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ANTÔNIO CARLOS MURICI I PDF

132 Pages·2001·0.43 MB·Portuguese
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FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DO BRASIL (CPDOC) Proibida a publicação no todo ou em parte; permitida a citação. Permitida a cópia xerox. A citação deve ser textual, com indicação de fonte conforme abaixo. MURICY, Antônio Carlos da Silva. Antônio Carlos Murici I (depoimento, 1981). Rio de Janeiro, CPDOC, 1993. 768 p. dat. ANTÔNIO CARLOS MURICI I (depoimento, 1981) Rio de Janeiro 1993 2 Ficha Técnica tipo de entrevista: história de vida entrevistador(es): Aspásia Alcântara de Camargo; Ignez Cordeiro de Farias; Lucia Hippolito levantamento de dados: Lucia Hippolito pesquisa e elaboração do roteiro: Lucia Hippolito sumário: Ignez Cordeiro de Farias conferência da transcrição: Ignez Cordeiro de Farias copidesque: Elisabete Xavier de Araújo técnico de gravação: Clodomir Oliveira Gomes local: Rio de Janeiro - RJ - Brasil data: 17.02.1981 a 20.05.1981 duração: 57h 20min fitas cassete: 58 páginas: 768 Entrevista realizada no contexto da pesquisa "Trajetória e desempenho das elites políticas brasileiras", parte integrante do projeto institucional do Programa de História Oral do CPDOC, em vigência desde a sua criação em 1975. O entrevistado procurou o Programa de História Oral do CPDOC interessando em gravar seu depoimento. temas: Antônio Carlos Muricy, Castelo Branco, Clube Militar, Comunismo, Costa e Silva, Crise de 1954, Crise de 1955, Crise de 1961, Escola Militar, Escola Superior de Guerra, Escola de Comando do Estado Maior do Exército, Exército, Golpe de 1964, Governo Castelo Branco (1964-1967), Governo Emílio Médici (1969-1974), Governo Getúlio Vargas (1951-1954), Governo João Goulart (1961-1964), Governo Jânio Quadros (1961), Leonel Brizola, Miguel Arraes, Militares, Ministério da Guerra, Política Regional, Repressão Política, Revolução Constitucionalista (1932), Revolução de 1930, Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Tenentismo, Terrorismo. Antônio Carlos Murici I Sumário 1ª Entrevista: 17.02.1981 Origem familiar; lembranças do pai; a Revolução de 1893; o avô; Curitiba; o pacto de sangue; família materna; formação escolar e religiosa; recordações da infância; o Paraná; o Colégio Militar; Primeira Guerra Mundial; professores e colegas do Colégio Militar; a Escola Militar; os irmãos; idéias comunistas no Colégio Militar; reflexos do levante de 1922 na Escola Militar; prisão em 1932; a Missão Francesa; escolha da arma; recordações da juventude; leituras; a mãe; promoções no Exército; estado de sítio durante o governo Bernardes; transformações do Brasil; discurso proferido na saída do Estado-Maior; influência de Alberto Torres e Oliveira Viana na formação da juventude; luta política e luta ideológica; o Exército como fator de integração nacional; Coluna Prestes; os revoltosos e os militares; companheiros da Escola Militar; no 1º RAM; Mascarenhas de Moraes e o 1º RAM; major Dalmo Ribeiro de Rezende; os brigadas e os subtenentes; Álcio Souto; o Exército e a formação de lideranças. 2ª Entrevista: 20.02.1981 A instrução na Escola Militar; vida no 1º RAM; a questão da antiguidade no Exército; a Missão Francesa e a preocupação com o esporte; esgrima; o casamento e os primeiros anos de casado; conspiração para a Revolução de 1930; o assassinato de João Pessoa; manobra conjunta do Exército e da Marinha em 1930; Revolução de 1930; a Vila Militar e a Revolução de 1930; o brigada Pereira; inquéritos após a Revolução de 1930. 