auschwitz (Campo de concentração) 2. Holocausto judeu (1939-1945) 3. Segunda Guerra, 1939-1945 – Judeus – Narrativas pessoais 4. Sobreviventes do Holocausto – memórias autobiográficas I. Título II. Moura, Amanda 13-0672 CDD 920.0092924 Sumário Dedicatória Prólogo – Deixe a sua marca 1 – Uma família vienense 2 – Infância 3 – Os nazistas estão chegando 4 – Uma garota indesejável 5 – Amsterdã 6 – Anne Frank 7 – A ocupação 8 – Esconderijos 9 – Traição 10 – Auschwitz-Birkenau 11 – A vida no campo 12 – O mais gélido dos invernos 13 – Libertação 14 – O caminho de volta 15 – Amsterdã novamente 16 – Uma vida nova 17 – O Julgamento 18 – Londres 19 – A história de Zvi 20 – O casamento 21 – Uma corrente irrompível 22 – Otto e Fritzi 23 – Novos começos 24 – Um dia de primavera 25 – A peça 26 – Mutti 27 – Estendendo a mão 28 – O retorno Epílogo Agradecimentos Álbum de Fotos Este livro é dedicado à memória das vítimas do Holocausto e de outros genocídios que não puderam contar suas próprias histórias. Eva Schloss Prólogo Deixe a sua marca – Agora sei que Eva deseja dizer algumas palavras. A frase ecoou pelo grande salão e me encheu de pavor. Eu era uma tranquila mulher de meia-idade, casada com um investidor e mãe de três filhas crescidas. O homem que pronunciou as palavras que acabo de mencionar foi Ken Livingstone, o então líder diligente do Greater London Council – órgão que logo depois foi abolido –, considerado a maior pedra no sapato da primeira-ministra Margaret Thatcher. Havíamos nos conhecido mais cedo naquele mesmo dia, e ele certamente não sabia que essas poucas palavras me levariam a um turbilhão de sensações. Eu não sabia que aquele seria o começo de uma longa jornada para encarar os terríveis acontecimentos da minha infância. Tinha quinze anos quando eu e milhares de outras pessoas atravessamos a Europa em um trem de gado com vagões escuros e apertados. Fui jogada para fora em frente ao portão do campo de concentração Auschwitz-Birkenau. Mais de quarenta anos haviam se passado, mas quando Ken Livingstone me pediu para falar sobre o assunto, senti uma onda de terror invadindo meu estômago. Quis correr para debaixo da mesa e me esconder. Era manhã de um dia de primavera de 1986, e estávamos na abertura de uma exposição itinerante sobre Anne Frank na Mall Galleries, próxima ao Instituto de Arte Contemporânea de Londres. Hoje, mais de 3 milhões de pessoas ao redor do mundo já visitaram essa mostra, mas naquela época estávamos apenas começando a contar a história do Holocausto para uma nova geração por meio do diário de Anne Frank e das fotos com sua família. Essas fotos me unem a Anne de uma forma que nenhuma de nós poderia ter imaginado. Quando éramos garotas, costumávamos brincar juntas em Amsterdã. Tínhamos personalidades muito diferentes, mas Anne era uma das minhas amigas. Depois da guerra, o pai de Anne, Otto Frank, voltou para a Holanda e começou a se relacionar com a minha mãe – uma relação que nasceu do sentimento de perda e do sofrimento de ambos. Os dois casaram-se em 1953, e Otto tornou-se meu padrasto. Ele me deu a câmera Leica que costumava usar para fotografar Anne e a irmã dela, Margot, para que assim eu pudesse encontrar minha própria direção no mundo e me tornar fotógrafa. Usei aquela câmera por muitos anos e a tenho até hoje. A história de Anne consiste no relato de uma garota que emocionou o mundo inteiro pela linguagem simples e humana de seu diário. Minha história é diferente. Também sou uma vítima do nazismo e fui enviada a um campo de concentração. Mas, diferentemente de Anne, sobrevivi. Na primavera de 1986 eu já estava morando em Londres há quase quarenta anos e, durante esse período, a cidade tinha mudado bastante, deixando de ser uma região bombardeada e em ruínas para transformar- se em uma metrópole multicultural agitada e vigorosa. Gostaria de poder dizer que eu havia passado pela mesma transformação. Eu tinha refeito a minha vida, construído a minha família com um marido maravilhoso e filhas que significavam tudo para mim; estava até mesmo administrando o meu próprio negócio. Mas uma grande parte de mim estava faltando. Eu não era mais a mesma pessoa; a menina extrovertida que adorava andar de bicicleta, plantar bananeira e que nunca parava de falar estava agora trancada em algum lugar que eu não fazia a menor ideia de onde era. Durante a noite, sonhei com um grande buraco negro que me engolia. Quando os meus netos perguntaram-me sobre a tatuagem no meu braço – feita em mim quando estava em Auschwitz –, respondi que era apenas o número do meu telefone. Eu não falava sobre o passado. Contudo, não poderia recusar um convite para discursar na abertura da exposição sobre Anne Frank – sobretudo porque se tratava do trabalho da vida de Otto e de minha mãe. Diante da insistência de Ken Livingstone, levantei-me e comecei a falar com hesitação. Para o desespero das pessoas que esperavam uma breve introdução, quando comecei não consegui mais parar. As palavras jorravam e eu continuava falando, relatando as experiências dolorosas e traumáticas que tinha vivido. Fiquei tonta e aterrorizada; não me recordo exatamente o que falei. Minha filha Jacky, que estava ouvindo, disse: “Foi uma experiência terrível. Não sabíamos quase nada sobre o que mamãe havia passado, e de repente ela estava naquele palco, com dificuldade para falar e aos
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