ebook img

Anatomia das madeiras de Campomanesia aurea O. Berg e Eugenia myrcianthes Niedenzu (Myrtaceae) PDF

2010·4.1 MB·Portuguese
Save to my drive
Quick download
Download
Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.

Preview Anatomia das madeiras de Campomanesia aurea O. Berg e Eugenia myrcianthes Niedenzu (Myrtaceae)

BALDUINIA. n.22, p.23-30, 15-V-201O ANATOMIA DAS MADEIRAS DE CAMPOMANESIAAUREA O. BERG EEUGENIA MYRCIANTHES NIEDENZU (MYRTACEAE)l JOSÉ NEWTON CARDOSO MARCHIORF SIDINEI RODRIGUES DOS SANTOS3 RESUMO Sãoanatomicamente descritas asmadeiras deCampomanesia aurea O.Berg eEugenia myrcianthes Niedenzu, com base em amostras procedentes doRio Grande doSul. Campomanesia aurea apresenta raios mais largos, com 1- 4células, eparênquima axial difuso-em-agregados. Em Eugenia myrcianthes, por sua vez, osraios são estreitos (1- 2-seriados) eoparênquima apotraqueal épredominantemente em faixas. Palavras-chave: Campomanesia aurea, Eugenia myrcianthes, Hexachlamys edulis, anatomia da madeira, Myrtaceae. SUMMARY [Wood anatomy of Campomanesia aurea O. Berg and Eugenia myrcianthes Niedenzu (Myrtaceae)]. The woods of Campomanesia aurea O.Berg andEugenia myrcianthes Niedenzu areanatomically described, based on samples from Rio Grande do Sul state, Brazil. Campomanesia aurea shows diffuse-in-aggregates axial parenchyma and rays with 1to4cells wide. Eugenia myrcianthes, on the other hand, has thinner rays (1- 2cells wide) and axial parenchyma in narrow bands, up to three cells wide. Key words: Campomanesia aurea, Eugenia myrcianthes, Hexachlamys edulis, wood anatomy, Myrtaceae. INTRODUÇÃO qüente em campos rupestres daCampanha, De- O presente estudo visa à descrição micros- pressão Central, Serra do Sudeste eCampos de cópica damadeira deduas espécies deMirtáceas Cima da Serra (Sobral, 2003). Amadeira, ainda da flora sul-rio-grandense. desconhecida sob o ponto de vista anatômico, Conhecida popularmente como guabiro- carece de utilização devido ao tamanho reduzi- beira-do-campo (Backes & Nardino, 2001), do dos caules. Campomanesia aurea O. Berg é nativa na Ar- Eugenia myrcianthes Niedenzu, o popular gentina, Paraguai, Uruguai e Brasil, do Paraná pêssego-do-mato (Mattos, 1983), é fre- ao Rio Grande do Sul (Landrum, 1986). Sub- qüentemente referido na literatura botânica arbusto de até 1,5m de altura, apresenta folhas como Hexachlamys edulis O.Berg, binômio atu- ovadas ou elípticas, discolores, de textura almente reduzido à sinonímia. Trata-se de ár- cartácea ou coriácea, bordo inteiro e frutos vore caducifólia de até 12m de altura, nativa da globosos (8- lOmm), amarelos ou alaranjados Bolívia, Paraguai, Argentina, Uruguai eBrasil, quando maduros. No Rio Grande do Sul, é fre- doMato Grosso aoRio Grande doSul (Legrand & Klein, 1977); neste Estado, habita na metade sul, bem como em campos arenosos da região 1 Recebido para publicação em 10-1-2010 e aceito para litorânea elacustre (Marchiori &Sobral, 1997). publicação em 21-1V-201O. Além de ornamental, a espécie produz frutos 2 Engenheiro Florestal, Dr.,bolsista deProdutividade em Pesquisa (CNPQ - Brasil), Prof.Titular doDepartamen- comestíveis relativamente grandes (15- 30mm), todeCiências Florestais, Universidade Federal de San- comparados ao restante da farru1ia.A madeira, ta Maria. Santa Maria, RS, Brasil. marchio- desconhecida anatomicamente, émoderadamen- [email protected] 3 Biólogo, bolsista (CNPQ - Brasil), doutorando do Pro- tepesada, dura, compacta eresistente, indicada grama de Pós-Graduação em Eng. Florestal, Departa- para cabos de ferramentas, obras internas e mento de Ciências Florestais, Universidade Federal de marcenaria comum (Lorenzi, 1992). Santa Maria. [email protected] 