3ª Entrevista: 24.02.1981 Origem do nome Muricy, atividades profissionais da primeira mulher; hierarquia no Exército e a Revolução de 1930; transferência para o 5º Grupo de Artilharia de Montanha em Curitiba; Revolução de 1930 no Paraná; ambiente militar em 1931 no Paraná; infiltração comunista após a Revolução de 1930; força dos tenentes adquiridas com a Revolução de 1930; organização dos Grupos-Escola; como instrutor no CPOR do Rio de Janeiro; rabanetes e picolés; agitações em 1932; Revolução de 1932; a Revolução de 1932 e a hierarquia no Exército; o ministério Leite de Castro e sua substituição por Espírito Santo Cardoso; organização do CPOR; prisão em 1932; Revolução de 1932 no vale do Paraíba; a bateria 120; Filinto Müller; a rendição paulista. 4ª Entrevista: 26.02.1981 Companheiros da vida militar; anulação da punição aos rabanetes; promoções; família Geisel; a desmobilização após a Revolução de 1932; volta para o CPOR do Rio de Janeiro; Canrobert Pereira da Costa; crescimento das agitações comunistas no Brasil; surgimento do integralismo; Plínio Salgado; na Escola de Aperfeiçoamento (1934); os cursos no Exército e a metodologia; comentários sobre as duas esposas; primeiros contatos com dom Helder; como instrutor na Escola de Aperfeiçoamento em 1935 e 1936; levante comunista de 1935; funções do Estado-Maior; concurso para Escola de Estado-Maior; Castelo Branco; curso na Escola de Estado-Maior; comentários sobre a Segunda Guerra Mundial e a Missão Francesa; de Gaulle e Guderian; os instrutores no curso de Estado-Maior; comparação entre o Exército francês e o americano. 5ª Entrevista: 10.03.1981 Na Escola de Estado-Maior; o Estado Novo; o Plano Cohen; os militares e os políticos; os instrutores na Escola de Estado-Maior; início da Segunda Guerra Mundial e os brasileiros em relação a ela; manobra no Rio Grande do Sul no final do curso de Estado-Maior; a questão da arregimentação; no 1º Grupo do 3º Regimento de Artilharia Mista em Curitiba; privilégios dos oficiais com curso de Estado-Maior; transferido para o 3º de Artilharia também em Curitiba; estágio 4 do curso de Estado-Maior; 2ª Seção da Região Militar no Paraná; as comunidades estrangeiras no Sul durante a Segunda Guerra Mundial; primeiros contatos com Golbery do Couto e Silva; como instrutor na Escola de Estado-Maior; tática e estratégia; organização da FEB; Escola de Leavenworth; o general Trusdel; viagem para Leavenworth; o Exército americano; novamente como instrutor na Escola de Estado-Maior; Castelo Branco como instrutor-chefe da Escola de Estado-Maior após a guerra; o general Lott, comandante da Escola de Estado-Maior; Floriano de Lima Bravner, Castelo Branco, Costa e Silva, Amauri Kruel e Lott; a Lei da Praia. 6ª Entrevista: 11.03.1981 Tenente-coronel em 1946; Álcio Souto e Canrobert; o ano de 1946 na Escola de Estado-Maior; comandando a unidade de Cachoeira (RS); Estilac Leal; características do chefe militar; doença da mulher; no gabinete do ministro da Guerra (1947-50); enfarte em 1949; disciplina no Exército; comentários sobre o Ministério da Guerra; Pedro Geraldo da Almeida; Newton Reis; a anistia de 1945 e suas conseqüências; o papel da Casa Militar; relações políticas entre os generais Dutra e Canrobert; tentativa de intervenção em São Paulo no governo Dutra; a cassação do Partido Comunista; Intentona de 1935; tentativa de candidatura de Canrobert à presidência da República; Eduardo Gomes x Getúlio Vargas (1950); questão do petróleo e do xisto de Taubaté; eleições no Clube Militar (1950); Estilac Leal e o curso de Estado-Maior; Estilac Leal no Ministério da Guerra; criação do posto de general-de-exército; membro do corpo permanente da Escola Superior de Guerra. 