ebook img

Antes de 1492 A Descoberta da América Pelos Portugueses PDF

246 Pages·1.937 MB·Portuguese
Save to my drive
Quick download
Download
Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.

Preview Antes de 1492 A Descoberta da América Pelos Portugueses

Antes de 1492 A Descoberta da América pelos Portugueses John D. Irany Traduções :Rancho Park Publishing, EUA Tradução: Isa Mara Lando e Mauro Lando Revisão: Raphael Caetano Antes de 1492 Published by John D. Irany at Smashwords Copyright © 2015 John D. Irany All rights reserved Sumário Capítulo 1: O mapa de Waldseemuller Capítulo 2: Dom Henrique, o Navegador Capítulo 3: Correntes oceânicas, ventos dominantes e patinhos de borracha Capítulo 4: Entrando pelo Atlântico Capítulo 5: Cristóvão Colombo, 1492 Capítulo 6: Cristóvão Colombo, 1493-1506 Capítulo 7: Américo Vespucci Capítulo 8: Pedro Alvares Cabral Capítulo 9: A descoberta da América pelos portugueses Bibliografia Capítulo 1: O mapa de Waldseemuller Certo dia de 1477, ou por volta disso – não podemos saber o ano com certeza – um navio batido pelas tempestades, com as velas rasgadas e a tripulação exausta, entrou num porto de Portugal, aproveitando a cheia da maré. O navio era pequeno, e havia passado muitos meses no mar. A tripulação estava ansiosa para ser paga e liberada, e encontrar um lugar em terra onde se recuperar das tribulações da sua missão marítima. Mas cada homem, antes de ser autorizado a desembarcar, teve que jurar sigilo, pois seria sumariamente executado se jamais revelasse o que fora descoberto nessa viagem. Enquanto isso, o capitão e os primeiros oficiais se dirigiram de imediato ao palácio em Lisboa para uma audiência com o rei e seus conselheiros mais próximos. O capitão tinha muito que contar. Ao sondar o Mar Oceânico, a mil léguas de distância do ponto de partida, haviam encontrado uma grande massa de terra, habitada por uma raça de gente que jamais haviam visto, nem mesmo em suas viagens ao longo da costa da África. A terra em si era exuberante, fértil e bela. O capitão não conseguira determinar a extensão dessa massa terrestre, mas parecia ser imensa. O rei enviara o navio nessa viagem para oeste como prosseguimento do programa português de descobrimentos marítimos, iniciado décadas antes sob a direção do Infante Dom Henrique, o Navegador. Não se esperava nenhuma descoberta extraordinária. O rei agradeceu ao capitão e seus oficiais e lhes pediu que não contassem a ninguém o que haviam encontrado. Reuniu-se então com seus conselheiros para ponderar o que fazer. Em 1477, os portugueses eram os mais destacados exploradores do globo. Nenhum outro país estava enviando seus navios a uma distância tão grande, em mares desconhecidos. O Mapa Este livro vai argumentar que Cristóvão Colombo não foi o primeiro europeu do século XV a chegar ao continente americano. Excluindo as viagens dos vikings do início do século XI à Terra Nova e Labrador, no atual Canadá, não foi Colombo o europeu que descobriu a América. Antes de Colombo e dos espanhóis, navegadores portugueses já haviam chegado, inadvertidamente, ao Novo Mundo. É provável que o primeiro desembarque tenha ocorrido em algum lugar do litoral do Brasil. Os portugueses, segundo este livro argumenta, provavelmente descobriram a América uma ou duas décadas antes de 1492. Para que eu não incorra na ira eterna dos italianos e hispânicos de todo o mundo, e ganhe a profunda gratidão dos falantes da língua portuguesa de todas as partes, permitam-me adiantar que a argumentação será baseada em fatos, e em conclusões razoáveis extraídas desses fatos. Vamos examinar a história conhecida, mapas do século XVI, cartas pessoais, tratados, bulas papais e outros documentos. Vamos aprender sobre as maneiras de medir a latitude e a longitude. Estudaremos também como as correntes oceânicas circulam e como, juntamente com a direção dos ventos dominantes, esses fatores ambientais afetaram a navegação a vela no século XV e colocaram os marinheiros portugueses na rota para a descoberta da América. Como nota preliminar, devo esclarecer o significado da palavra "descobrir,” tal como eu a emprego. Quando falo em descoberta da América, estou me referindo à descoberta da América pelos europeus nas últimas décadas do século XV. Foi essa descoberta ‒ ou redescoberta, se assim preferirem ‒ que levou ao assentamento permanente de novos povos e ao estabelecimento de instituições sociais europeias no Novo Mundo. As descobertas europeias no continente americano nas últimas décadas do século XV mudaram o mundo, o que não aconteceu com as viagens dos vikings. Os verdadeiros descobridores da América foram pequenos grupos de gente que atravessaram as planícies da Sibéria até o Alasca, cerca de 15.000 anos atrás. Alguns arqueólogos acreditam que as primeiras migrações ocorreram ainda antes disso. No atual estreito de Bering, o nível do mar era baixo e a ponte de terra entre a Sibéria e o Alasca estava exposta. Além disso, o nível do mar