BÊNÇÃO DE UM ABADE E DE UMA ABADESSA P O N T I F I C A L R O M A N O REFORMADO POR DECRETO DO CONCÍLIO ECUMÉNICO VATICANO II E PROMULGADO POR AUTORIDADE DE S. S. O PAPA PAULO VI BÊNÇÃO DE UM ABADE E DE UMA ABADESSA CONFERÊNCIA EPISCOPAL PORTUGUESA RITO DA BÊNÇÃO DE UM ABADE PRELIMINARES 1. A bênção do Abade deve fazer-se com a assistência dos religiosos e, se possível, dos fiéis, num domingo ou dia festivo, a não ser que moti vos de ordem pastoral aconse- lhem outra coisa. 2. A bênção do Abade é normalmente celebrada pelo Bispo do lugar em que está situado o mosteiro. Havendo, porém, justa causa, e dado o con sentimento do Bispo local, o Eleito pode receber a bênção de outro Bispo ou de outro Abade. 3. O Eleito é assistido por dois monges do seu mosteiro. 4. Convém que os dois religiosos assistentes, se forem presbíteros, bem como os abades, re ligiosos sacerdotes, e outros sacerdotes, event ualmente presentes, concele- brem a Missa, juntamente com o Prelado que confere a bênção e o Abade eleito. 5. Se a bênção for conferida, na própria abadia do Eleito, por outro Abade, este pode convidar o Eleito a presidir à concelebração na Litur gia Eucarística. Aliás, presidirá à concelebração o Prelado que tiver conferido a bênção. Neste caso, o novo Abade ocupará o primeiro lugar entre os demais concelebrantes. 6. O Prelado que confere a bênção e os concelebrantes revestem- se dos paramentos sagrados requeridos para a celebração da Missa; o Bispo, também da dalmática. O Eleito reveste-se igualmente dos parament os sa cerdotais, e, por baixo da casula, põe a cruz peitoral e a dalmát ica. Os religiosos assistentes do Eleito, se não concelebram, irão de hábito coral ou de sobrepeliz por cima do hábito. 7. Normalmente, a bênção do anel, do báculo e da mitra far-se-á numa altura oportuna, antes da bênção do Eleito. 14 RITO DA BÊNÇÃO DE UM ABADE 8. Além das coisas necessárias para a concelebração da Missa e para a Comunhão sob as duas espécies, preparar-se-á: a) o Pontifical Romano; b) a Regra; c) báculo pastoral para o Eleito; d) anel e mitra para o Eleito, se houverem de lhe ser entreg ues. e) cálice de tamanho suficiente para a Comunhão sob as duas espéc ies. 9. Durante a Liturgia da Palavra, o Prelado que confere a bênção senta-se na cátedra. O Eleito, entre os seus assistentes, no presbitér io. 10. Por via de regra, a bênção do Eleito faz-se na cátedra. Todavia, para facilitar a participação dos fiéis, pode colocar-se, à frente do altar ou noutro sítio mais adequado, uma sede para o Prelado que confere a bênção. Para o Eleito e seus assistentes, dispõem-se no presbitério as respectivas sedes, de modo que tanto os religiosos como os fiéis possam acom panhar facilmente o desenrolar da acção litúrgica. BÊNÇÃO DO ABADE LITURGIA DA PALAVRA 11. Estando tudo preparado, organiza-se a procissão de entrada através da igreja, como de costume. À frente, vai o ministro com o livro dos Evangelhos; seguem-no os presbíteros concelebrantes; depois o Eleito, ladeado pelos dois religiosos assistentes; por último, o Prelado que há-de conferir a bênção, e, um pouco atrás, os dois diáconos assisten tes. 12. Os ritos iniciais e a Liturgia da Palavra até ao Evangelho, inclu sive, celebram-se na forma habitual, segundo as rubricas. 13. Nos dias em que são permitidas as Missas rituais, pode celebrar-se a “Missa para a Bênção Abacial”, com as leituras próprias e paramentos brancos ou de cor festiva. Não se dizendo a Missa ritual, pode-se escolher uma das leituras de entre as que vêm no Leccionário para esta Missa. Ocorrendo algum dos dias indicados nos nn. 1-4 da tabela dos dias litúrgicos, celebra-se a Missa do dia com suas leituras. 