7ª Entrevista: 13.03.1981 A Escola Superior de Guerra; o conceito de segurança nacional; Inglaterra e França na Segunda Guerra Mundial; a Primeira Guerra Mundial e a noção de estratégia; companheiros de trabalho na ESG; finalidade da ESG; estagiário e membro do corpo permanente da ESG; metodologia da ESG; aproximação entre civis e militares na ESG; monopólio estatal do petróleo; origens da ESG; viagens de estudo; formulação do conceito de segurança nacional; os documentos L; mudança do currículo (1952); Golbery do Couto e Silva; CEMCFA; conferencistas condados para a ESG; Cordeiro de Farias e Juarez Távora; Conselho de Segurança; Golbery e Ernesto Geisel; estudos sobre planejamento. 8ª Entrevista: 18.03.1981 Método de trabalho na Escola Superior de Guerra; áreas estratégicas; doutrina de segurança nacional e SNI; a política e a ESG; o monopólio estatal do petróleo; Cordeiro de Farias e a ESG; eleições no Clube Militar; nacionalismo; comunismo e Forças Armadas; o Clube Militar; Cruzada Democrática; segundo governo Vargas; Manifesto dos Coronéis; Getúlio Vargas; ministros da Guerra no Segundo governo Vargas; EMFA; ligações com a Aeronáutica; Jurandir Mamede, Siseno Sarmento, Juarez Távora, Cordeiro de Farias, Bejo Vargas, Gregório Fortunato; Carlos Lacerda na Escola Superior de Guerra; crise política de 1954; a Aeronáutica em 1954; assembléia no Clube Militar; acirramento da crise e suicídio de Vargas; a carta-testamento; manifesto dos generais contra Getúlio; tentativas de organização de república sindicalista durante o governo Vargas; o DIP; Getúlio Vargas; escolha de Lott para ministro da Guerra no governo Café Filho; candidaturas para a presidência da República em 1954; a morte da mulher; conversa com o ministro da Guerra sobre sua nova classificação; nomeação para o Grupo de Artilharia de Costa Ferroviário em Niterói (1955); a Artilharia de Costa; contatos com antigos companheiros da ESG e do EME; o 11 de novembro de 1955; reunião no gabinete do comandante da Artilharia de Costa; conspirações contra o 11 de novembro. 9ª Entrevista: 19.03.1981 Companheiros do Grupo de Artilharia de Costa Ferroviário; doença do general Canrobert; reunião no Clube da Aeronáutica pelo aniversário da morte do major Vaz; morte do general Canrobert; 5 discurso de Mamede no enterro de Canrobert e suas conseqüências políticas; os militares no governo Café Filho e as articulações contra Juscelino; Juarez Távora candidato à presidência da República; a máquina governamental nas eleições; Cordeiro de Farias no 11 de novembro; a Artilharia de Costa na crise de 1955; o 11 de novembro de 1955; prisões em novembro de 1955; articulações contra J.K., reunião de generais na casa do general Denys; Jacareacanga e Araganças; convite para chefiar a Missão Militar Brasileira em Washington; conversa com o ministro Lott antes de embarcar para os Estados Unidos; general Lott; Coelho dos Reis; o episódio da espada de ouro e a atuação de Castelo Branco; Ademar de Queirós; Ariel Pacca; viagem para os Estados Unidos; na Missão Militar Brasileira em Washington; o segundo casamento (1956); o lançamento do Sputinik; o episódio com o Batalhão Suez; viagem de volta ao Brasil; general Moura; ligações com dona Darcy Vargas e Amaral Peixoto em Washington; considerações sobre a família; comandante do CPOR no Recife; promoção a general; Orlando e Ernesto Geisel em 1955; acordo entre o general Denys e Jânio Quadros; contatos com os antigos companheiros enquanto esteve fora do Rio; os signatários do Manifesto dos Coronéis. 