era baixo porque grande parte da água da Terra ainda estava presa nas camadas de gelo da última era glacial. Os descendentes dessas tribos migratórias se tornaram os nativos americanos, ou índios. Em prol da simplicidade e da compreensão, também usarei nomes do século XXI para designar locais geográficos do século XV. Assim sendo, vamos examinar as provas da descoberta portuguesa da América. Em exposição permanente na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos encontra-se um mapa mundi. A história desse mapa começa em 1507 com uma tiragem de 1.000 exemplares numa pequena editora de uma cidadezinha nos montes Vosges, no leste da França. Dentro de poucas décadas todos os exemplares desapareceram, e assim ficaram por quase 400 anos. A história continua com um escritor americano do século XIX, um explorador alemão, a caça a um exemplar do mapa, um professor de geografia, um castelo luxuoso no sul da Alemanha e, por fim, em 2007, com a Biblioteca do Congresso. O nome do mapa vem do seu cartógrafo, Martin Waldseemüller, residente em Saint-Dié, na época uma cidade franco-alemã. Com exceção de uma breve exposição em 1992 na comemoração do quinto centenário da primeira viagem de Colombo, e em algumas outras raras ocasiões, o único exemplar conhecido do mapa só ficou disponível para exibição pública, em toda a sua existência de 500 anos, em dezembro de 2007. Assim, foi só em 2007 que estudiosos de hoje puderam examinar facilmente esse documento de 500 anos. Os acadêmicos mais persistentes, porém, poderiam ter examinado fac-símiles do mapa que estavam nas coleções de cartografia das principais bibliotecas universitárias. Hoje o mapa original de Waldseemüller está em exibição permanente, sob uma placa de vidro e numa moldura de proteção, no Edifício Thomas Jefferson da Biblioteca do Congresso dos EUA, em Washington. É um mapa grande, de parede, com 1,38 metros de altura e 2,48 metros de largura. Foi impresso em doze folhas separadas, que tinham que ser coladas pelo comprador. Apesar de que tinham sido impressos mil exemplares do mapa de Waldseemüller 500 anos antes, todos desapareceram dentro de poucas décadas. Um exemplar, que hoje reside na Biblioteca do Congresso americano, foi encontrado na Alemanha em 1901. Esse exemplar, o único ainda em existência, ficou em mãos de particulares, indisponível para análise acadêmica, até ser comprada pelo governo dos Estados Unidos em 2003. Em 30 de abril de 2007, a chanceler alemã Angela Merkel transferiu oficialmente o mapa numa cerimônia na Biblioteca do Congresso. Como uma das razões para a transferência, a chanceler Merkel citou os "serviços excepcionais prestados pelo povo americano ao povo alemão.” O Dr. James H. Billington, representando os Estados Unidos, elogiou o "extraordinário ato de generosidade transatlântica" da Alemanha. O mapa de Waldseemüller de 1507 Em 1507, Martin Waldseemüller entalhou 12 painéis de madeira como matrizes para xilogravura, criando um mapa do mundo, tal como era então conhecido pelos europeus. A característica mais interessante desse mapa é o Novo Mundo, que é retratado com uma precisão até agora inexplicada. Necessitando de um nome para o Novo Mundo, Waldseemüller escolheu América, feminino de Amerigo Vespucci, o homem que Waldseemüller acreditava ser o descobridor do novo continente. O mapa está em exposição permanente na Biblioteca do Congresso dos EUA, em Washington, DC. O mapa, que retrata o mundo como era então conhecido, recebe tratamento reverencial, pois é neste mapa, impresso 15 anos depois que Colombo içou velas com a Santa Maria, que a palavra "América" aparece pela primeira vez. Waldseemüller precisava de um nome para essa massa de terra recém- descoberta, mostrada na extremidade esquerda do seu mapa, e lhe deu então o nome de Amerigo Vespucci, que ele acreditava ser o descobridor dessas novas terras. Embora Waldseemüller tenha percebido, após a publicação, que Vespucci chegou tarde nesse episódio, os mil mapas impressos por ele em 1507 fixaram o nome "América" para sempre. Por causa do seu erro, a nação formada por 13 estados em 1788 é chamada de Estados Unidos da América, e não de Estados Unidos da Colúmbia. Assim, em 2007, quando o mapa de Waldseemüller foi colocado em exposição permanente pela primeira vez nos seus 500 anos de existência, a atenção se voltou, sobretudo, para os cinco ou seis centímetros quadrados que contêm a palavra "América.” Mas, além do interesse pela maneira como foi nomeada essa nova terra, que depois se revelaria ser composta de dois continentes, um exame mais detalhado do mapa de Waldseemüller levanta muitas dúvidas quanto à nossa compreensão das viagens de descobrimento do século XV. O mapa desafia a visão convencional da história da descoberta da América. Ele leva à conclusão de que muitas coisas que nos foram ensinadas na escola sobre Colombo e a descoberta

See more

The list of books you might like

Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.