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Análises geográficas sobre o território brasileiro: dilemas estruturais à Covid-19 PDF

353 Pages·2020·11.345 MB·Portuguese
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1 FLAMARION DUTRA ALVES SANDRA DE CASTRO DE AZEVEDO ORGANIZADORES ) . s g r O ( O D E V E Z A e S E V L A ANÁLISES GEOGRÁFICAS SOBRE O TERRITÓRIO BRASILEIRO -19 DILEMAS ESTRUTURAIS À COVID O R I E L I S A R B O I R Ó T I R R E T O E R B O S S A C I F Á R G O E G S E S I L Á N A 1ª Edição Alfenas-MG 2 UNIFAL-MG 2020 © 2020 Direitos reservados aos autores. Direito de reprodução do livro é de acordo com a Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte. Análises geográficas sobre o território brasileiro: dilemas estruturais à Covid-19 Disponível em: https://www.unifal-mg.edu.br/bibliotecas/ebooks Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL-MG Endereço: Rua Gabriel Monteiro da Silva, 700 Centro – Alfenas – Minas Gerais – Brasil – CEP: 37.130-001 Reitor: Sandro Amadeu Cerveira Vice-reitor: Alessandro Antonio Costa Pereira Sistema de Bibliotecas da UNIFAL-MG / SIBI/UNIFAL-MG Organizadores: Flamarion Dutra Alves e Sandra de Castro de Azevedo. Editoração, Revisão: Flamarion Dutra Alves. Edição e arte: Flamarion Dutra Alves. Apoio à editoração: Marlom César da Silva Capa: Flamarion Dutra Alves, GEOATIVA Júnior. Contra-capa: Flamarion Dutra Alves Órgão de fomento: CAPES 3 CONSELHO CIENTÍFICO EDITORIAL Prof. Dr. Danilo Piccoli Neto (Universidade Federal de Santa Catarina) Prof. Dr. Emerson Ribeiro (Universidade Regional do Cariri) Profª Drª Gilsélia Lemos Moreira (Universidade Estadual de Santa Cruz) Prof. Dr. Lutiane Queiroz de Almeida (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) Profª Drª Michele Lindner (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) Prof. Dr. Nilson Cesar Fraga (Universidade Estadual de Londrina) REALIZAÇÃO www.unifal-mg.edu.br/ppgeo www.capes.gov.br 4 SUMÁRIO Prefácio...........................................................................................................7 Vera Lúcia Salazar Pessôa Apresentação...................................................................................................10 Flamarion Dutra Alves e Sandra de Castro de Azevedo PARTE I - GEOGRAFIA, TERRITÓRIO E DILEMAS ESTRUTURAIS Fazendo geografias feministas: apontamentos sobre desobediências epistemológicas..........14 Joseli Maria Silva Tamires Regina Aguiar de Oliveira Cesar Vagner André Morais Pinto Cidades também para mulheres: uma perspectiva generificada do espaço.........................29 Clarice Cassab Reprodução social e organização comunitária pelas mulheres: “Programa Minha Casa Minha Vida” em Alfenas-MG..........................................................................................40 Clara Ribeiro Silva A evolução das relações de trabalho na cafeicultura do Sul de Minas e o papel da mão de obra feminina: apanhadoras de café de Divisa Nova-MG......................................................57 Glaucione Raimundo Ana Rute do Vale A economia colonial do café e o trabalho análogo ao escravo no Sul de Minas Gerais.............74 Adriano Pereira Santos Jorge Ferreira dos Santos Filho Manifestações culturais identitárias nos espaços rural e urbano.....................................92 Sônia de Souza Mendonça Menezes A diversidade do tecido social e cultural na Serra dos Tapes/RS.....................................111 Giancarla Salamoni Ruralidade e as cidades pequenas no Sul de Minas Gerais............................................127 Flamarion Dutra Alves Ruralidade, paisagem e territorialidade: a Festa de São Benedito em Machado– MG...............................................................................................................140 Jhonatan da Silva Corrêa Flamarion Dutra Alves Da geografia regional ao IBGE: uma discussão teórica e sua aplicabilidade no rural contemporâneo...............................................................................................155 Ana Ivania Alves Fonseca Paulo Cicero Borges Lopes Marcela Alves Fonseca PARTE II – GEOGRAFIA, TERRITÓRIO E COVID-19 Geografia e cidadania em tempo de pandemia da COVID-19........................................173 Maria Adélia Aparecida de Souza Clímaco