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À sombra de gigantes: uma viagem ao coração das mais famosas pequenas torcidas do futebol europeu PDF

206 Pages·2017·3.88 MB·Portuguese
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Preview À sombra de gigantes: uma viagem ao coração das mais famosas pequenas torcidas do futebol europeu

ÍNDICE Capa Folha de rosto Citação Introdução 1. Espanyol e a maravilhosa minoria 2. Amor ao rayo e ódio ao racismo 3. O incrível fracasso do Munique 1860 4. Sangue pelo Union Berlin 5. St. Pauli: Entre ativismo e futebol 6. Fuck off, I’m Millwall 7. Ninguém odeia o Fulham 8. Os últimos reis da Escócia 9. Não há futebol sem o orient 10. Belém e só o Belém 11. Red Star — Paris é uma festa 12. Isso é Sparta 13. O grande Torino eterno Posfácio Agradecimentos Fotos Créditos “Você pode mudar de esposa, de partido político ou de religião, mas nunca o seu time de futebol” — Eric Cantona “Por que não se pode ganhar de um time mais rico? Eu nunca vi um saco de dinheiro marcando gols” — Johan Cruyff “Não é sobre o quanto você bate, mas o quanto você suporta apanhar, e então seguir em frente” — Rocky Balboa INTRODUÇÃO Por que torcer para um time que não ganha títulos? Esta foi das perguntas que fiz a dezenas de torcedores que cruzaram o meu caminho ao longo desta jornada de 50 dias por estádios europeus. Rapidamente descobri não haver uma única resposta. Se é que existe, de fato, uma resposta conclusiva. A ideia de se apaixonar por um time de futebol é o resultado de uma soma de motivos que aumentam ao longo do tempo, se consolidam e ficam mais fáceis de se colocar em palavras. Às vezes podem até evaporar, pois é algo que exige uma dedicação que a maioria das pessoas simplesmente não está disposta a exercer. É um sentimento que nunca será completamente racional. Talvez não seja diferente de escolher com quem se casar. Quando somos mais jovens – não apenas, mas principalmente –, procuramos, em geral, afinidades, mas não mais do que de repente percebemos que o amor da nossa vida curte Almodóvar e MPB, enquanto preferimos escutar Slayer e assistir a todos os filmes de “Mad Max” em sequência. Poetas dedicam uma existência inteira a encontrar a explicação para o amor. Não seria eu que a encontraria, ainda que nada me impedisse de tentar. A maioria dos torcedores fanáticos costuma dizer que esse é um amor que não pede nada em troca. Ir ao estádio, comprar camisas e apoiar o clube mesmo nos piores momentos (ou especialmente durante eles), pois, não importa o que aconteça, ele sempre estará presente, como o seu porto seguro, certo? Bem, no fundo nem sempre é assim. De forma geral, todos nós queremos alguma coisa em troca, sim: as conquistas. Naquela soma de motivos que fazem alguém escolher e seguir um time, o sucesso é um dos principais, seja ele recente ou, pelo menos, uma perspectiva – como um clube que está há anos sem títulos. Essa forma de se agarrar ao passado também é um dos maiores pontos em comum em torcedores de futebol: a esperança. Na Europa, onde os títulos dos campeonatos nacionais são bem mais fragmentados do que, por exemplo, no Brasil e na Argentina, torcer por Real Madrid, Barcelona ou Bayern é a escolha mais fácil, porque é a garantia de não ficar mais do que um par de anos sem comemorar um título. Termos como “fila” e “seca” não fazem parte do vocabulário e não há sonhos impossíveis. É nesta parte da história que entram estes torcedores com quem fui aos jogos, que torceram ao meu lado e que me levaram para beber, conversar sobre os seus clubes, torcidas e estádios. E, é claro, beber um pouco mais. Torcer para um clube pequeno não é fácil, mas estas pessoas estão espalhadas aos milhares pelo mundo. No próprio Brasil, existem clubes pequenos que dividem a cidade com grandes, como o Juventus da Mooca, em São Paulo, o América, no Rio, o Zequinha, em Porto Alegre. Na Europa, porém, além da popularidade e das conquistas dos vizinhos, há um abismo econômico que não se compara ao de nenhum outro lugar. Os chamados nanicos são como um guarda- sol no tsunami dos clubes mais ricos do planeta – que a cada dia ficam mais ricos e ganham mais adeptos ao redor do mundo. Optar pelo Rayo Vallecano, em Madri, pelo TSV 1860, em Munique, ou pelo Millwall, em Londres, alguns dos clubes que acompanhei nesta caminhada, é mais do que apenas paixão, é quase que um ato de resistência. É continuar vivo em um local em que o abandonaram para morrer. Com a surreal diferença de recursos financeiros que apenas cresce, esses abnegados passaram a servir de inspiração para lemas do tipo “o futebol respira” ou então “é mais do que futebol”. Mas a verdade é que a essência dessas torcidas não é ser contra o futebol moderno. Esta é só a única alternativa que lhes restou. O roteiro original desse projeto incluía 10 clubes, todos com a premissa de estarem à sombra de gigantes da mesma cidade. Incorporei outros três na metade do caminho – quase que literalmente – ao saber de suas histórias fascinantes. Em Glasgow, o Queen’s Park é o clube mais antigo da cidade, cujo orgulho de certo amadorismo parece uma afronta ao auge da era profissional; na Berlim oriental, o Union precisou lutar por décadas contra o serviço secreto da Alemanha comunista; e o St. Pauli, em Hamburgo, talvez o mais conhecido, por todo o mito de ser o time da esquerda anticapitalista. Além destes, conto a história do Espanyol e sua eterna sina de ser o outro time de Barcelona; o Rayo Vallecano e sua representação da parte pobre de Madri; os Belenenses e a simpatia do clube no famoso bairro dos pastéis de Belém, em Lisboa; em Londres, o Millwall e sua reputação de hooliganismo, o Fulham com a sua fama da torcida “do bem”; e o Leyton Orient e sua… bem, nenhuma fama; em Paris, o Red Star e a dicotomia de ser o clube “tradicional” da cidade que tem os novos-ricos do PSG; o Sparta Rotterdam e sua dedicação ao passado, na mais moderna cidade holandesa; o TSV 1860 e a eterna lembrança de um dia ter sido o maior clube de Munique; e, por fim, o Torino, que, embora seja o clube com mais glórias de todo o projeto, ainda sobrevive sob

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