23 REVISÃO DE LITERATURA vasculares alternas e guarnecidas; parênquima Apesar do grande número de espécies nati- apotraqueal seriado; raios heterogêneos, estrei- vas e da importância fitofisionômica das tos; fibras de pontoações areoladas, com pare- Mirtáceas nas florestas sul-brasileiras (Klein, des espessas a muito espessas; e traqueídeos 1984),sãoainda escassos osestudos anatômicos vasicêntricos, presentes. Com pouca variação sobre madeiras desta faIllilia botânica. anatômica, a separação de ambas as espécies Para o gênero Campomanesia, Metcalfe & foi estabelecida com base no arranjo do Chalk (1972) destacam: poros em número de 5 parênquima axial e na presença de cristais. - 20/mm2; vasos solitários de diâmetro médio, Em estudo de Eugenia copacabanensis, E. em linhas oblíquas; e raios heterogêneos, com cuprea eE. macahensis, Marques et alo(2007) 4 - 6 células de largura e 1- 3 fileiras margi- também encontraram estrutura anatômica homo- nais decélulas quadradas eeretas. Das espécies gênea sob o ponto de vista qualitativo, diferin- nativas, dispõe-se de estudo descritivo do le- do as três espécies pelo arranjo do parênquima nho jovem (Rodrigues, 2005) e madeira (San- axial e agrupamento de vasos. tos & Marchiori, 2009c) de Campomanesia Da flora sul-rio-grandense, foram descritas xanthocarpa, bem como da madeira de asmadeiras deEugenia involucrata (Marchiori, Campomanesia guazumaefolia (Marchiori, 1984), Eugenia mansoi (Santos & Marchiori, 1998). 2009a), Eugenia uniflora (Santos &Marchiori, Para Campomanesia xanthocarpa, Santos & 2009b), Eugenia uruguayensis e Eugenia Marchiori (2009c) salientam a baixa freqüên- rostrifolia (Marchiori & Santos, 2010). cia de poros « 25/mm2), o parênquima axial Para Eugenia mansoi, Marchiori & Santos difuso-em-agregados, tendente aescalariforme (2009a) destacaram a ausência de ornamentos e os raios relativamente largos (1 - 5 células), em pontoações, oparênquima axial difuso-em- de dois tamanhos distintos, sendo que, nos agregados e em linhas tangenciais, e as fibras multisseriados, asmargens sãogeralmente mais com pontoações areoladas. Para Eugenia curtas do que o corpo central. uniflora, Santos &Marchiori (2009b) salienta- Para Campomanesia guazumaefolia, ram oparênquima apotraqueal em faixas, as fi- Marchiori (1998) refere, entre outros aspectos: bras de paredes muito espessas e a abundância poros extremamente numerosos, muito peque- de séries cristalíferas. As madeiras de Eugenia nos a pequenos; elementos vasculares muito rostrifolia eEugenia uruguayensis, por suavez, curtos alongos, com espessamentos espiralados foram distinguidas com base no arranjo de po- e pontoações ornamentadas na parede; placas ros e parênquima axial: a identificação da pri- deperfuração simples; parênquima apotraqueal; meira levou em conta oparênquima cristalífero, raios heterogêneos, com abundante conteúdo; o alinhamento tangencial de poros nos limites fibras com pontoações areoladas; eausência de de anéis, a presença de poros em numerosos traqueídeos vasicêntricos e cristais. múltiplos radiais ecachos, eoparênquima axial Gênero com número maior de espécies, em faixas de até 5 células de espessura; a se- Eugenia L. conta, igualmente, com literatura gunda espécie separa-se pelos anéis delimita- anatômica mais abundante. dos por fibras radialmente estreitas, pelos poros Para duas espécies da Floresta Atlântica, exclusivamente solitáriosepeloparênquirna axial Soffiatti &Angialossy-Alfonso (1999) relacio- nosarranjos apotraqueais difuso,difuso-em-agre- nam: porosidade difusa; vasos solitários; pla- gados eparatraqueal escasso, mas não em faixas cas de perfuração simples; pontoações inter- tangenciais (Marchiori & Santos, 2010). 