César Siqueira Dias Gil Carlos Silveira Porto 5 A contribuição da geografia para análise da COVID-19...............................................189 Sérgio Henrique de Oliveira Teixeira Rodrigo José Pisani Desdobramentos da COVID-19 sob a ótica geográfica................................................210 Caio Faria da Cunha Barbosa Adorno A educação sem escola: o ensino remoto emergencial, a função social da educação e a desigualdade social..........................................................................................219 Sandra de Castro de Azevedo O trabalho remoto em uma cidade pequena de Minas Gerais: da legislação estadual à identidade docente..........................................................................................232 André de Paula Silva O ensino remoto na rede municipal de ensino de Alfenas: um caminho possível?.............242 Thays Alexandre Salles Realidade virtual e aprendizagem flexível: experiências nos cursos de geografia da Universidade British Columbia, Campus Vancouver (Canadá), e da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG) (BRASIL).............................................................................257 Clibson Alves dos Santos Gil Carlos Silveira Porto Beatriz Reneis Luiz Agricultura e alimentação no contexto da pandemia do novo coronavírus: da crise alimentar estrutural a soberania alimentar.........................................................................271 Lorena Izá Pereira Estevan Coca Alimentação, questão agrária e seus desdobramentos políticos e socioeconômicos no cenário brasileiro......................................................................................................284 Alexandre Elias de Miranda Teodoro Concentração do dióxido de nitrogênio (no2) e internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP)........................................295 Daniel Hideki Bando Marcelo de Oliveira Latuf Pandemias sob os olhares da biogeografia médica: os complexos patogênicos e a COVID- 19...............................................................................................................316 Roberto Marques Neto Sarah Lawall O olhar da biogeografia sobre a questão da pandemia...............................................335 Pedro Sousa Silva de Paula Ribeiro Sobre os autores.............................................................................................346 6 PREFÁCIO A abordagem temática do livro Análises geográficas sobre o território brasileiro: dilemas estruturais à COVID-19 justifica-se na medida em que é relevante o papel da Geografia em proporcionar condições teórico-metodológicas para a discussão de questões sociais, econômicas, culturais e também aquelas relacionadas à educação e à qualidade de vida dos sujeitos envolvidos no processo de construção do território. Em dezembro de 2019, na cidade de Wuhan (China), um acontecimento relacionado à saúde, causado por um vírus que parecia ser mais um entre tantos, transformou a dinâmica da vida das pessoas. Um paciente foi hospitalizado com COVID-19. Naquele momento não se tinha a dimensão do que estava previsto para 2020. A pandemia de COVID-19 espalhou-se e atravessou fronteiras, sem distinção. O medo e a preocupação tomaram (e continuam tomando) conta das pessoas pela forma como os sintomas apareceram. Todos ficaram vulneráveis porque não houve preparo para enfrentar a pandemia. O que fazer diante desse caos que atingiu a saúde em todos os lugares? O número de mortes assustava os noticiários! O isolamento foi o ponto de partida para tentar conter a expansão da doença, pois já se podia avaliar que as aglomerações eram um dos tipos de situação vulnerável. As instituições de ensino estavam na lista de lugares suscetíveis. Sem muito tempo para pensar na situação, a forma encontrada de evitar o aumento da doença foram as atividades em home office. As instituições educacionais, em suas três instâncias (ensino fundamental, médio e superior), sem preparo para esse “novo normal”, tiveram de se adequar para cumprir o calendário proposto para o ano de 2020. A educação, nos âmbitos nacional e internacional, reinventou-se. Os desafios têm sido grandes diante da carência de recursos para comprar os equipamentos fundamentais a ser usados pelos alunos: notebook, desktop, tablet ou celular. As dificuldades para o seu uso estão relacionadas à desigualdade de acesso às tecnologias, pois nem todos, infelizmente, têm oportunidade, por exemplo, de ter um bom sinal de internet. Nesse contexto, como forma de ampliar o debate acerca da “crise” instaurada pela COVID-19, um grupo de professores preocupados com a situação que se impunha ao ensino criaram os “Colóquios Geográficos do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG)”. Realizado nos meses de junho e julho e de forma virtual, o evento foi importante para proporcionar o debate sobre geografia e território, com enfoque em dilemas estruturais e COVID-19. A interlocução decorrente do alto nível das discussões feitas pelo grupo nas mesas- redondas apresentadas durante os colóquios resultou na elaboração de 22 capítulos para este 7 livro, construído a várias mãos e organizado em duas partes pelos professores Flamarion Dutra Alves e Sandra de Castro Azevedo. A Parte I, “Geografia, território e dilemas estruturais”, contém 10 capítulos que perpassam pelas discussões sobre gênero, relações de trabalho na cafeicultura, manifestações culturais, diversidade do tecido social e cultural, ruralidade, paisagem, territorialidade e a questão regional. Os capítulos estão assim organizados: 1) “Fazendo geografias feministas: apontamentos sobre as desobediências epistemológicas” (Joseli Maria Silva, Tamires Regina Aguiar de Oliveira César, Vagner André Morais Pinto); 2) “Cidades também para mulheres: uma perspectiva generificada do espaço” (Clarice Cassab); 3) “Reprodução social e organização comunitária pelas mulheres: programa Minha Casa Minha Vida em Alfenas, Minas Gerais” (Clara Ribeiro Silva); 4) “A evolução das relações de trabalho na cafeicultura do Sul de Minas e o papel da mão de obra feminina: apanhadoras de café de Divisa Nova - MG” (Glauciane Raimundo e Ana Rute do Vale); 5) “A economia colonial do café e o trabalho análogo ao escravo no Sul de Minas Gerais” (Adriano Pereira Santos e Jorge Ferreira dos Santos Filho); 6) “Manifestações culturais identitárias nos espaços rural e urbano” (Sônia de Souza Mendonça Menezes); 7) “A diversidade do tecido social e cultural na Serra dos Tapes - RS” (Giancarla Salamoni); 8) “Ruralidade e as cidades pequenas no Sul de Minas Gerais” (Flamarion Dutra Alves); 9) “Ruralidade, paisagem e territorialidade: a festa de São Benedito em Machado - MG” (Jhonatan da Silva Corrêa e Flamarion Dutra Alves); 10) “Da geografia regional ao IBGE: uma discussão teórica e sua aplicabilidade no rural contemporâneo” (Ana Ivânia Alves Fonseca, Paula Cícero Borges Lopes e Marcela Alves Fonseca). A Parte II, “Geografia, território e COVID-19”, é composta de 12 capítulos e mostra os reflexos da doença a partir de contribuições da Geografia, do Sensoriamento Remoto, da Biogeografia Médica e da Biogeografia para entender o momento atual no ensino, na alimentação e na saúde das pessoas. Os capítulos estão assim organizados: 11) “Geografia e cidadania em tempo de pandemia da COVID-19” (Maria Adélia Aparecida de Souza, Clímaco César Siqueira Dias e Gil Carlos Silveira Porto); 12) “A contribuição da geografia para análise da COVID-19” (Sérgio Henrique de Oliveira Teixeira e Rodrigo José Pisani); 13) “Desdobramentos da COVID-19 sob a ótica geográfica” (Caio Faria da Cunha Barbosa Adorno); 14) “A educação sem escola: o ensino remoto emergencial, a função social da educação e a desigualdade social” (Sandra de Castro de Azevedo); 15) “O trabalho remoto em uma cidade pequena de Minas Gerais: da legislação estadual à identidade docente” (André de Paula Silva); 16) “O ensino remoto na rede municipal de ensino de Alfenas: um caminho possível?” (Thays Alexandre Salles); 17) “Realidade virtual e aprendizagem flexível: experiências nos cursos de geografia da Universidade British Columbia, Campus Vancouver (Canadá), e da 8 Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG) (BRASIL)” (Clibson Alves dos Santos, Gil Carlos Silveira Porto e Beatriz Reneis Luiz); 18) “Agricultura e alimentação no contexto da pandemia do novo coronavírus: da crise alimentar estrutural à soberania alimentar” (Lorena Izá Pereira e Estevan Coca); 19) “Alimentação, questão agrária e seus desdobramentos políticos e socioeconômicos no cenário brasileiro” (Alexandre