UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP CÂMPUS DE JABOTICABAL ASPECTOS DO AUTOCONTROLE DE RESÍDUOS DE AVERMECTINAS NO ABATE DE BOVINOS Camila Barbieri Prata Médica Veterinária 2014 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP CÂMPUS DE JABOTICABAL ASPECTOS DO AUTOCONTROLE DE RESÍDUOS DE AVERMECTINAS NO ABATE DE BOVINOS Camila Barbieri Prata Orientadora: Profª. Drª. Adolorata Aparecida Bianco Carvalho Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Unesp, Câmpus de Jaboticabal, como parte das exigências para a obtenção do título de Doutora em Medicina Veterinária, área de Medicina Veterinária Preventiva. 2014 Prata, Camila Barbieri P912a Aspectos do autocontrole de resíduos de avermectinas no abate de bovinos / Camila Barbieri Prata. – – Jaboticabal, 2014 x, 62 p. ; 28 cm Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, 2014 Orientador: Adolorata Aparecida Bianco Carvalho Banca examinadora: Ana Maria Centola Vidal Martins, Estevam Guilherme Lux Hoppe, Paulo Sérgio Jorge, Fabio Fernando Ribeiro Manhoso Bibliografia 1. Lactonas macrocíclicas. 2. Produto termoprocessado. 3. Fígado. 4. Músculo I. Título. II. Jaboticabal-Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias. CDU 619:614.3:636.2 Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação – Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação - UNESP, Câmpus de Jaboticabal. DADOS CURRICULARES DA AUTORA CAMILA BARBIERI PRATA – Nascida em 27 de Maio de 1982 na cidade de Campinas – SP. Concluiu o ensino médio no Colégio Santo André de Jaboticabal, em dezembro de 1999. Iniciou o curso de Medicina Veterinária, em março de 2001, na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal – UNESP, concluindo em dezembro de 2005. Durante o curso de graduação, participou do Programa de Educação Tutorial PET – CAPES Medicina Veterinária, sendo voluntária durante o período de agosto de 2002 a abril de 2004, tornando-se bolsista, a partir dessa data, até junho de 2005. De agosto de 2002 a julho de 2003, realizou trabalho de iniciação científica, com bolsa CNPq/PIBIC, intitulado Susceptibilidade In Vitro de cepas de Staphylococcus spp isoladas de propriedades leiteiras caprinas. Ao final da graduação, participou do programa US-Brazil Higher Education Consortia, um convênio CAPESFIPSE, junto às universidades University of Louisiana – LSU e University of Minnesota – UMN, com início em agosto de 2005 e término em dezembro do mesmo ano, com a apresentação do Trabalho de Graduação intitulado Novas Abordagens para o controle da Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos. Ingressou, em agosto de 2007 no curso de Mestrado em Microbiologia Agropecuária do programa de Pós-Graduação da FCAV – UNESP de Jaboticabal. Obteve o título em novembro de 2009 com a dissertação Ocorrência de Escherichia coli O157:H7 em bovinos abatidos em estabelecimento habilitado à exportação na cidade de Barretos – SP, Brasil. Em abril de 2006, foi contratada pela Empresa JBS, onde atualmente atua como coordenadora de Rastreabilidade no departamento de Garantia de Qualidade. Iniciou no curso de Doutorado em Medicina Veterinária, área de Medicina Veterinária Preventiva do programa de Pós- Graduação da FCAV – UNESP de Jaboticabal em abril de 2010. DEDICATÓRIA A meus pais, Terei meu par de asas cujo vôo se levanta desses que me dão a sombra onde eu cresço - como, debaixo da árvore, um caule e sua flor. (Lya Luft) AGRADECIMENTOS A minha orientadora, Profa. Dra. Adolorata Aparecido Bianco Carvalho. A receptividade e a orientação, somados ao apoio, ensino e confiança foram fundamentais para a realização deste trabalho. Aos professores Dra. Angela Cleusa de Fátima Banzatto de Carvalho, Dra. Karina Paes Bürguer, Dr. Estevam Guilherme Lux Hoppe, Dr. Luís Guilherme de Oliveira, Dra. Ana Maria Centola Vidal Martins, Dr. Paulo Sérgio Jorge e Dr. Fabio Fernando Ribeiro Manhoso pelo incentivo e pelas valiosas sugestões para o aprimoramento deste trabalho. A Cidinha Tostes por toda a ajuda durante a correria e prazos a cumprir, muito obrigada! A Rafael Massa pelo auxílio com a estatística. Às equipes da Garantia de Qualidade e Rastreabilidade das unidades, responsáveis pela execução do programa de resíduos. Aos colegas da Garantia da Qualidade Corporativa, pelo tempo despendido e os ensinamentos que possibilitaram a realização deste trabalho. Em especial, Emília Raucci, Camila Brossi, Douglas Castro e Rodrigo Stelin, muito obrigada pelo apoio. A Bassem Akl Akl, por compreender a importância deste trabalho e pelo incentivo durante sua realização. A minha família, pelo carinho incondicional, ensinamentos e críticas, compreensão e principalmente pelo amor demonstrado todos os dias. Aos meus queridos irmãos, Bruno e Alexandre, que torceram pela realização deste trabalho. A meus pais, Alda e Luiz, fonte maior de inspiração, pelo exemplo de vida e caráter. Amo vocês! i SUMÁRIO Página RESUMO....................................................................................................... iii ABSTRACT.................................................................................................... iv LISTA DE TABELAS...................................................................................... v LISTA DE FIGURAS...................................................................................... vii LISTA DE ABREVIATURAS.......................................................................... ix 1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA............................................................ 1 2. REVISÃO DA LITERATURA...................................................................... 3 2.1 Contexto................................................................................................ 3 2.2 O caso das avermectinas..................................................................... 