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Buenos Aires, história e tango PDF

474 Pages·2006·10.68 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DOUTORADO EM HISTÓRIA AVELINO ROMERO BUENOS AIRES, HISTÓRIA E TANGO: CRISE, IDENTIDADE E INTERTEXTO NAS NARRATIVAS “TANGUERAS” Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para a obtenção do Título de Doutor em História Social. Setor Temático de História Contemporânea II: Cultura e Política ORIENTADORA: PROFª DRª MARTHA CAMPOS ABREU Niterói 2012 Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central do Gragoatá P436 Romero, Avelino. Buenos Aires, história e tango: crise, identidade e intertexto nas narrativas “tangueras” / Avelino Romero. – 2012. 428 f. ; il. Orientador: Martha Campos Abreu. Tese (Doutorado) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Departamento de História, 2012. Bibliografia: f. 394-428. 1. Tango. 2. Música. 3. História. 4. Buenos Aires (Argentina). 5. Cultura política. I. Abreu, Martha Campos. II. Universidade Federal Fluminense. Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. III. Título. CDD 781.554 2 Enquanto escrevia esta tese, contava 25 anos de carreira, como músico, historiador e educador. Devo este doutorado à cumplicidade e ao estímulo de meus ex-alunos no Instituto Villa-Lobos da Unirio, que em diferentes momentos compartilharam o tango como integrantes do Quinteto Los Mareados: Pablo Arruda, Pedro Aune, Lise Bastos, Débora Braga, Isabel Flauzino, Luciana Garrido, Luís Portella, Eliza Pragana, Eduardo Prestes, Bruno Repsold, Esthefânia Ribeiro, Maurício Teixeira, Joana Saraiva, Jônatas Soares, Vinicius Veloso, Talita Vilar, Antônio Ziviani. 3 Agradecimentos Meus sinceros agradecimentos a todos os que contribuíram para a concretização da pesquisa, em momentos de troca acadêmica e artística, reflexão, e apoio, sob as mais variadas situações: - aos colegas do Departamento de Composição e Regência do Instituto Villa-Lobos da UNIRIO, e em especial ao chefe do Departamento, Prof. Eduardo Lakshevitz e ao diretor do Instituto, Prof. Dawid Korenchendler, que me propiciaram reduzir a carga horária na fase de redação; - aos colegas da equipe de coordenação de estágio curricular do Curso de Pedagogia a Distância da Unirio, e em especial à coordenadora do curso, Profª. Leila Lopes, pela compreensão frente às inevitáveis ausências; - ao compositor e artista plástico Juan Carlos Cáceres, pela simpática interface na busca da “história negada”; - a Hélio Torres, tanguero e colecionista radicado em Paris, que me forneceu preciosas cópias de gravações de Ángel Villoldo; - aos músicos tangueros José Bragato, Rodolfo Mederos, Néstor Marconi, Walter Ríos e Osvaldo Montes, pela simpática acolhida e estímulo; - aos meus professores de bandoneón, Luciano Jungman e Julian Hasse, por me ajudarem a desvendar segredos desse instrumento tão sedutor quanto complexo; - aos meus professores de tango-dança, Mimí de Santapá, Ana Gregori, Olga Besio, Patrícia e Javier Amaya, Flavia Valente, e em especial, por sua cumplicidade tanguera, a Marcia Figueiredo; - a Laura Bogado, cantora e amiga, pelos dez anos de acolhida, “a puro tango”, em El Balcón de la Plaza, de San Telmo; - à sempre amiga e companheira Rosa Maria Zamith, pela preciosa e atenta leitura; - à “Negrita” e ao “Chocho”, pela doce amizade e os borgeanos entardeceres de Buenos Aires; - a Maria Tereza Soares, Talitha Peres e Patrícia Peres, que confiaram no meu pouco bandoneón, para produzirmos juntos alguns memoráveis momentos de tango; 4 - aos amigos, companheiros de vinhos e cafés, Isabel Flauzino, Luís Portella, Maurício Teixeira, Cláudia Alvarenga, Danilo Almeida e Mônica Duarte, que tornaram esses quatro anos de trabalho um tempo mais ameno; - a Maurício Teixeira, novamente, pelo mergulho na linguagem harmônica do tango e o indispensável trabalho como arranjador do Quinteto Los Mareados; - aos tangueros do “movimento do tango” no Rio de Janeiro, pela sempre delicada cobrança para estar mais perto: Francis e Jairo, Alice e André, Patrícia e Sérgio, Neuza, Marcos, Clara, Dora, Raquel, Luciene, Márcio, Luciano, Laure, Aparecida, Vanda, Paulo Naidim e, em especial, Lina Villalba; - a Estela Caldi, amiga imprescindível, pelas charlas intermináveis sobre o tango e a pesquisa, e por suas leituras, sugestões e intercâmbio musical; - à minha sempre mestra Maria de Lourdes Lyra, por sua constante e afetuosa presença; - ao inestimável apoio profissional de Libertad Marilef, bibliotecária da Sociedad Argentina de Autores y Compositores de Música – SADAIC, e de Soledad Samuel, do Sector Revistas da Biblioteca del Congreso de la Nación Argentina. Sem Libertad e Soledad, este