Série Sherring Cross 02 - AMOR ETERNO Johanna Lindsey Disponibilização: Soryu Tradução e revisão inicial: Dani P. Revisão Final e Formatação: Alcimar Silva. Série Sherring Cross 01 – O Homem dos Meus Sonhos (Distribuído) 02 – Amor Eterno (Distribuído) 03 – Amor Incompreendido (Distribuído) Resumo: Kimberly Richards, rica herdeira inglesa que encontra- se no limite da idade aconselhável para se casar, é abandonada por quem pensava seria seu marido. Órfã de mãe, seu pai decide confiá-la aos cuidados dos duques de Wrohston para não ter que se responsabilizar por ela - já que sua atual mulher não quer conviver com uma enteada - e introduzi-la no ambiente da aristocracia, onde, em meio de festas e noitadas propícias para os escarcéus amorosos, supostamente encontrará uma bom partido. De sua parte, Lachlan MacGregor, parente dos Wrohston e chefe de um rude clã escocês degradado, esforça-se para manter a margem as calamitosas finanças de sua família depois do desastre provocado por sua madrasta, que após a morte de seu pai fugiu com toda a fortuna familiar. A situação é tão crítica que Lachlan e seus homens se vêm obrigados a realizar pilhagens para abastecer o castelo de provisões. A única solução é que o arrogante e bonito Lachlan se case com uma mulher rica que livre o clã das penúrias. Assim, ambos formam o par ideal para um casamento de conveniência. Entretanto, a atraente e recatada jovem sente uma profunda aversão pelos caça dotes e ainda mais pela triste necessidade de comprar um marido... Nota da tradutora e revisora inicial Dani P.: Amei o livro, principalmente os personagens, o Lachlan é maravilhoso, que homem... E Kimberly é uma mocinha muito esperta, fala tudo o que tem que falar, ou melhor quase tudo. Bem, aproveitem o livro, quem leu o primeiro e gostou do casal principal (Megan e Devlin) vai gostar deste pois eles aparecem bastante e vai se apaixonar por esse novo casal. Nota da revisora final e formatação Alcimar Silva: O livro é ótimo. Vocês vão adorar a história do Lachlan “Gigante” que é terrível. Sério! Ele perturba várias pessoas na história com a ideia fixa de que está apaixonado pela Megan, que não é o seu par romântico na história. Até se convencer que não a ama, vai arrumar muitas confusões, principalmente com a mocinha que verdadeiramente o interessa. Mais depois... é melhor ler para saber do que estou falando. Vocês vão adorar o livro. Beijos e até o próximo livro. CCAAPPIITTUULLOO 0011 - Ainda vive, moço? Parecia duvidoso. E pouco desejável, nesse momento. Mas a dor era mais irritante que aguda, e Lachlan MacGregor, enquanto jazia ensanguentado, descobriu que a ferida mortal era em seu orgulho. Triste era que o senhor do clã MacGregor se visse reduzido à condição de simples ladrão de estradas, mas ser tão néscio para deixar que o ferissem... - Lachlan? - apressou seu parente. - Acredito que, se não estou morto, deveria estar. De maneira que não pense em levar meu corpo para casa para enterrá-lo, Ranald. Deixe-o aqui para que apodreça como merece. Do outro lado de Lachlan se ouviu uma risada abafada. - Não disse que não terá que afligir-se, Ranald? - disse Gilleonan MacGregor - É necessário mais que uma miserável bola de chumbo de uma pistola inglesa para acabar com um corpo tão grande. Lachlan respondeu com um bufo. Ranald, que o sacudia em busca de sinal de vida, suspirou. - Ah! Isso eu já sabia - disse com uma estranha mistura de suficiência e alívio - O que me preocupava era como colocá-lo no cavalo. Porque se não puder montar sozinho, terá que apodrecer aqui, que nós, nem mesmo entre os dois poderíamos içá-lo. - Pois a mim isso não preocupa. Recordo que, quando moleque, acendíamos fogo junto a seus pés. Assombra que um grande homem como MacGregor possa mover-se como o azougue quando... Lachlan grunhiu baixo, porque também se lembrava do episódio. Gilleonan voltou a rir entre dentes. Ranald estalou a língua e disse muito sério: - Eu não o faria, primo. O fogo revelaria aos ingleses onde estamos, se tão tolos forem para andar nos procurando ainda. - Tem razão, nem seria necessário o fogo se, para cair do cavalo, nosso senhor tivesse esperado que chegássemos a nossos lares. Mas, como não esperou e em terra está, já dirá o que faremos. - Direi eu - atravessou Lachlan, mal-humorado - retorço o cangote dos dois e nos apodrecemos aqui, os três. Os dois primos sabiam que Lachlan era muito sensível em relação a seus mais de dois metros de altura, e se agora o mencionavam era para que o furor lhe desse forças para levantar-se, embora não tantas para lhes quebrar a cabeça, ou ao menos nisso confiavam. Não havia maneira de prever até que ponto estava furioso seu parente nesse momento, assim Ranald disse: - Se não se importar, Lachlan preferiria não apodrecer tão perto da fronteira inglesa. Morrer em nossas terras altas, não me desagradaria tanto, mas aqui nas terras baixas... Não senhor, não me agrada sua ideia. - Assim, se se calarem e me deixarem repousar por um momento, possivelmente faça o favor de montar o cavalo por minhas próprias forças. Se