10ª Entrevista: 23.03.1981 Os discursos de Canrobert e Mamede; no comando do CPOR do Recife; a família da mulher e as amizades no Recife; Antônio Baltar; os grupos de casais; a esquerda em Pernambuco; eleição de Arrais para prefeito do Recife; Francisco Julião e as Ligas Camponesas; a Igreja e os problemas sociais no Nordeste; Lott x Jânio; o governo Cid Sampaio; Juscelino Kubitschek, Aragarças e a construção de Brasília; a integração do país; a ESG e os grandes problemas brasileiros; comparação entre Brasília e Washington; a industrialização e a agricultura no Brasil; Juarez Távora, ministro da Agricultura; promoção a general e transferência para Cruz Alta; conversa com o ministro da Guerra, general Denys; viagem do Recife para Cruz Alta; no comando da guarnição de Cruz Alta; o governo Brizola; chefe do Estado-Maior do III Exército; ambiente militar no III Exército; contatos com o governo gaúcho; a greve dos bondes em Porto Alegre; visita de Jânio Quadros a Ponta Grossa e contato com Machado Lopes, comandante do III Exército; promoção de Machado Lopes e reunião dos generais do III Exército; preparativos para a viagem de Jânio Quadros a Porto Alegre (agosto de 1961); relações entre Brizola, Jânio e Machado Lopes; os militares e Jânio Quadros; efeitos do discurso de Carlos Lacerda (agosto de 1961). 11ª Entrevista: 24.03.1981 Pronunciamento de Lacerda (24.08.1961); a comemoração do Dia do Soldado em Porto Alegre; a renúncia de Jânio Quadros; crise política de agosto de 1961; o III Exército e o governo gaúcho na crise de 1961; a Cadeia da Legalidade; a questão da posse de Jango; general Machado Lopes na crise de 1961; o Rio Grande do Sul e o comando central; viagem ao Rio de Janeiro para contatos com os militares; viagem de volta a Porto Alegre; Jânio em Cumbica após a renúncia; discussão com Machado Lopes e entrega do cargo; encontro de Machado do Lopes e Brizola no palácio Piratini; abandonando Porto Alegre; no Rio de Janeiro e em contato com Cordeiro Farias, novo comandante do III Exército; o parlamentarismo; Brizola e Jango; Jânio Quadros e a renúncia; as Forças Armadas e o congresso em relação a Jânio Quadros e a renúncia; Brizola. 12ª Entrevista: 26.03.1981 Chabi Pinheiro; conferência sobre guerra revolucionária em Natal; no Rio de Janeiro sem comissão; viagem ao vale do Urucuia; dispersão dos militares antijanguistas; o ministro Segadas Viana; transferência para Natal (1962); Cordeiro de Farias e Machado Lopes no comando do III Exército; Tancredo Neves; San Tiago Dantas; o parlamentarismo; guerra revolucionária; no comando da 7ª Região Militar; ambiente político e social no Nordeste; luta contra o comunismo; a cartilha do Movimento de Cultura Popular e o método Paulo Freire; Francisco Julião; a Igreja e os problemas sociais; ligação com os intelectuais; campanha de Arraes para o governo de Pernambuco; Germano Coelho; João Cleofas; contatos com os antigos companheiros da ESG e do Clube Militar; os 6 militares no IV Exército; Costa e Silva e Castelo Branco como comandantes do IV Exército; Argentina Castelo Branco; ligações com o general Muniz de Aragão; relações com os subordinados; atuação da Igreja no Rio Grande do Norte; dom Eugênio Sales; o governador Aluísio Alves; o ambiente no Rio Grande do Norte; o prefeito de Natal; 13ª Entrevista: 01.04.1981 Comparando Pernambuco e Alagoas; início das agitações no governo João Goulart e o papel do Exército; guerra revolucionária; formação da opinião pública; viagens do embaixador Lincoln Gordon e de Leonel Brizola a Natal; discurso de Brizola e sua repercussão; cerimônia no quartel- general em desagravo ao general Muricy; viagem ao Recife e encontro com Castelo Branco; manifestações de apoio ao entrevistado; a conferência sobre guerra revolucionária e suas conseqüências; Castelo Branco no comando do IV Exército; o ministro da Guerra Jair Dantas Ribeiro; transferência para a Subdiretoria da Reserva; comportamento dos militares no Nordeste; conspiração no Rio de Janeiro; contatos com o general Golbery e com o IPES. 14ª Entrevista: 02.04.1981 O ambiente político em 1963; conspiração no Rio de Janeiro e em São