Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha Edição outubro/2010 Transcrição: Eliane Condinho Copidesque: Adriana Santos Revisão: Marcelo Ferreira Capa e Diagramação: Junio Amaro Introdução Não sou um especialista nas questões referen- tes ao ramo militar, mas sei de algumas informações acerca dos soldados, como por exemplo, a de que não basta apenas ter preparo físico para ser bom combatente. Não basta apenas também ser discipli- nado ou ter um uniforme militar. O soldado precisa de armas. E mais que isso: saber quando e como usá-las. Muitas vezes, a ênfase fica apenas no uni- forme ou na indumentária; outras vezes, no preparo físico deste, na sua sabedoria ou no seu intelecto. Tudo isso é importante. Mas muitos soldados, mu- nidos de tudo isso, ficam à margem do caminho no 5 combate. Isso acontece também no combate espiri- tual, uma vez que estamos envolvidos numa guerra sem tréguas contra as trevas. Por isso, é fundamen- tal e necessário conhecer as armas para o combate e não apenas possuir algumas características de um soldado. E é sobre as armas espirituais que nós, sol- dados do Senhor devemos ter e manejar que quero discorrer, para que saibamos “combater o bom com- bate”, como diria o apóstolo Paulo em sua carta ao seu filho na fé, Timóteo (ITm 1.18; 6.12.) Abra o co- ração e receba do Senhor o que Ele tem a ministrar na sua vida. Boa leitura! 6 ImplIcações Antes que prossiga na leitura do livro, gostaria que lesse comigo o texto do evangelho de Lucas, capítulo 12, versículo 32: “Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino.” A Escritura diz que o Reino de Deus, a sua bênção, é para mim, é para você. O Reino de Deus não é um espaço geográfico. É o próprio domínio do Rei em nossas vidas. “...o Pai agradou dar-vos o seu reino”. Em Mateus, capítulo 11, verso 12, tam- bém está escrito: “Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele.” Embora no contexto 7 do verso Jesus esteja se referindo a uma violência natural, àqueles que queriam tomar e dominar o Reino com base na violência, dá para extrair desse verso bíblico a implicação também de determina- ção e empenho. A palavra esforço significa “violên- cia, guerra, batalha”. O Reino de Deus é também violência espiritual. O reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam, se apoderam dele. Je- sus falou na oração que nos ensinou que devemos pedir para que o Reino venha: “Venha o teu reino.” (Mateus 6.10.) Se você pode pedir para que o Reino de Deus venha, isso quer dizer que você não deve esperar pelas suas bênçãos apenas no céu, pela ma- nifestação futura da era vindoura. O Reino de Deus é também aqui, agora, no sentido do cumprimento da sua vontade em nossa vida. Bem, estendemos que podemos pedi-las, mas para tê-las, devemos nos esforçar. E esse esforço acontece de que maneira? Será o esforço físico? Vamos ler 1 Pedro, capítulo 5, versículo 8 e 9: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que so- frimentos iguais aos vossos estão se cumprindo na 8 vossa irmandade espalhada pelo mundo.” Entenda isso: você tem um adversário, que está longe de ser amigo. O seu verdadeiro amigo é Jesus, a quem você deve amar, obedecer e de quem deve testemunhar. Já o diabo, você precisa odiar. Não ser complacente com ele, mas odiar suas obras. Jesus falou por meio de João: “Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele.” (1 João 2.15b.) A fé evangélica é radical: ama ou odeia. É vida ou morte. É luz ou trevas. Não há um meio intermediário. Não existe uma “terra de ninguém”. Algo que você precisa guardar no coração é que há uma luta sendo travada no mundo espiritual e que você tem um adversário que procura exata- mente matar, roubar e destruir. Ele é também cha- mado na Bíblia de “enganador”, que tem enganado a tantas pessoas. Ele tem criado situações, priva- ções, conflitos os mais horrorosos, e, muitas vezes, as pessoas permitem que tudo isso aconteça. Ima- gine a seguinte situação: você, homem, está den- tro de casa e de repente, alguns malfeitores entram para molestar a sua esposa e os seus filhos. O que você iria fazer? Iria ficar de braços cruzados, sim- plesmente olhando? Eu creio que não. Eu creio que 9 você, que é uma ovelha, viraria um leão. Investiria contra eles, jamais ficaria passivo, não é verdade? Ainda que não tenha condições no momento, por dentro, a vontade é de partir como leão sobre o ini- migo, o intruso. No mundo espiritual também há os malfeitores que podem estar invadindo a sua casa. O diabo e seus demônios podem estar atacando a sua família e você pensando ser “coisa do destino”. Como disse, você precisa guardar no seu coração que há um ad- versário contra quem você deve lutar. Mas, por ou- tro lado, precisa tomar posse da vida vitoriosa que o Senhor reservou para você e que já foi conquistada por Jesus na cruz. A Palavra diz que se você resistir ao diabo, ele irá fugir. Não é você quem vai fugir do diabo. É ele quem vai fugir de você. Ao lermos sobre a armadura espiritual do cristão, podemos perceber que esta cobre somente o lado de frente. “E vestin- do-vos da couraça da justiça, calçai os pés com a pre- paração do evangelho da paz; embraçando sempre o escudo da fé, tomai o capacete da salvação e a espada do Espírito.” (Efésios 6.15-17.) Paulo toma empresta- do de seu contexto e sua vivência para falar da ar- madura de Deus. A referência é sobre a infantaria 10
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