24 MATERIAL E MÉTODOS cia de poros foi obtida de forma indireta, usan- Omaterial em estudo consiste deduas amos- do-se um quadrado de área conhecida tras de madeira e respectivo material botânico, superposto a fotomicrografias de seções trans- conservados no Herbário do Departamento de versais das madeiras. As medições foram reali- Ciências Florestais (HDCF) da Universidade zadas emmicroscópio Carl Zeiss dotado deocu- Federal de Santa Maria com os seguintes regis- lar de escala graduada, no Laboratório deAna- tros: tomia da madeira da Universidade Federal de - Campomanesia aurea. Marchiori, J.N.C., Santa Maria. n. 421; São Vicente do Sul, RS, 01-Vill-1986. Na citação de características quantitativas, HDCF n. 2400. os números entre parênteses equivalem aos va- - Eugenia myrcianthes. Santos, S.R. dos, si lores mínimos e máximos observados; o valor n; Barra do Quaraí, RS, 26-XI-2008. HDCF n. que acompanha amédia é o desvio padrão. 5916. As fotos foram tomadas em microscópio Para o estudo anatômico das madeiras fo- Olympus cx40, equipado com câmera digital ram preparadas lâminas de cortes anatômicos e Olympus Camedia C3000. de macerado. Do materiallenhoso foram extra- ídos três corpos-de-prova da parte mais externa DESCRIÇÕES ANATÔMICAS do lenho, próxima ao câmbio, orientados para a 1- Campomanesia aurea O.Berg obtenção decortes anatômicos nosplanos trans- Anéis decrescimento: distintos, delimitados versal, longitudinal radial e longitudinal por camada de fibras radialmente estreitas no tangencial. Um quarto bloquinho foi também lenho tardio e,por vezes, pela maior concentra- preparado, com vistas àmaceração. ção ealinhamento tangencial deporos noinício Na microtomia, seguiu-se atécnica padrão: do anel (Figura IA). amolecimento dos corpos-de-prova por fervura Vasos: numerosos amuito numerosos (51 ± em água e realização de cortes em micrótomo 27(37-100) poros/mrn2), ocupando 9,5±3,6% de deslizamento, regulado na espessura nomi- do volume da madeira. Porosidade difusa. Po- nal de 20~m. Os cortes anatômicos foram tingi- ros exclusivamente solitários, circulares, ovais dos com acridina-vermelha, crisoidina eazul de atéligeiramente poligonais, muito pequenos (28 astra (Dujardin, 1964), desidratados em série ±9(12- 45) ~m), deparedes finas (2±0,2 (1,5 alcoólica crescente (30%, 50%, 75%, 90%, - 2,6) ~m) e sem padrão definido de organiza- 95%, duas vezes álcool absoluto), diafanizados ção (Figura IA, B). No início do anel de cresci- em xilol e montados em lâminas permanentes, mento, os poros dispõem-se, por vezes, em ali- com "Entellan". nhamento tangencial, sãomaisnumerosos ecom Namaceração, seguiu-se ométodo deJeffrey freqüentes contatos laterais. Elementos (Burger & Richter, 1991), colorindo-se apasta vasculares de comprimento médio (361 ± 91 de fibras com safranina 1%; amontagem de lâ- (170 - 560) ~m),com placas deperfuração sim- minas seguiu o anteriormente descrito, com a ples, geralmente oblíquas e com apêndices em diferença de que as três primeiras etapas foram ambas as extremidades. Ponto ações inter- desenvolvidas com o uso de papel de filtro. vasculares alternas, circulares, raramente ovais A descrição microscópica das madeiras ba- (5 ± 0,7 (4 - 6) ~m), com abertura em fenda seou-se nas recomendações do IAWAComitee inclusa, ornamentada. Pontoações raio-vasculares (1989). No caso da percentagem dos tecidos, com aréolas distintas, semelhantes às inter- foram realizadas 600 determinações ao acaso, vasculares, porém menores (4- 0,7 (3- 5) ~) e com auxílio de contador de laboratório, confor- restritas às margens de raios. Espessamentos me proposto por Marchiori (1980). A freqüên- espiralados econteúdos, ausentes. 