ebook img

Atlântico - grandes batalhas navais, descobrimentos heroicos, tempestades colossais e um vasto oceano com um milhão de histórias PDF

420 Pages·2012·5.11 MB·Portuguese
Save to my drive
Quick download
Download
Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.

Preview Atlântico - grandes batalhas navais, descobrimentos heroicos, tempestades colossais e um vasto oceano com um milhão de histórias

Este livro é para Setsuko e em memória de Angus Campbell Macintyre, imediato do rebocador sul-africano Sir Charles Elliott, que morreu em 1942, tentando salvar vidas, e cujo corpo jaz em algum ponto do oceano Atlântico Mais valeria a humanidade projetar uma viagem à Lua que tentar empregar o barco a vapor para vencer o tempestuoso Atlântico Norte. Dionysius Lardner, autor irlandês de livros de divulgação científica e conferencista, 1838 Sumário Prefácio — A partida de Liverpool Prólogo — Os começos de sua vida 1. Mogador, as ilhas da púrpura 2. Todos os baixios, todos os abismos 3. Ah! Quanta beleza, quanto poder! 4. O mar das lágrimas e da compaixão 5. Os que descem ao mar em navios, mercadejando nas grandes águas 6. Mudanças e degradação em todos os mares 7. A maré ciclônica tudo leva de roldão Epílogo — A sombra cai, esvai-se o mar Agradecimentos Glossário de termos talvez pouco conhecidos Lista de mapas e ilustrações Bibliografia Créditos das ilustrações Prefácio A partida de Liverpool A paixão oceânica que constitui a essência deste livro foi despertada em mim por um pequeno incidente, imprevisto mas inesquecível. A madrugada do domingo, 5 de maio de 1963, nascera clara e fria, e eu tinha dezoito anos. Estava só, viajando a bordo de um grande transatlântico, o Empress of Britain, que tinha parado de repente num ponto longínquo dos mares do norte, a leste dos Grandes Bancos da Terra Nova. Flutuávamos serenamente sobre um pequeno planalto submarino, a alguns quilômetros dos primeiros promontórios da América, numa área conhecida por oceanógrafos e pescadores como Flemish Cap. Foi nesse lugar que aconteceu um incidente meio curioso. Fazia cinco dias que tínhamos saído de Liverpool. A viagem começara na tarde de terça-feira, um dia de tempestade de vento que de uma hora para outra havia encrespado as águas do rio Mersey em filigranas de espuma. Foi então que divisei o navio em que ia fazer minha primeira travessia do oceano Atlântico. O que mais chamava a atenção eram seus costados, enormes e de um branco ofuscante — os três navios da Canadian Pacific eram conhecidos como White Empresses, as imperatrizes brancas —, no fim das ruas que desciam para o cais de Liverpool. Estava firmemente amarrado no Pier Head, o embarcadouro ao lado do velho Cais do Príncipe, com uma dúzia de cabos de cânhamo, grossos como um braço de homem, que o mantinham imóvel apesar do mau tempo. Mas, pela azáfama de última hora em torno do navio e pela fumaça que saía de sua chaminé amarela, ficava claro que ele já estava impaciente para largar. Com suas 25 mil toneladas de aço de Clydeside firmemente rebitadas, o Empress se preparava para navegar 4800 quilômetros para oeste, cruzando o oceano Atlântico, e eu tinha um bilhete para embarcar. Eu levara seis meses para poupar o necessário para a passagem. Devia ganhar um salário de fome, já que uma passagem para o Canadá não custava muito mais de cem dólares, desde que eu me dispusesse a ocupar um dos quatro beliches de um camarote sem vigia numa coberta tão abaixo da linha-d’água que quase se ouvia a água chacoalhando no fundo do porão. Entretanto, ainda que se tratasse de uma viagem econômica, com alojamento um degrau acima da terceira classe, mesmo a mais modesta das transações se fazia com dignidade e circunspecção na agência da Canadian Pacific, perto de Trafalgar Square. Aliás, a agência mais parecia uma catedral, toda em teca, mármore e silêncio, tendo nas janelas, iluminados, modelos em escala de famosos transatlânticos do passado. Talvez o tempo e a memória de colegial tenham distorcido um pouco as coisas, mas gosto de fantasiar que o funcionário que recebeu minhas economias, vestindo casaca e de pincenê, usando um emblema em relevo da empresa, com pinheiros, ursos-polares e castores, preencheu o bilhete à mão, metendo a pena num tinteiro e secando a tinta com um mata-borrão de papel cor-de-rosa. O bilhete dizia “Liverpool a Montreal, viagem no 115”, e me lembro bem de ter passado um bom tempo revirando esse precioso talismã de cá para lá, examinando-lhe os relevos, os entalhes, as marcas-d’água. Vinha dentro de uma capa de papelão grosso, branca e escarlate, com uma divisória contendo etiquetas de bagagem com barbantes encerados, além de adesivos com os dizeres “Desnecessário durante a viagem”, formulários de imigração, orientações sobre alfândega e vagas instruções a respeito da rotina de bordo. A que ficou gravada com mais nitidez em minha mente foi “11h00: Consommé no convés”. Acho que criei um apego meio doentio a esse bilhete, carregado de tanto simbolismo — liberdade, o Novo Mundo, aventura, o oceano Atlântico —, e naquela tarde de primavera, quando o entreguei a um comissário, no alto da prancha do portaló, vendo a estudada indiferença com que ele o recebia, devo ter aparentado tristeza, porque ele sorriu e o devolveu para mim. “Primeira vez?”, perguntou, gentilmente. “Fique com ele, então. Este é um oceano enorme, e você está num navio da White Empress, pronto para atravessá-lo. Nada mau! Guarde esse bilhete como a primeira lembrança da travessia.”

Description:
Neste livro de aventuras e escopo enciclopedico, Simon Winchester narra desde a formacao do oceano, com seus 6.400 km de largura maxima e profundidade media de quase 4 km, ate a historia mais recente, tornando o relato mais pessoal e proximo do leitor no principio, o tempo geologico corre numa veloc
See more

The list of books you might like

Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.