Chamaram-na Míriam, que se traduz por Maria em português. Era um nome muito comum entre as meninas da Palestina. Quando enfaixava e alimentava sua pequena Maria, Ana se sentia cheia de prazer. Mas ela nem desconfiava do destino extraordinário reservado a essa criança. Ela não sabia que Deus a escolhera, desde a eternidade, para ser a Mãe do Messias. Ignorava que este bebê não era como os demais. Como poderia adivinhar que o Senhor, em vista de sua grande missão, havia concedido a Maria, desde o primeiro instante de sua existência, o estado de graça que nós só recebemos no batismo? Esse privilégio se chama Imaculada Conceição. Sim, Maria era puríssima, e Deus, que deveria um dia nascer dela para resgatar os homens, a tinha resgatado em primeiro lugar. Por enquanto, apenas sua beleza e graça a distinguiam das outras. Era tão boazinha que, às vezes, todos ficavam admirados. Muito cedo começou a sorrir, e não apenas com os lábios, mas com os olhos, muito meigos e profundos, que sorriam também. Até as pessoas grandes ficavam emocionadas diante desse belo rostinho. Só de olhá-la a gente sentia alegria. Começou logo a ficar de pé, depois a andar, segurando, com a mãozinha rechonchuda, a saia da mamãe ou o polegar do papai. E seus olhinhos riam ainda mais quando conseguiu dar alguns passos sozinha.