25 FIGURA I-Aspectos anatômicos da madeira de Campomanesia aurea. A- Porosidade difusa, vasos solitários eanéis de crescimento distintos, marcados por camada defibras radialmente estreitas (AC), em seção transversal. B- Mesmo plano anatômico da foto anterior, mostrando vasos arredondados até poligonais, fibras de paredes finas a espessas e" parênquima apotraqueal difuso edifuso-em-agregados (seta). C- Raios heterogêneos, com células procumbentes, no corpo central, e margens de células quadradas, eretas ou procumbentes mais altas do que as do corpo central (seção longitudinal radial. D- Detalhe de seção longitudinal radial, destacando células quadradas eprocumbentes mais altas, nas margens de raio multisseriado. E- Raios de dois tamanhos distintos, em seção longitudinal tangencial. F- Fibras, parênquima axial (seta), vasos eraios de dois tamanhos distintos, em seção longitudinal tangencial. 26 Parênquima axial: muito distinto das fibras (52 ±9 (28-70) !!m),de paredes espessas (4± em corte transversal, representando 23±3% do 0,8 (2,5 - 5) !!m)e sem padrão definido de or- volume da madeira; em arranjos apotraqueal ganização (Figura IA, B).Elementos vasculares difuso e,principalmente, difuso-em-agregados, de comprimento médio (526 ± 113(300 - 740) além de paratraqueal escasso (Figura IA, B). !!m),com placas de perfuração simples, geral- Séries parenquimáticas de 294 ±74 (145 - 438) mente oblíquas eapêndices em ambas asextre- !!m)e2- 4células de altura (Figura 1F).Inclu- midades. Pontoações intervasculares alternas, sões minerais e conteúdos, ausentes. circulares (5,4 ± 0,5 (4,6 - 6,1) !!m),com aber- Raios: muito numerosos (19 ± 1,8(16- 21) tura emfenda inclusa, ornamentada. Pontoações raios/mm), com 1- 3, raro 4 células de largura raio-vasculares com aréolas distintas, semelhan- e de dois tamanhos distintos (Figura lE, F), tes às intervasculares, porém menores (3 - 0,2 ocupando 18,5 ± 2% do volume da madeira. (2,5 - 3,1) !!m)egeralmente restritas àmargem Raios multisseriados de 213 ± 52 (130 - 310) de raios. Espessamentos espiralados, ausentes. !!me 7- 13(16) células de altura; heterogêne- Conteúdo, escasso. os, reúnem células procumbentes, na parte Parênquima axial: muito distinto das fibras multisseriada, e 1- 4 (6) fileiras marginais de em corte transversal, representando 18,7 ± 3% células quadradas, eretas e procumbentes, se- do volume da madeira; em arranjo apotraqueal melhantes ou pouco mais altas do que nas mar- difuso, difuso-em-agregados e em faixas gens unisseriadas (Figura 1D, E). Os unis- tangenciais irregulares, de até 5 células de lar- seriados, de 113± 59 (40 - 290) !!me 1- 4 (8) gura, sobretudo nolenho inicial (Figura IA, B); células de altura. Raios axialmente fusionados, resta citar opadrão paratraqueal escasso, que é pouco freqüentes. Células envolventes eperfu- pouco freqüente. Séries parenquimáticas de550 radas, ausentes. Conteúdo de cor escura, escas- ± 119 (342 - 750) !!me 4 - 8 (14) células de so. altura (Figura 1F). Cristais prismáticos, muito Fibras: com pontoações areoladas e abertu- abundantes, em séries de até 26 câmaras não ras cruzadas, presentes nas faces radiais e distendidas. tangenciais da parede. Tecido fibroso represen- Raios: muito numerosos (19 ± 1,6(17 - 21) tando 49,2 ± 3,6% do volume da madeira. Fi- raios/mm), com 1- 2células delargura (Figura bras curtas (717 ± 103 (560 - 960) !!m), com lE), ocupando 13,2 ± 3,2% do volume da ma- 14,5 ± 2 (12,5 - 20) !!mde largura ede paredes deira. Raios multisseriados de 261 ± 61 (160- finas aespessas (4 ± 1(2- 6) !!m)(Figura lB). 