Lançado em 1782 em Londres, Cecilia é comprovadamente o livro em que Austen se inspirou para o título de sua obra mais famosa e de onde retirou também o sobrenome de Elizabeth Bennet e várias outras ideias para vários de seus livros. Portanto, trazemos a obra-prima de Burney, a principal influência para Austen, como provaremos logo abaixo!
A trama de Cecilia se desenrola em torno destes dois substantivos, Orgulho e Preconceito, citados dezenas de vezes ao longo de 102 capítulos da obra de 880 páginas. Em Cecilia, o Orgulho e o Preconceito são a essência da história.
A obra-prima de Burney traz uma herdeira, Cecilia Beverley, cuja herança de um tio – um rico reitor – veio com uma condição: que ela encontrasse um marido que aceitasse renunciar ao seu próprio nome de família e adotasse o nome “Beverley”. Aqui tem início ao primeiro “orgulho” da trama. Acossada por todos os lados por pretendentes interessados em sua fortuna, a bela e inteligente Cecilia é cativada por um cavalheiro, o futuro lorde Mortimer Delville – herdeiro de um título de nobreza –, cujo orgulho de sua família por seu nascimento e ascendência proibiria tal mudança de nome. Último da linhagem de uma família aristocrata, cujo título era datado de vários séculos atrás, Mortimer Delville jamais renunciaria ao seu nome, pois arruinaria a seu pai, levaria o nome de sua família ao anonimato; tampouco ele se casaria com uma moça socialmente abaixo dele, pois o preconceito de seu pai era conhecido em toda a Inglaterra.