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Aquilino, Agustina, conto popular, adivinhas e outras rimas Edição do A PDF

286 Pages·2013·1.12 MB·Portuguese
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FRANCISCO TOPA OLHARES SOBRE A LITERATURA INFANTIL — Aquilino, Agustina, conto popular, adivinhas e outras rimas Edição do Autor Porto — 1998 Para a Teresa e para a Joana, para o Armando e para a Quicas Para Albertina Ramos, Carolina Fragoso, Fátima Machado e Manuel Duarte ÍNDICE Apresentação ............................................................................................................ 7 I. Em torno da obra infantil de Aquilino Ribeiro ..................................................... 9 II. Agustina e o outro lado da infância .................................................................. 43 III. A História de João Grilo – Do conto popular português ao cordel brasileiro . 51 IV. Adivinhas – Duas colecções particulares da primeira metade do século ….... 91 V. Na Ponta da Língua – 65 novos textos e algumas reflexões sobre as respostas prontas ................................................................................................................. 117 VI. As Crianças e os Nomes – 20 novas rimas onomásticas ............................... 147 VII. As Condições das Senhoras segundo os seus nomes ................................... 153 VIII.P’ra que nunca mais te esqueça – Os versos dos álbuns infanto-juvenis .. 177 APRESENTAÇÃO Parente pobre da literatura maior, a literatura infantil é sistematicamente víti- ma da desatenção da instituição literária, que assim se mostra insensível a textos e microtextos que não raro se revelam bem adultos e encerram autênticas preciosida- des de estilo, de inteligência, de graça. É isso que procuraremos mostrar através dos oito artigos que compõem este volume. Como o leitor terá oportunidade de verificar, a sua submissão a um tema mais ou menos comum não impede a diversidade de perspectivas, que aliás decorre da diversidade da própria literatura infantil. Assim, os dois primeiros capítulos são dedicados à literatura infantil escrita, abordando a obra para crianças de dois auto- res consagrados da literatura portuguesa: Aquilino Ribeiro e Agustina Bessa-Luís. Em contrapartida, os quatro estudos seguintes são consagrados a áreas da literatura oral que as crianças têm feito sua: o conto popular, as adivinhas e as chamadas rimas infantis. Procurando contribuir para a superação das lacunas ao nível da constituição dos corpora dessas modalidades literárias, três destes capítulos – o IV, o V e o VI – apresentam em apêndice uma recolha de textos inéditos, que nos ser- vem de ponto de apoio para as reflexões que apresentamos sobre cada uma delas. O sétimo capítulo é o único que foge ao tema que domina o volume. Aprovei- tando a abordagem das rimas onomásticas feita no capítulo anterior, apresentamos aí dois textos adultos em torno do motivo dos antropónimos. Inéditos e anónimos, FRANCISCOTOPA _________________________________________________________________________ estes dois poemas setecentistas apresentam vários aspectos de interesse – embora numa área mais próxima da história cultural – que justificam a sua publicação. Na verdade, como o leitor terá oportunidade de confirmar, o antropónimo não é mais do que um pretexto para a reflexão jocosa, pontuada de traços misóginos, sobre a condição feminina. Mesmo assim, estamos em crer que, quanto mais não seja que pelo facto de evidenciar uma diferente utilização de um motivo caro à criança, o capítulo acaba por não ficar deslocado do conjunto. O volume encerra com o estudo de uma curiosa modalidade das rimas infantis de que não conhecemos referência anterior e a que, à falta de designação consagra- da, decidimos chamar autógrafos rimados. Dada a novidade do tema, apresentamos em apêndice uma amostra com 427 textos deste tipo. Antes de terminar, importa ainda dizer que quatro dos artigos tinham já sido publicados em revista, como vai indicado nos lugares respectivos. Todos eles foram no entanto objecto de alterações mais ou menos significativas. Os restantes foram escritos propositadamente para este volume. - 8- I. EM TORNO DA OBRA INFANTIL DE AQUILINO RIBEIRO * 0. Este trabalho pretende estudar brevemente as obras de Aquilino Ribeiro integráveis na literatura infantil. O nosso objectivo não consiste apenas em mostrar de forma satisfatória os motivos por que todos os que a elas se têm referido de pas- sagem as consideram como autênticas obras-primas, mas também em apreender – com base no percurso por elas desenhado, e levando também em consideração os prefácios que as acompanham e as reflexões que a propósito delas Aquilino fez noutras circunstâncias – uma orientação nova no contexto da literatura infantil por- tuguesa, até porque particularmente autêntica, em sintonia com o Aquilino que os leitores das suas obras adultas conhecem. 1. Literatura infantil Dado que o significado e o referente da expressão «literatura infantil» conti- nuam pouco claros – apesar de as actividades que os tomam como suporte conhe- * Este artigo retoma, com alterações, o trabalho que, sob o mesmo título, o autor publicou na revistaRurália, n.º 2, Arouca, 1992. FRANCISCOTOPA _________________________________________________________________________ cerem uma expressão e uma actividade cada vez mais acentuadas –, começaremos por reflectir sobre o tema. O primeiro aspecto a notar tem a ver com o facto de se tratar de um fenómeno relativamente recente, embora importe reconhecer que, antes do aparecimento de uma literatura infantil escrita, existia uma importante literatura oral, que sempre encontrou na criança e no jovem um emissor / receptor privilegiado. Considerando- a ou não como uma espécie de pré-história da primeira, é impossível deixar de reconhecer que ela constituiu desde sempre um filão fundamental e uma constante fonte de inspiração para a literatura infantil propriamente dita. O seu marco inicial é geralmente fixado em 1697, data em que Charles Per- rault publicou Histoires ou Contes du Temps Passé. No entanto, a literatura infantil só se afirmaria em definitivo no Romantismo, na medida em que, como escreveu Aguiar e Silva, «O código semântico-pragmático da literatura romântica, ao privi- legiar o sonho, a transracionalidade, a ingenuidade (enquanto valor contraposto a artisticidade), os mitos do paraíso perdido, da pureza originária e da inocência primordial, possibilitava atribuir à temática da literatura infantil e aos textos literá- rios destinados às crianças uma relevância que implícita e explicitamente lhes era recusada pelas poéticas aristotélica e horaciana e pelas poéticas delas derivadas»1. Mas a afirmação e o desenvolvimento da literatura infantil não decorreram apenas de mudanças no sistema literário. Para isso contribuíram decisivamente as trans- formações sociais, culturais, ideológicas e económicas verificadas na primeira metade do século passado e que vieram atribuir aos problemas da educação uma importância crescente. No plano que nos interessa, as consequências mais imedia- tas foram o aumento progressivo da alfabetização das crianças, que começam a 1 «Nótula sobre o conceito de literatura Infantil», in Domingos Guimarães de Sá, A Literatura Infantil em Portugal. Achegas para a sua história (Catálogo bibliográfico e discográfico), Braga, Editorial Franciscana, 1981, p. 13. - 10-

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