41O)!!m e5- 15,mais comumente 8-14 célu- Fibras septadas, fibras gelatinosas e espes- las de altura; heterogêneos, reúnem células sarnentos espiralados, ausentes. Traqueídeos procumbentes, na parte multisseriada, e 1- 4 vasicêntricos, presentes. (9)fileiras marginais de células quadradas, ere- Outros caracteres: variantes cambiais, tubos tas e, menos freqüentemente, procumbentes laticíferos e taniníferos, canais intercelulares, mais altas do que no corpo central (Figura 1e). máculas, células oleíferas, células mucilaginosas, A parte multissseriada égeralmente mais curta estratificação ecristais, ausentes. do que as margens unisseriadas (Figura lE, F). Os unisseriados, de 167± 87 (60- 350) !!me 1 2- Eugenia myrcianthes Niedenzu - 6 (8) células de altura. Raios axialmente Anéis decrescimento: distintos, delimitados fusionados, freqüentes. Células radiais depare- por fibras radialmente estreitas (Figura IA). des disjuntas, presentes. Inclusões minerais, Vasos: muito numerosos (52 ±7 (44 - 62) células envolventes ecélulas perfuradas, ausen- poros/mm2), ocupando 16,7 ± 3,6% do volume tes; grãos de amido, abundantes. da madeira. Porosidade difusa. Poros exclusi- Fibras: com pontoações areoladas e abertu- vamente solitários, circulares aovais, pequenos ras geralmente cruzadas, presentes nas faces 27 FIGURA 2- Aspectos anatômicos damadeira deEugenia myrcianthes. A- Porosidade difusa, vasos solitários, ovais, e parênquima apotraqueal emfaixas (seta) de até5células de largura (seção transversal). B- Mesmo plano anatômico da foto anterior, destacando oparênquima axial, contrastante com fibras de paredes finas aespessas (seta), poros solitários ecamada defibras radialmente estreitas no limite do anel (AC). C- Raios heterogêneos, com células procumbentes, e várias fileiras marginais de células quadradas eeretas (seção longitudinal radial). D- Placa de perfuração simples, em seção longitudinal radial. E- Raios decorpo multisseriado maiscurto doqueasmargens, emplano longitudinal tangencial. F- Mesmo plano anatômico da foto anterior, destacando cristais prismáticos em numerosas câmaras, no parênquima axial (seta). 28 radiais e tangenciais da parede. Tecido fibroso REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS representando 51,5 ±3% do volume da madei- BACKES, A.; NARDINO, M. Nomes populares e ra. Fibras de comprimento médio (1154 ± 143 científicos deplantas doRio Grande doSul.São (880 - 1440) !!m),com 18± 2 (15 - 23) !!mde Leopoldo: Ed. Unisinos, 2001. 202 p. largura ede paredes finas aespessas (5±0,9 (3 BURGER, L.M.; RICHTER, H.G.Anatomia dama- - 7) !!m) (Figura lB). Fibras septadas, fibras deira. São Paulo: Ed. Nobel, 1991. 154p. gelatinosas eespessamentos espiralados, ausen- DUJARDIN, E.P. Eine neue Holz-Zellulo- tes. Traqueídeos vasicêntricos, presentes. senfaerbung. Mikrokosmos, n. 53, p. 94,1964. Outros caracteres: variantes cambiais, tubos KLEIN, RM. Importância sociológica dasMirtáceas laticíferos e taniníferos, canais intercelulares, em florestas rio-grandenses. Anais do XXXIV máculas, células oleíferas, células mucilaginosas Congresso Nacional deBotânica (PortoAlegre), e estratificação, ausentes. 1984. p. 367-375. IAWA COMITTEE. IAWA list of microscopic ANÁLISE DA ESTRUTURA ANATÔMICA features for hardwood identification. IAWA As madeiras descritas apresentam diversos Bulletin, v. 10,n. 3,p. 218-359, 1989. LANDRUM, L.R. Campomanesia, Pimenta, aspectos anatômicos em comum: porosidade Blepharocalyx, Legrandia, Acca, Myrrhinium difusa; vasos geralmente solitários, desprovidos and Luma. Flora Neotropica, n. 45, p. 1-178, de espessamentos espiralados; placas de perfu- 1986. ração simples; parênquirna apotraqueal; raios LEGRAND, D.; KLEIN, RM. Mirtáceas: Campo- heterogêneos; efibras libriformes não septadas. manesia, Feijoa, Britoa, Myrrhinium, Este conjunto de caracteres, de ocorrência ge- Hexachlamys, Siphoneugena, Myrcianthes, neralizada em Mirtáceas (Metcalfe & Chalk, Neomitranthes, Psidium. In:REITZ, P.R (org.). 