5 2.3 Avermectinas........................................................................................ 8 2.3.1 Propriedades das avermectinas................................................... 9 2.3.2 Depleção de resíduos de lactonas macrocíclicas em 11 tecidos......................................................................................... 2.3.3 Fatores que afetam a ocorrência de avermectinas em tecidos 13 animais........................................................................................ 2.3.4 Monitoramento de resíduos de avermectinas em alimentos........ 14 2.4 Cronologia da reação oficial do Brasil baseada nas legislações 14 publicadas........................................................................................... 3. OBJETIVOS............................................................................................... 22 3.1 Objetivo geral........................................................................................ 22 3.2 Objetivos específicos............................................................................ 22 4. MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................... 23 4.1 Amostragem.......................................................................................... 23 4.2 Coleta das amostras............................................................................. 23 4.3 Determinação quantitativa de avermectinas através do método 24 ELISA.................................................................................................. 4.3.1 Preparo das amostras................................................................... 25 4.3.2 Procedimento da Reação ELISA.................................................. 26 4.3.3 Determinação da curva padrão e interpretação dos resultados... 26 ii 4.3.4 Compilação dos resultados........................................................... 26 4.3.5 Avaliação dos resultados.............................................................. 27 4.4 Estatística............................................................................................. 27 4.5 Ações de extensão rural realizadas junto aos produtores.................... 28 4.5.1 Envio e recebimento da Carta de Garantia do Produtor............... 28 4.5.2 Visitas a propriedades rurais........................................................ 28 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................. 29 6. CONCLUSÕES.......................................................................................... 53 7. REFERÊNCIAS......................................................................................... 55 iii ASPECTOS DO AUTOCONTROLE DE RESÍDUOS DE AVERMECTINAS NO ABATE DE BOVINOS RESUMO - As mudanças nos controles internacionais dos alimentos visando sua inocuidade se efetivaram com a mudança de século, tendo como base a Análise de Riscos e a Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle. Para os resíduos químicos, apesar de problema pré-existente, a situação só ganhou notoriedade a partir de 2010 com a detecção da presença de resíduos de avermectinas em produtos cárneos brasileiros exportados para os Estados Unidos e União Europeia. A partir de então, várias medidas de mitigação foram inseridas no conjunto rotineiro de autocontroles pelas empresas processadoras. Neste trabalho objetivou-se verificar a praticidade e eficácia dessas medidas para o controle efetivo dos processos, segregando animais abatidos que pudessem contribuir para níveis inaceitáveis do perigo, com base na monitoração de resíduos de avermectinas em duas matrizes amostrais, fígado e músculo de bovinos abatidos. Para a matriz músculo foram analisados 81.565 lotes de animais, com 1,41% desses ou 1.153 lotes que apresentaram resíduos de avermectinas superiores ao LMR de 10µg/kg durante os anos de 2010 e 2011. A partir de 2012 utilizou-se a matriz fígado, sendo analisadas 77.056 amostras. Dessas, 29.267 ou 37,98% apresentaram positividade para resíduos, sendo que 4.602 ou 5,97% foram superiores ao LMR de 100µg/kg. Os resultados analíticos demonstram, até agora, agravamento do problema no elo primário da produção de carne bovina brasileira. Palavras-chave: lactonas macrocíclicas, produto termoprocessado, fígado, músculo. iv ASPECTS OF SELF-CONTROL OF AVERMECTINS RESIDUES AT BOVINE SLAUGHTER ABSTRACT - Changes in international food controls aiming their safety occurred with the change of the century, based on the Risk Analysis and Hazard Analysis and Critical Control Points. For chemical residues, although a pre-existing problem, the situation only gained notoriety after 2010, with the presence of avermectin residues in Brazilian meat products exported to the United States and European Union. Since then, several mitigation measures were incorporated in the routine set of self-controls the processing companies.This work aimed to verify the practicality and effectiveness of these measures for effective control of processes, segregating slaughtered animals that could contribute to unacceptable levels of risk, based on monitoring of avermectins residues in two sample matrices, liver and muscle of cattle slaughtered. For the muscle matrix were analyzed 81,565 batches of animals, with 1,153 or 1.41% batches whose residues were above the avermectin MRL (Maximum Residue Level) of 10μg/kg during the years 2010 and 2011. from 2012 was used the liver matrix , with 77,056 samples being analyzed. Of these, 29,267 or 37.98% were positive for residues, with 4,602 or 5.97% above the MRL of 100μg/kg. The analytical results shown so far, the aggravation of problems at the primary link of the production chain of Brazilian beef. Keywords: macrocyclic lactones, term processed product, liver, muscle.
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