Paulo; Costa e Silva e Castelo Branco na conspiração; Cordeiro de Farias; a Escola Militar nas crises políticas; os grandes núcleos revolucionários; convite para comandar a tropa mineira; o general Mourão Filho; a conspiração em Minas Gerais; o general Denys; o documento LEEX; Amauri Kruel e a revolução em São Paulo; João Goulart; março de 1964 e a notícia de golpe organizado pelo governo; últimos preparativos para o levante; os civis na revolução; o IPES; general Golbery; os estados-maiores de Castelo Branco e de Costa e Silva na conspiração de 1964; levante em Minas Gerais. 15ª Entrevista: 06.04.1981 Revolução de 1964 em Minas Gerais; generais Mourão, Guedes e Denys; os generais e a revolução; o Destacamento Tiradentes; arrancada em direção ao Rio de Janeiro; adesões durante a marcha; o grupo de artilharia do 1º Regimento Floriano; a tropa do general Cunha Melo; primeiras notícias da queda do governo; negociações com a tropa do general Cunha Melo; encontro com o general Mourão; Costa e Silva assume o comando do Exército; nomeação de Mourão para a Petrobrás; a promoção do general Mourão; chegada da tropa revolucionária ao Rio de Janeiro; mudanças do comandos após a revolução; AI-1; primeiras divergências entre os revolucionários; Cordeiro de Farias; a escolha do novo presidente; comentários sobre a queda do governo Jango. 16ª Entrevista: 22.04.1981 Escolha de Castelo Branco para presidente da República; transferência para Recife como comandante da 7ª Região Militar; o ambiente no Nordeste após a Revolução; prisões em Recife; o plano de ação psicológica; contato com os intelectuais; palestras na TV sobre a Revolução de 1964; ligações com a Igreja; dificuldades para manter a tranqüilidade no Nordeste; general Justino, comandante do IV Exército; companheiros de trabalho; governo Castelo Branco; o Estatuto da Terra; o governador Paulo Guerra; eleições em Alagoas em 1965 e nomeação do general Tubino como interventor; castelistas x costistas; a sucessão presidencial; posse de Israel Pinheiro e de Negrão de Lima; atentado a Costa e Silva no aeroporto dos Guararapes; as bombas do dia 31 de março de 1966 em Recife. 17ª Entrevista: 29.04.1981 No comando da 7ª Região Militar; terrorismo; comemoração do 2º aniversário da revolução (1966); a Igreja e o comunismo; promoções e funções no Exército; dom Helder Câmara; ligações com o meio católico em Recife; o governador Paulo Guerra; indicação de Muricy para candidato ao 7 governo de Pernambuco; convenção da Arena para a escolha do candidato ao governo de Pernambuco; governo Castelo Branco; Castelo Branco e Carlos Lacerda. 18ª Entrevista: 04.05.1981 Transferência para o Rio de Janeiro como comandante da 1ª Região Militar (1966); promoção a general-de-exército; no Departamento Geral do Pessoal; funções de general; o Exército americano e o Exército brasileiro; governo Castelo Branco; os radicais após a Revolução de 1964; as cassações; comentários sobre eleições; o AI-2; Mílton Campos; a arte da política; candidatura Costa e Silva; a questão das lideranças; Nora-Laje; a opinião pública; abertura; Cordeiro de Farias; política externa; general Guedes e o DGP; no DGP; morte de Castelo Branco; o caso Márcio Moreira Alves; reunião de generais com o ministro Lira Tavares; AI-5; governo Costa e Silva e estudos para uma nova constituição; Pedro Aleixo; agitações políticas no governo Costa e Silva. 19ª Entrevista: 05.05.1981 No Departamento Geral do Pessoal; o caso do Riocentro; general Válter Pires; chefe do Estado- Maior do Exército (1969); compra de material bélico americano; grupos de estudo e o problema da doutrina militar; viagem ao Paraguai; o jovem no terror; ligações com a Igreja. 