1972), foi igualmente comprovado por autores Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí: Herbário que pesquisaram em distintos gêneros botâni- Barbosa Rodrigues, 1977. p. 571-730. cos desta farm1ia, representados na flora brasi- LORENZI, H.Árvores brasileiras: Manual deiden- leira. tificação e cultivo de plantas arbóreas nativas Para Campomanesia aurea, encontrou-se do Brasil. Nova Odessa: Editora Plantarum, 1992. 352 p. uma freqüência deporos nitidamente maior (51/ MARCHIORI, J.N.C. Estudo anatômico do xilema mm2) doque oreferido, por Santos &Marchiori secundário eda casca de algumas espécies dos (2009c), para Campomanesia xanthocarpa (18/ gêneros Acacia e Mimosa, nativas no Estado mm2); a presença de raios largos (1 - 4-seria- do Rio Grande do Sul. 186f. Dissertação dos) e apredominância do parênquima difuso- (Mestrado em Engenharia Florestal) - Univer- em-agregados, comprovados no material em sidade Federal do Paraná. Curitiba, 1980. estudo, parecem, todavia, ter valor diagnóstico MARCHIORI, J.N.C. Anatomia da madeira de para o gênero em questão. Eugenia involucrata DC. (Myrtaceae). Ciência No caso de Eugenia myrcianthes, o eNatura, Santa Maria, v.6, p. 127-136, 1984. parênquirna apotraqueal-em-faixas eaabundân- MARCHIORI, J.N.C. Estudo microscópico da ma- cia de séries cristalíferas aproximam omaterial deira de sete-capotes, Campomanesia em estudo do descrito para Eugenia rostrifolia guazumaefolia (Camb.) Berg, Myrtaceae. Ciên- cia Rural, Santa Maria, v. 28, n. 1, p. 47-51, (Marchiori & Santos, 2010), E. mansoi (Santos 1998. & Marchiori, 2009a) e E. uniflora (Santos & MARCHIORI, J.N.C.; SANTOS, S.R dos. Anato- Marchiori, 2009b); Eugenia myrcianthes, toda- mia da madeira de duas espécies de Eugenia L. via, distingue-se pelos raios mais finos (1 - 2- (Myrtaceae). Balduinia, Santa Maria, n. 21, seriados). p. 15-21,2010. 29 MARCHIORI, J.N.C.; SOBRAL, M. Dendrologia SANTOS, S.R.dos;MARCHIORI, J.N.C. Anatomia das Angiospermas: Myrtales. Santa Maria: Ed. do xilema secundário de Eugenia manso i O. da UFSM, 1997. 304 p. Berg (Myrtaceae). Balduinia, SantaMaria, n. 16, MARQUES, P.A.; ARAÚJO, GU.c.; BARROS, p. 6-12, 2009a. C.F.; CALLADO, c.H. Anatomia do lenho de SANTOS, S.R.dos;MARCHIORI, J.N.C. Anatomia três espécies deEugenia L.(Myrtaceae) demata damadeira deEugenia uniflora L.(Myrtaceae). erestinga. Revista Brasileira de Biociências, Balduinia, Santa Maria, n. 17,p. 11-16, 2009b. v. 5,p. 801-803,2007. SANTOS, S.R. dos; MARCHIORI, J.N.C. Caracte- MATTOS, J.R. Myrtaceae do Rio Grande do Sul. rização microscoplca do lenho de Roessléria, Porto Alegre, v.5, n. 1,p. 75-163, Campomanesia xanthocarpa O. Berg 1983. (Myrtaceae). Balduinia, Santa Maria, n. 18, METCALFE, C.R.; CHALK, L. Anatomy of the p. 10-14, 2009c. Dicotyledons. Oxford: Clarendon Press, 1972. 1500 p. SOBRAL, M. Afamília Myrtaceae no Rio Grande RODRIGUES, T.T.Osefeitos do solo contaminado do Sul. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2003. com petróleo na estrutura anatômica e estado 215 p. nutricional do lenho jovem de Campomanesia SOFFIATTI, P.;ANGYALOSSY-ALFONSO, V.Es- xanthocarpa Berg (Myrtaceae) e Sebastiania tudo anatômico comparativo do lenho eda cas- commersoniana (Baillon) Smith & Downs ca de duas espécies de Eugenia L. (Euphorbiaceae). Tese (Doutorado) - Univer- (Myrtaceae). Revista Brasileira de Botânica, sidade Federal do Paraná, Curitiba, 2005. São Paulo, v. 22, n. 2, p. 175-184, 1999. 30

See more

The list of books you might like

Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.