14. Se o Prelado que confere a bênção fizer uma alocução dentro do próprio rito, como em seu lugar vai indicado, omite-se a homilia a seg uir ao Evangelho. 15. Nesta Missa, diz-se o Símbolo, segundo as rubricas. Omite-se a Oração Universal, substituída pelas Ladainhas. BÊNÇÃO DO ABADE 16. A seguir ao Evangelho, ou terminada a homilia, dá-se início à bênç ão do Abade. O Prelado que confere a bênção, de mitra na cabeça, senta-se na cátedra ou na sede prepa- rada para o efeito, como acima se disse. 16 RITO DA BÊNÇÃO DE UM ABADE 17. O Eleito é conduzido pelos religiosos seus assistentes à presença do Prelado e faz- -lhe a devida reverência. Um dos assistentes apresenta o Eleito ao Prelado, com estas palavras ou outras semelhantes: Reverendíssimo Padre, Em nome da Comunidade deste mosteiro de N...., da Ordem de S. N...., da diocese de N...., apresentamo-vos o R. P. N...., Abade eleito deste mosteiro, e humildemente vos ped imos vos digneis conferir-lhe a bênção abacial. O Prelado pergunta: Sabeis se ele foi canonicamente eleito? O assistente responde: Sabemos, e servimos de testemunha. O Prelado diz: Graças a Deus. Tratando-se de um Abade com jurisdição sobre um território extra -diocesano, após a pergunta relativa à eleição canónica, o Prelado acrescenta: Tendes mandato apostólico? O assistente do Eleito responde: Sim, temos. Prelado: Leia-se. Todos se sentam enquanto se lê o respectivo documento. Finda a leitura, respondem todos: Graças a Deus. BÊNÇÃO D O ABADE 17 19. Seguidamente, todos se sentam, e o Prelado, a partir das leitu ras da Missa, dirige ao povo, aos religiosos e ao Eleito umas breves palav ras acerca do cargo de Abade. 20. Finda a homilia, o Eleito levanta-se e fica de pé diante do Prela do. Este faz-lhe um interrogatório nos seguintes termos: A antiga tradição dos santos Padres prescreve que, na pres ença do povo, se interrogue todo aquele que é escolhido para assumir, em nome de Cristo, o governo das almas, sobre os seus costumes e as qualidades que para tal cargo são exigidas. Firmados nesta mesma autoridade, irmão caríssimo, te interrogamos: Queres manter a decisão de guardar a Regra de S. N...., de ensinar os teus irmãos a observá-la, e de os impelir, por esta forma, à prática do amor de Deus, da vida evangélica e da caridade fraterna? Eleito: Sim, quero. Prelado: Queres, com a tua doutrina e exemplo, mais por obras que por palavras, ensinar aos teus irmãos o caminho da perfeição? Eleito: Sim, quero. Prelado: Queres conduzir para Deus os teus irmãos, não descurando jamais a salvação das almas que te estão confiadas? Eleito: Sim, quero. 18 RITO DA BÊNÇÃO DE UM ABADE Prelado: Queres administrar fielmente os bens do mosteiro, dispondo deles com sabedoria a favor dos irmãos, dos pobres e dos peregrinos? Eleito: Sim, quero. Prelado: Queres guardar perpétua fidelidade, obediência e reverência à Santa Igreja e ao Romano Pontífice e seus sucessores? Eleito: Sim, quero. Tratando-se de um Abade com jurisdição territorial, o Prelado acrescenta: Queres amparar e dirigir pelo caminho da salvação, com pied ade de pai, o povo que te foi confiado, com a ajuda dos presbíteros e diáconos, teus colaboradores no santo minist ério? Eleito: Sim, quero. Prelado: Queres, como bom pastor, ir em busca das ovelhas desgarradas e reconduzi-las ao redil do Senhor? Eleito: Sim, quero.