20ª Entrevista: 07.05.1981 No Estado-Maior do Exército; a História do Exército Brasileiro; governo Costa e Silva; general Aragão; general Afonso Albuquerque Lima; castelistas x costistas; a reforma constitucional; radicalismo nas Forças Armadas; nacionalismo; a questão da abertura; doença do presidente Costa e Silva; reunião do Alto Comando das Forças Armadas no Palácio Laguna; a substituição de Costa e Silva; Carlos Chagas; Pedro Aleixo e as Forças Armadas; reuniões dos altos comandos; Carlos Medeiros e o AI-12; reuniões do Conselho de Segurança Nacional e do Alto Comando do Exército (31.08.1969); conversa com o general Aragão; respondendo pelo Ministério do Exército. 21ª Entrevista: 19.05.1981 Seqüestro do embaixador Elbrick; agitações nas Forças Armadas contra o governo Costa e Silva; setembro de 1969; os militares e as negociações durante o seqüestro do embaixador; ato institucional autorizando o banimento; reunião do Alto Comando (05.09.1969); o caso dos pára- quedistas; hierarquia nas Forças Armadas; a sucessão de Costa e Silva; Carlos Chagas e general Portela; concentração do poder em momentos de crise: os ministros civis na crise de 1969; Gama e Silva; reunião do Alto Comando (15.09.1969); as cassações; idéia de um mandato-tampão; a comissão dos 3M; general Afonso Albuquerque Lima; reunião do Alto Comando (17.09.1969); escolha de nomes para a sucessão de Costa e Silva; general Médici e general Geisel; Iolanda Costa e Silva e Andreazza; Muricy comunica a Costa e Silva sua substituição pelo general Médici; contatos entre os militares durante a crise política de 1969. 22ª Entrevista: 20.05.1981 Costa e Silva comunicado de sua substituição; reunião do Alto Comando para escolha do general Médici; chegada do general Médici ao Rio de Janeiro; visita de Médici a Costa e Silva; reunião do Alto Comando para confirmar o nome do novo presidente e a nomeação do vice-presidente; escolha do ministério; a Emenda Constitucional nº 1; comentários sobre centralização de poder; critérios para a escolha do novo presidente; legitimação de Médici pelo Congresso; cassações; bodas de ouro do general Médici; o governo Médici; o general Rodrigo Otávio; promoção do general Albuquerque Lima; censura, informação e tortura; passando a chefia do Estado-Maior para o general Malan (1970); passagem para a reserva (1970); atividades empresariais na vida civil; estatização e livre- empresa. 8 1a Entrevista: 17.02.1981 L.H. - General, gostaríamos de começar este depoimento com as suas primeiras lembranças de infância, seu local e data de nascimento, a sua vida em família etc. A.M. - Eu nasci no Paraná, em Curitiba, na antiga rua Santa Maria, no Batel. Filho do major José Cândido da Silva Muricy, que naquele tempo servia no Regimento de Artilharia, e de Josefina Carneiro Muricy, segunda esposa do meu pai. Meu pai teve uma vida cheia de problemas, na sua juventude. Ele fez parte da Companhia de Guerra, que se formou por ocasião da Proclamação da República; assinou o 'pacto de sangue` dos revolucionários que seguiam Benjamin Constant. Mais tarde foi para o Paraná, trabalhou na Estrada Estratégica de Foz do Iguaçu, com o general Firmino de Mendonça. Esteve em Foz do Iguaçu na época em que aquilo era completamente desconhecido. Teve a oportunidade de descobrir o que se chama 'O Mirante`, que então se chamou "Tenente Muricy" e onde hoje está situado o Hotel das Cataratas, com aquela vista completa das cataratas... L.H. - Foi descoberto pelo seu pai? A.M. - Por meu pai. Depois disso ele voltou para o Paraná, e lá em Curitiba ele teve que... Veio a Revolução de 93, ele foi destacado para Florianópolis, então Desterro. No Desterro ele tomou parte no sítio e depois na rendição. Fugiu, veio para Curitiba. Novamente foi lançado à frente, na região de Tijucas. Aí, a