Coleção Globo Livros História A Revolução de 1989, Queda do Império Soviético, Victor Sebestyen A História Perdida de Eva Braun, Angela Lambert O Expresso Berlim-Bagdá, Sean McMeekin Napoleão, André Maurois Diário de Berlim Ocupada 1945-1948, Ruth Andreas-Friedrich O Conde Ciano, Sombra de Mussolini, Ray Moseley Churchill e Três Americanos em Londres, Lynne Olson Declínio e Queda do Império Otomano, Alan Palmer Napoleão, a Fuga de Elba, Norman Mackenzie Churchill, o Jovem Titã, Michael Shelden Michael Shelden CHURCHILL, O JOVEM TITÃ Tradução Gleuber Vieira Copyright © 2013 by Michael Shelden Copyright © da tradução 2013 by Editora Globo Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada ou reproduzida — por qualquer meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação etc. — nem apropriada ou estocada em sistema de banco de dados sem a expressa autorização da editora. Texto fixado conforme as regras do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (Decreto Legislativo o n 54, de 1995) Título original: Young Titan Editor responsável: Carla Fortino Assistente editorial: Sarah Czapski Simoni Tradução: Gleuber Vieira Revisão: Márcia Moura Capa: Rafael Nobre / Babilonia Cultura Editorial Foto da capa: © Library of Congress, Prints and Photographs Division 4ª capa: © Globe Photos / ZUMA PRESS / Glow Images Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Shelden, Michael Churchill, o jovem titã / Michael Shelden ; tradução Gleuber Vieira. -- São Paulo : Globo, 2013. Título original: Young titan. ISBN 978-85-250-5492-0 1. Churchill, Winston, 1874-1965 2. Grã-Bretanha - Política e governo - 1901-1936 3. Ministros de Estado - Grã-Bretanha - Biografia 4. Primeiros ministros - Grã-Bretanha - Biografia I. Título. 13-01211 CDD-941.084092 Índices para catálogo sistemático: 1. Primeiros-ministros : Grã-Bretanha : Política e governo : História 941.084092 Direitos de edição em língua portuguesa adquiridos por Editora Globo S.A Av. Jaguaré, 1485 – 05346-902 – São Paulo, SP www.globolivros.com.br Sumário Capa Coleção Globo Livros Folha de rosto Créditos Dedicatória Epígrafe Prólogo Introdução Parte I 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Parte II 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 Parte III 20 21 22 23 24 25 26 Epílogo Agradecimentos Notas A minhas filhas Sarah e Vanessa A força de caráter é cumulativa. Ralph Waldo Emerson Prólogo O Primeiro-Ministro Perto da meia-noite de um sábado de maio de 1941, uma imensa onda de aviões surgiu sobre Londres, suas silhuetas projetadas no céu enluarado. À medida que roncavam sobre a ponte Westminster, ruas inteiras eram tomadas pelo fogo, incêndios surgiam na Abadia de Westminster e estilhaços de bombas castigavam a torre do Big Ben. Logo as labaredas tomavam conta do plenário da Câmara dos Comuns. Seu teto veio abaixo, as galerias desabaram, e uma chuva de ferros retorcidos e escombros soterrou as fileiras de bancos de couro verde onde tantos debates acirrados tinham sido travados ao longo de décadas. Apenas as paredes chamuscadas ficaram em pé. Na tarde seguinte, enquanto áreas de Londres ainda fumegavam e o cheiro de fumaça estava em toda parte, Winston Churchill foi ao Parlamento para examinar os danos. Vivia-se a segunda primavera da guerra de Adolf Hitler contra a Inglaterra, e Churchill justamente completava seu primeiro ano como primeiro-ministro. Para surpresa de todos, o relógio da torre – embora escurecido e marcado pelos impactos – resistiu ao ataque, e o Big Ben continuou batendo as horas. Como o ataque acontecera tarde da noite, apenas umas poucas pessoas estavam no prédio, e o número de mortos não passou de três, dois deles policiais. Na Londres toda, a quantidade de baixas foi assustadora, mais de três mil mortos e feridos. Foi a noite mais terrível da “blitz.” Metendo-se em meio aos escombros, Churchill parou ao lado de umas vigas carbonizadas e lançou um olhar solene para a destruição. Com o teto destruído, o plenário arrasado era iluminado por um suave raio de sol que atravessava o ar espesso de poeira. Não havia relíquias a salvar, e nada de novo que aprender nos métodos adotados pelo inimigo. De certa forma, era simplesmente a mais recente de uma longa lista de venerandas construções a sofrerem a fúria da guerra moderna. Entretanto, claro que nesse caso havia algo mais a lamentar – um impacto direto no próprio coração da vida política inglesa. Em um instante, os bombardeiros de Hitler tinham devastado a casa de uma das mais importantes assembleias democráticas do mundo. Como Churchill mencionou mais tarde, “Nossa velha Câmara dos Comuns foi feita em pedaços.”[1] A perda foi pessoal. O primeiro-ministro passara boa parte de sua vida nesse plenário, desde quando, quarenta anos antes, pela primeira vez nele pisou como novo membro da casa e era um jovem de cabelos ruivos e bem penteados, olhos azuis penetrantes e um rosto sardento de rapaz. “Aqui,” declarou, “aprendi meu ofício.” Naquele local, seu pai – Lord Randolph Churchill – foi aliado de Disraeli e adversário de Gladstone. Na galeria das “ladies,” sua mãe de origem americana – a indomável Jennie – assistira com orgulho o filho fazer seu primeiro discurso. Lá, Churchill debatera com amigos e inimigos desde os primeiros dias do século, quando duelou com o poderoso monumento da casa, Joseph Chamberlain, até tempos mais recentes, quando se contrapôs ao filho mais novo de Joe, Neville, que tão erradamente julgou Hitler na década de 1930. [2] Foi lá que desfrutou momentos de triunfo e amargou derrotas, fez discursos brilhantes e, vez por outra, um maçante. Foi lá que conquistou a admiração de muitos e enfureceu não poucos. Em memorável ocasião no começo da carreira, um oponente levantou-se durante debate renhido, agarrou o volumoso livro de normas da casa e o atirou sobre Churchill, atingindo-o no rosto, que sangrou. Durante a crise da Abdicação, em 1936, quando tentou apresentar palavras de apoio a Edward VIII, os gritos do protesto tomaram conta da Câmara e o silenciaram, fazendo com que alguns predissessem que sua carreira política estava no fim. Apenas três dias antes de os aviões de Hitler despejarem suas bombas sobre a Câmara, seu velho amigo e rival do passado – David Lloyd George – levantara- se durante o debate para pintar um cenário negro da guerra, reclamando de reveses “desencorajadores.” Naquele que foi seu último discurso no plenário velho, Churchill respondeu ao pessimismo de Lloyd George com apaixonada declaração de fé no esforço de guerra. “Tenho certeza de que não há razão para temer a tempestade,” afirmou na quarta-feira, 7 de maio. “Deixem que urre, deixem que ruja. Vamos superá-la.” Ninguém podia suspeitar que a tempestade logo rugiria sobre o próprio local onde se encontravam e o destruiria. Agora, enquanto observava os danos sofridos naquela abrasadora noite de
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