Alexandra Paula Costa Freitas ENFERMAGEM COM FAMÍLIAS Perspectiva dos Enfermeiros de Cuidados de Saúde Primários da Região Autónoma da Madeira Dissertação de Candidatura ao Grau de Mestre em Ciências de Enfermagem submetida ao Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar Orientador: Professora Doutora Maria Manuela Ferreira Pereira da Silva Martins Doutorada em Ciências de Enfermagem Diz-me que instrumentos tu utilizas raramente, frequentemente, a maior parte das vezes ou nunca para prestar cuidados e eu te direi que cuidados tu prestas. Marie-Françoise Collière (1982) Siglas CIPE – Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem DL – Decreto-lei DLR – Decreto Legislativo Regional DR – Decreto Regional DRR – Decreto Regulamentar Regional CS – Centros de Saúde CSP – Cuidados de Saúde Primários IAEF – Importância Atribuída à Enfermagem com Famílias ICN – International Council of Nurses OE – Ordem dos Enfermeiros OMS – Organização Mundial de Saúde PEEF - Percepção dos Enfermeiros da Enfermagem com Famílias PPEF – Percepção da Prática da Enfermagem com Famílias RAM – Região Autónoma da Madeira SPSS - Statistical Package for the Social Sciences UNICEF - United Nations Children's Fund AGRADECIMENTOS Queremos, de uma maneira muito sincera, expressar o nosso agradecimento a todas as pessoas que foram, de igual modo, peças fundamentais na concretização deste trabalho. À Professora Doutora Manuela Martins, enquanto minha orientadora, por toda a colaboração, apoio e clarificação fundamental para a conclusão deste trabalho. À minha amiga, Maria João Rodrigues, pelo seu afecto, incentivo diário, opinião sempre crítica, disponibilidade permanente e suporte no tratamento estatístico dos dados. À Cristina, à Marta e à Doroteia pela amizade e por toda a colaboração, incentivo, apoio e dedicação. Ao Dr. José Manuel, pela sua disponibilidade na ajuda do tratamento estatístico dos dados. À Direcção de Enfermagem, Chefes e Supervisoras dos Cuidados de Saúde Primários da RAM por todo o apoio e disponibilidade demonstradas. Aos profissionais de enfermagem dos Cuidados de Saúde Primários da RAM pela sua imprescindível participação no estudo. Finalmente, e de forma muito especial, ao meu marido e filhos, por todo o carinho, incentivo e apoio que ao longo destes anos me dispensaram. O meu sincero obrigado! RESUMO As famílias têm sido objecto de especial atenção nos últimos tempos em diversas áreas científicas. A Enfermagem, não sendo excepção, assumiu a importância de promover o Enfermeiro de Família, como forma de melhorar a qualidade dos cuidados, devendo este profissional desenvolver a sua actividade integrado numa equipa multidisciplinar, dirigindo-se à família ao longo do seu desenvolvimento necessitando, para tal, de dispensar muito tempo no seu domicílio. Deste modo, este estudo, do tipo descritivo e exploratório, teve como principal objectivo conhecer a Percepção dos Enfermeiros sobre a Enfermagem com Famílias (PEEF), em duas dimensões: a Percepção da Prática da Enfermagem com Famílias (sub- escala PPEF) e a Importância Atribuída à Enfermagem com Famílias (sub-escala IAEF). Sendo que os valores A população alvo foi o universo dos enfermeiros na prestação directa de cuidados e/ou na gestão a exercer funções nos Centros de Saúde da Região Autónoma da Madeira, sendo a população amostral constituída por 372 sujeitos. Face aos resultados obtidos, conclui-se que: Os sujeitos em estudo atribuem níveis mais elevados à Importância de uma Enfermagem com Famílias (x IAEF=167.35) comparativamente à percepção da aplicabilidade na prática desta mesma abordagem (x PPEF=119.33). Existe uma correlação estatisticamente significativa e positiva entre as duas sub- escalas. Os grupos de enfermeiros com licenciatura e mestrado e enfermeiros especialistas, chefes e supervisores atribuem maior importância à Enfermagem com Famílias. O tipo de formação académica sobre família usufruída pela população amostral tem um efeito estatisticamente significativo nas duas sub-escalas. Relativamente à concepção dos inquiridos sobre Enfermagem de Família, apenas 24 dos sujeitos a concebem numa perspectiva idêntica à do estudo; 75 identificam-na como uma metodologia de trabalho e 107 como uma das possíveis abordagens alternativas descritas na literatura. Como factores dificultadores e facilitadores de uma intervenção na família a maioria dos inquiridos aponta as características organizacionais, com destaque para os recursos humanos, seguidos das características da formação, onde se distingue a formação na área da família.
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