tropa em que ele estava, comandada pelo coronel Pimentel, foi cercada por Gumercindo Saraiva. Combateram vários dias, tiveram de se render. E só foi salvo porque Gumercindo Saraiva era um homem largo de visão, era um grande homem, apesar de gaúcho e de ter fama de degolador. Isso se referia principalmente ao seu irmão, do qual não me recordo o nome. O Gumercindo deu um salvo-conduto a meu pai, permitindo que ele fosse para o Paraná e se escondesse - a região era muito perigosa - em Piriquitos, em Ponta Grossa. De lá ele voltou, porque, então, a primeira mulher dele tinha tido a primeira filha. Mais tarde meu pai foi deputado pelo Paraná. Fez uma viagem ao interior do Paraná - ele tinha espírito aventureiro - numa região em que... A.C. - A primeira mulher dele era do Paraná, também? A.M. - Também. Ela era filha do senador e depois governador do estado, José Pereira dos Santos Andrade. Depois, ele fez esta excursão. Escreveu um livro - vou lhe trazer - sobre a Revolução de 93, os episódios que ele viveu, e mais outro sobre essa viagem, que foi editado pelo estado e de que temos poucos exemplares. É muito interessante também como aspecto sociológico do Paraná naquela época. É muito interessante porque meu pai tinha um espírito observador muito grande e, principalmente, ele soube sentir o homem do interior do Paraná. Ele guardou de memória, e depois por assentamentos, o modo de falar daquela gente. Fez um livro de muito valor, do ponto de vista sociológico e lingüístico de muito valor, mas ficou guardado e só agora foi publicado. Mas sem nenhuma repercussão. Uma distribuição interna, quase. 9 L.H. - O seu pai tinha um irmão que também era militar? A.M. - Meu pai tinha um irmão, João Cândido da Silva Muricy, que era cadete e que, na Revolução de 93 esteve embarcado em um dos navios de Floriano. Mais tarde esse irmão dele veio para Florianópolis, já casado, teve filhos, morou em Florianópolis muitos anos, depois voltou para Curitiba. Foi diretor da Escola de Aprendizes e Artífices. Ele chegou até capitão. Os nomes de toda a família começavam com J. Era João, João José, Júlia, Joaquim e por aí. A.C. - Era família de militares? A.M. - Não. Meu avô era dr. José Cândido da Silva Muricy, cujo nome hoje faz parte de uma das ruas centrais de Curitiba. Meu avô era baiano, formado em Medicina. Amigo pessoal do Zacarias de Góis e Vasconcelos. Quando o Zacarias de Góis e Vasconcelos foi nomeado presidente da província do Paraná, que acabava de se desmembrar da província de São Paulo, ele foi estudar o que era o Paraná. Verificou que em todo o território paranaense havia apenas um médico, o dr. Fèbvre. Como conseqüência, ele virou-se para meu avô e disse: "Juca, eu vou para lá, mas levo você de qualquer jeito, porque não vou sem médico." E lá se foi o meu avô. Meu avô já era um homem de quase trinta anos; chegando lá, nas relações de amizade, amigo do governador, encontrou a família Ferreira da Luz, que tinha uma menina de 12 anos. Ele disse para ela: "Menina, eu vou a Mato Grosso fazer esse trabalho; quando voltar eu caso com você." E realmente casou com minha avó, aos 14 anos, e teve uma porção de filhos. Muitas vezes ele chegava em casa - ele era um homem sério, barbado, compenetrado - e encontrava minha avó ou brincando com bonecas ou trepada em árvores... [risos] Isso é da crônica familiar. Meu avô foi realmente um paranaense ilustre, embora não tivesse nascido no Paraná. Ele foi o fundador da Santa Casa de Misericórdia; o fundador do Museu do Paraná; fez diversas obras sanitárias no estado; foi um dos homens que trabalharam na imigração para o estado do Paraná. Hoje existe até uma colônia chamada Muricy, perto de Curitiba, perto de São José dos Pinhais, em honra a ele. Essa colônia