conservar alguma. A esta petição seguiu um silêncio, e Lachlan supôs que se tratava da trégua solicitada. O ruim era que, por mais que descansasse, não acreditava que restassem energias para fazer o menor movimento. Debilitava-se aos poucos, e até parecia sentir como iam as forças com o sangue que escapava de seu corpo. Condenada ferida. Se não tivesse sentido o ferroar da bala, não saberia que havia se alojado em algum lugar de seu peito. O torso ficou insensível muito antes que desabasse do cavalo e o golpe contra o chão adicionasse estragos a seu corpo. Outro dos inconvenientes de seu tamanho: quando caía, o baque era duro. - Apostaria que outra vez andava distraído e por isso o feriram - voltou à carga Gilleonan após alguns minutos, já que Lachlan não se movia - Assim está há mais de um ano, suspirando pela bela ruiva que o inglês lhe roubou. Lachlan compreendia que seu parente queria provocá-lo para que sacudisse a modorra e os livrasse da apreensão. E é obvio que havia conseguido, porque Gilleonan não estava enganado em sua hipótese. Quando o feriram, Lachlan estava pensando sem esperança na gentil Megan, de cabelo chamejante e grandes olhos azuis meia-noite, bonita como ninguém. Mas nela pensava cada vez que rondavam pela fronteira inglesa, porque ali a havia encontrado... E ali tinha perdido-a. E também pensava nela outras vezes, mas isso era assunto seu e ninguém tinha por que trazê-lo à tona, nem sequer com a melhor das intenções. - Eu a roubei do inglês - balbuciou Lachlan - Ele só a recuperou. É diferente. - Recuperou-a e te bateu... Esse aviso merecia uma resposta, e o punho de Lachlan, ainda privado de força, fez perder o equilíbrio ao acertar Gilleonan que, no achar-se sentado no chão, proferiu um grunhido de surpresa, apesar de que esta era a reação que esperava e desejava de seu parente e senhor. Ranald, do outro lado, riu. - Muito bem, Lachlan. Se colocar a mesma energia em montar sua robusta pessoa neste esplêndido cavalo, nos iremos para casa para que Nessa possa curar sua ferida. Lachlan gemeu. Gilleonan, que leu seu pensamento, repreendeu a Ranald: - Está ruim da cabeça, homem? Que estupidez. Só a ideia de cair nas mãos de Nessa bastaria para querer fugir. Essa moça cura à força de repreensões, depois de fartar-se de chorar. Que panorama. Ranald elevou as sobrancelhas. - Acha que Nessa aborreceria o chefe do clã? - Certamente - murmurou Lachlan. “E seria um justo castigo”, adicionou para si. Com esse pensamento, virou-se e ficou de quatro. Sua vista nublou, ainda que não houvesse muito que ver, pois era uma noite sem lua, boa para rondar pelos caminhos. Mas não podia andar roubando e sonhando acordado ao mesmo tempo, e teria que procurar não mesclar um com o outro... Se saísse dessa. - Tragam o pobre cavalo - disse a seus amigos. Eles fizeram mais do que isso: eles tentaram ajudá-lo a montar mas, como eles eram mais obstáculo do que apoio, ele os afugentou com um grunhido. Por fim, com um esforço, subiu na sela. E, com esforço, seus parentes o levaram ao seu lar, ainda que pouco ou nada lembrou da viagem longa e árdua, nem por alto o que eles fizeram para curar a ferida, antes que Nessa o tomasse em seus cuidados. Mas ao fim o tomou, e seguiram três semanas de suplício, até que Lachlan pode fazer que escutasse suas súplicas e o deixasse em paz. O mau de Nessa era que acreditava estar apaixonada por Lachlan e dava por certo que algum dia se casariam. Apesar de nunca lhe dar margem para que tivesse expectativas, a ela parecia bastar que Lachlan não estivesse cortejado nenhuma outra. Mas quanto tempo havia tido para cortejos, se assumiu a chefia do clã sendo tão jovem? Nessa vivia em sua casa, como outros muitos membros do clã. Lachlan a teve sempre a seu lado; quando eram pequenos foi sua companheira de jogos, e quando ele começou a interessar-se pelas moças se converteu em um incômodo, já que nunca viu nela mas que uma intrépida camarada. Agora Lachlan tinha vinte e seis anos e Nessa, uns cinco a menos e um gênio muito forte. Ela cuidava da casa desde que o pai de Lachlan havia morrido e a madrasta fugido levando todos os bens tangíveis dos MacGregor. Não deixado-os mais que as terras, pelo que o herdeiro se viu obrigado a roubar pelas estradas, mal que pesava nele. Lachlan havia dito à bela Megan que fazer incursões do outro lado da fronteira para roubar os ingleses era tradição da família, mas não era a verdade. Fazia mais de duzentos anos que nenhum MacGregor ia as estradas de noite, e antigamente saíam mais para perseguir outros clãs que para encher as arcas. A fortuna dos MacGregor havia se acumulado durante gerações graças a dádivas reais, bons investimentos e a boa sorte de um jogador. Mas também tinha que fazer abundantes desembolsos para reparar o velho castelo e procurar que, nas numerosas núpcias que se celebravam ao cabo do ano, os membros do clã fossem bem providos ao matrimônio. As colheitas eram parcas, e os animais de granja não bastavam nem haviam bastado nunca para alimentar tantas bocas como havia no castelo. Para cúmulo, o único