trabalho teria sido impossível...; - às professoras Vanda Freire, Ana Guiomar Rego Souza e Magda Clímaco, organizadoras dos Encontros de Musicologia Histórica da parceria UFRJ e UFG, pela troca acadêmica e oportunidades de experimentar e apresentar temas que integram a pesquisa; - às professoras Maria Regina Celestino de Almeida e Ana Maria Mauad, cujos cursos oferecidos no PPGH/UFF me renderam valiosos aportes teóricos e oportunidades de reflexão; - aos companheiros tangueros e pesquisadores, Ema Cibotti, Teresita Lencina, Omar García Brunelli, Ricardo Salton, Martha Savigliano, Jeffrey Tobin, Sergio Pujol, María Eugenia Rosboch, Marina Cañardo, Camila Juárez, Enrique Cámara de Landa, María Emilia Greco, Gabriel Menéndez, Meri Lao, Solange Bazely, Gustavo Goldman, Esteban Buch, Sophie Jacotot, Michel Plisson e Heloísa Valente, com quem compartilhei valiosos momentos de troca acadêmica nos congressos internacionais de tango em Villa Mercedes, Buenos Aires e Paris; 5 - aos professores Maria Helena Capelato (Departamento de História/USP) e Norberto Ferreras (Departamento de História/UFF), que integraram a mesa do exame de qualificação, pela leitura generosa e por suas contribuições, e, por igual motivo, aos professores que examinaram a tese: Maria Helena Capelato, novamente, Samuel Araújo (Escola de Música/UFRJ), Viviana Gelado (Departamento de Letras/UFF) e Verónica Secreto (Departamento de História/UFF); - à minha orientadora, professora Martha Abreu, pela confiança e leitura atenta, crítica e valiosa, que me propiciou aperfeiçoar o texto e fazê-lo render o quanto podia; - à minha mãe e à irmã de minha mãe, minha plateia mais constante; - a Heitor, Fred e Malena, que jamais lerão esta tese, pela fiel e felina amizade. 6 Resumo ROMERO, Avelino. Buenos Aires, história e tango: crise, identidade e intertexto nas narrativas “tangueras”. Tese de Doutorado em História Social. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal Fluminense/UFF. Palavras-chave: 1.História do Tango; 2.Culturas Políticas; 3.Buenos Aires O trabalho articula os campos da história, musicologia e crítica literária, reconhece o tango como fenômeno complexo – dança, música, poesia, memória e identidade social – e o problematiza como parte da cultura histórica argentina. Analisa relações entre tango, sociedade e política, mobilizando uma história social da cultura e uma história política, informadas pelas noções de memória social e de culturas políticas. Duas temáticas interrelacionadas – crise e identidade – sinalizam o tango como representação identitária e vivência estética das crises sociais, possibilitando analisar ações e valores compartilhados ou confrontados pelos sujeitos sociais, na interseção entre o tempo dos eventos e o das estruturas. Focando a cidade de Buenos Aires, os limites temporais são dados pelo “tango criollo” do princípio do século XX e o “tango nuevo” dos anos 50 e 60. A pesquisa ampla e diversificada de fontes inclui nas narrativas “tangueras” as chamadas “histórias do tango”, composições musicais, textos literários, testemunhos e memórias, analisados como uma rede intertextual que canoniza temas e objetos. Inicialmente, apresenta-se a “desmontagem” das narrativas produzidas por Carlos Vega, José Gobello e Horacio Ferrer, textos e autores significativos pela difusão e pelas instituições que fundaram. Em seguida, tensionando a temporalidade histórica, uma cronologia retrogradada demonstra as pressões do passado sobre o presente e analisa diversas conjunturas de crise e expansão, questionando marcos temporais e temas consagrados pela tradição narrativa: a “revolución piazzolleana” e a “desperonização” dos anos 50 e 60; da crise dos anos 30 à militância “tanguera” junto ao peronismo; identidades sociais e musicais nos anos 20; as “origens” do tango na Buenos Aires “fin- de-siècle”. 7 Abstract Key-words: 1.Tango History; 2.Political Cultures; 3.Buenos Aires This thesis articulates History, Musicology and Literary Criticism, recognizes tango as a complex phenomenon – as dance, music, poetry, social memory and identity – and questions it as part of Argentine historical culture. It analyses the relations between tango, society and politics, by recurring to a social history of culture and to a political history, enriched by notions of social memory and political culture. Two interrelated themes – crisis and identity – treat tango as an identitary representation and an aesthetic experience of Argentine social crisis, providing ways of analysing actions and values that are shared by social agents, by intersecting time of events and time of structures. Focusing on Buenos Aires city, the temporal limits are set from the “tango