é habitada por poloneses. Meu avô escreveu muito sobre o Paraná. Tanto que fez um relato da visita de Pedro II ao estado, que está no Instituto Histórico, em que Pedro II diz: "Eu não concordo com o dr. Muricy. O dr. Muricy diz isso, o dr. Muricy diz aquilo, mas isso aqui não é bem assim." Isso é uma observação de d. Pedro II a respeito. L.H. - Quer dizer, seu avô era o ponto de referência do imperador em relação ao estado. A.M. - Ele era um homem de grande cultura e, principalmente, era um homem interessado. Como médico, por exemplo, verificou desde logo a virtude das ervas e do tratamento através de plantas medicinais. Era a sua especialidade, e ele chegou mesmo a ter uma espécie de livro, de receituário, que ele levantou unto com índios e caboclos. Esse livro se perdeu, quando na Revolução de 93 minha avó teve de sair do Paraná. Porque meu avô Muricy já tinha morrido. Minha avó casou-se a segunda vez com... Aí entra uma complicação de família. Minha avó casou-se com o cunhado da filha. Então, teve uma filha. Deu uma complicação de parentesco que não se sabe mais nada... Com a revolução, minha 10 avó saiu do Paraná às pressas, porque eles eram contra os federalistas, eram maragatos. Tiveram de fugir, e esse livro se perdeu. Há vários episódios e coisas interessantes. Por exemplo, quem começou a Santa Casa de Misericórdia foi o meu avô paterno. Quem terminou a Santa Casa de Misericórdia foi o cunhado dele, que foi o avô da minha primeira mulher. Isso é uma síntese do lado do meu pai e do meu avô. A.C. - Ele teve função política? Ou era mais uma figura respeitada? A.M. - Meu avô foi só um grande médico e um grande defensor do Paraná. De tal maneira ele foi um grande médico, de tal maneira ele era querido, que há até um episódio, que conheço, único. Na família havia uma chácara, a chácara dos Luz. Toda a área do Batel hoje era quase toda da família Luz. Meu avô, ao casar com uma Luz, teve uma área que ficou para ele. Pois bem, nessa área, o povo de Curitiba se reuniu, nem belo ano, e resolveu fazer uma casa para o dr. Muricy. quem tinha dinheiro dava tijolo, telha, cal etc. Quem não tinha ia trabalhar. Num dia de aniversário, entregaram a casa a ele. L.H. - Feita em mutirão, mesmo. A.M. - Feita em mutirão pelos seus clientes. Acho que é um caso único. A.C. - Que é exatamente esse bairro, Batel? A.M. - Batel é um bairro residencial. Fica a oeste do centro de Curitiba. Curitiba nasceu na região onde hoje há a catedral, onde há a igreja da Ordem, que era o largo central de Curitiba. Ali ainda existe um pouco da velha Curitiba. Ali formou-se o núcleo de onde Curitiba se esparramou nos diversos sentidos. A oeste, havia o Batel. No Batel é que estava a chácara de meu avô. Para oeste ainda, havia o grande sítio da família de minha avó - que se chamava Iria Narcisa Ferreira da Luz, nome bem português -, que era a sesmaria do Barigüi, onde é hoje um bairro completamente construído, mas que era fora da cidade. Era sesmaria da família, pertencia à família. Foi doada em 1600 e não sei quantos, naquela época de invasões. A família de minha avó é família tradicional desde a origem da terra. I.F. - General, essa família Luz tem alguma ligação com a família Luz de Santa Catarina? Com o Hercílio Luz? A.M. - Exatamente, todos são primos. L.H. - O Hercílio Luz? A.M. - O Hercílio era primo-irmão de minha avó. O ramo Luz no Paraná tem uma série de Luzes, inclusive o Brasílio Itiberê da Cunha Luz, que era musicista... Morreu há pouco tempo. A família é muito grande. Como toda região de cidade pequena do interior, houve um momento em que eu dizia, ou poderia dizer: "Metade de Curitiba é minha parenta." As famílias são todas entrelaçadas.

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