Elias de Miranda Teodoro); 20) “Concentração do dióxido de nitrogênio (NO ) e internações por Síndrome Respiratória Aguda 2 Grave (SRAG) na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) (Daniel Hideki Bando e Marcelo de Oliveira Latuf); 21) “Pandemias sob olhares da biogeografia médica: os complexos patogênicos e a COVID-19” (Roberto Marques Neto e Sarah Lawll); 22) “O olhar da biogeografia sobre a questão da pandemia” (Pedro Sousa Silva de Paula Ribeiro). A qualidade dos textos está expressa nas reflexões possíveis de ser feitas a partir das práticas, resultantes do conhecimento de cada autor, sobre a temática discutida. As discussões constituíram um verdadeiro debate científico durante os Colóquios. A leitura dos capítulos suscita questionamentos sobre a Geografia e o território para entender os dilemas estruturais e a COVID-19. A reunião de vários autores contribuiu para o debate científico sobre o objetivo do livro, ou seja, apresentar a discussão sobre a COVID- 19 em tempo real, conforme se dá a expansão da pandemia no país e no mundo. O livro, portanto, tem seu mérito não apenas por estimular o debate sobre os temas propostos, mas sobretudo por deixar registrada a contribuição da Geografia e de áreas afins para a compreensão dos fatos ocorridos no ano de 2020, convidando o leitor para ser também sujeito deste momento e parte desta história. Vera Lúcia Salazar Pessôa Professora titular e ex-professora, do PPGEO/UFU e PPGEO/UFCAT Primavera /2020 9 APRESENTAÇÃO O ano de 2020 ficará na memória de todas pessoas, pela existência da pandemia da COVID-19. Esse vírus que se alastrou pelo mundo todo e causou, e ainda causa, milhares de mortes diárias e já levou a vida de milhões de pessoas em todo mundo. A pandemia alterou a dinâmica da vida das pessoas no mundo todo, o distanciamento social e o isolamento foram algumas das soluções encontradas para evitar a propagação do vírus, conjuntamente com o uso de máscaras e a higienização constante das mãos. Dentro deste contexto, a internet passa a ser o principal instrumento de trabalho, e no mundo acadêmico não foi diferente. Esse recurso foi e é essencial para manter a comunicação, e manter uma rotina de trabalho e estudos, dentro das possibilidades e limitações que tal técnica impõe. Entretanto, mesmo com esse recurso técnico aproximando pessoas e integrando numa mesma mesa redonda virtual, pesquisadores e espectadores de várias partes do mundo, o Brasil ainda detém índices precários de acesso à internet, onde 33% das residências no Brasil não tem acesso à internet; 56% das pessoas que acessam internet regularmente, só acessam pelo celular; 51% dos acessos em celular são pré-pagos; 30% dos acessos em celular são em 2G (de baixa qualidade); 56% da população rural não tem acesso à internet; 60% da população das classes D e E (mais pobres) não tem acesso à internet e somente 33% do acesso nas residências são de fibra ótica (alta qualidade) (FOLHA DE SÃO PAULO, 20201) Apesar de toda essa situação de desigualdade de acesso, a internet continua sendo o recurso que possibilita a continuidade das atividades em situação de distanciamento e isolamento social que se faz necessário, enquanto não houver vacinas aprovadas, no Brasil, para produzir anticorpos contra o novo coronavírus, uma vez que estudos indicam que somente após a imunização é que as pessoas poderão retomar suas interações socioespaciais cotidianas. Diante desse cenário, o Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Alfenas – MG, decidiu realizar uma série de lives denominado Colóquios Geográficos do PPGEO UNIFAL-MG “A GEOGRAFIA NO ESPAÇO VIRTUAL: Desdobramentos da COVID-19 e análises da realidade brasileira sob diferentes perspectivas”2 entre os meses de junho e julho de 2020, com o objetivo de debater assuntos ligados a COVID-19 e também sobre questões estruturais da ciência geográfica, congregando pesquisadores(as) de várias universidades do Brasil. 1 FONTE: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/05/cerca-de-70-milhoes-no-brasil-tem-acesso- precario-a-internet-na-pandemia.shtml?fbclid=IwAR2_SaSzVY1uemaeGhb1UeCMFVRxX7VTYOweuFAH6k- yB8QM3UrwSd4slJc 2 Site do evento: https://www.unifal-mg.edu.br/ppgeo/coloquios-geograficos/ 10

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