criollo” in the beginning of the 20th century to the “tango nuevo” of the 1950’s and 1960’s. The extensive and diversified research of fonts includes among the tango narratives the so- called “histories of tango”, musical compositions, literary texts, testimonies and memories, that are analysed as an intertextual net which fixes a canon of themes and objects. Firstly, some narratives produced by Carlos Vega, José Gobello and Horacio Ferrer are deconstructed. These are relevant texts and authors for their diffusion and for the institutions they have founded. Then, by tensing historical temporality, a retrograded chronology shows the press of past upon the present and analyses several conjunctures of crisis and expansion, questioning the temporal limits and consecrated themes: the “piazzollean revolution” of the 1950’s and 1960’s; from the crisis of the 1930’s to the approaching of “tangueros” to peronism; social and musical identity in the 1920’s; tango “origins” in Buenos Aires “fin-de-siècle”. 8 Resumen Palabras claves: 1.Historia del Tango; 2.Culturas Políticas; 3.Buenos Aires El trabajo articula los campos de historia, musicología y crítica literaria, reconoce el tango como un fenómeno complejo –danza, música, poesía, memoria e identidad social– y lo problematiza como parte de la cultura histórica argentina. Analiza relaciones entre tango, sociedad y política, movilizando una historia social de la música y una historia política, informadas por las nociones de memoria social y de culturas políticas. Dos temáticas interrelacionadas –crisis e identidad–, abordan el tango como representación de identidades y vivencia estética de las crisis sociales, facilitando el análisis de acciones y valores compartidos o confrontados por los sujetos sociales, en la intersección entre el tiempo de los eventos y el de las estructuras. Ubicado espacialmente en la ciudad de Buenos Aires, los límites temporales son dados por el “tango criollo” de principios del siglo XX y el “tango nuevo” de los años 50 y 60. La investigación amplia y diversificada de fuentes incluye en las narrativas tangueras las llamadas “historias del tango”, composiciones musicales, textos literarios, testimonios y memorias, analizados como una red intertextual que canoniza temas y objetos. Inicialmente, se presenta el desmontaje de las narrativas producidas por Carlos Vega, José Gobello y Horacio Ferrer, textos y autores significativos por la difusión y por las instituciones que ellos fundaron. Enseguida, tensionando la temporalidad histórica, una cronología retrogradada demuestra las presiones del pasado sobre el presente y analiza diversas coyunturas de crisis y expansión, cuestionando marcos temporales y temas consagrados por la tradición narrativa: la “revolución piazzolleana” y la “desperonización” de los años 50 y 60; de la crisis de los años 30 a la militancia tanguera junto al peronismo; identidades sociales y musicales en los años 20; los “orígenes” del tango en el Buenos Aires “fin-de-siècle”. 9 Sumário Prelúdio 11 I – Os sentidos do tango: tempo e narrativa, memória e cultura histórica 15 Linguagem, Memória e História 15 Lugares, práticas e textos: três autores significativos 32 Carlos Vega: do folclore à nação 34 José Gobello: da palavra à política 59 Horacio Ferrer: da vanguarda à memória 82 Interlúdio: “La Resistencia del Tango” 102 Identidades em Crise 124 II – Lo que Vendrá – “la revolución piazzolleana” 125 “La revolución piazzolleana” 125 A “crise” argentina e a “morte” do tango 145 Os anos 60: o recuo de Piazzolla e “un cadáver que renace” 171 El Tango, entre Borges e Piazzolla: a tradição reescrita pela vanguarda 189 III – Cambalache – “la década infame” 217 Discépolo e a “estética do desencanto” 217 Da mishiadura à censura 243 O tango e a “comunidad organizada” 272 Da Crise às Identidades 290 IV – Recuerdo – “la guardia nueva” 291 A “escuela decareana” 291 O tango-canción e o cabaré encenado 325 V – El Choclo – “Con este tango nació el tango...” 362 Ángel Villoldo, “el papá del tango criollo” 362 Buenos Aires fin-de-siècle: modernização e crise 384 O tango no Centenário: entre a picaresca e a melancolia 400 Poslúdio 427 Fontes e Bibliografia 434 Anexo I – Quadro sintético de identificação das “histórias do tango” 469 Anexo II – Arranjos de Astor Piazzolla gravados por Aníbal Troilo 474 10

Description:
concretização da pesquisa, em momentos de troca acadêmica e artística, reflexão, e apoio, sob as mais .. um regisro em “cd” da estreia da obra pelo flautista Marc Grawels e o violonista Guy Lukowsi, a quem a do século XI, Ariosto, Quevedo e Victor Hugo, e ainda Schopenhauer e Oscar Wilde
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