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A historia de Mora a saga de Ulysses Guimarães PDF

272 Pages·2013·2.089 MB·Portuguese
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Jorge Bastos Moreno A HISTÓRIA DE MORA A saga de Ulysses Guimarães À Renata Lo Prete SUMÁRIO Para pular o Sumário, clique aqui. Prefácio de Roberto DaMatta Nota do Autor – O Dono da História Capítulo 1 – A mulher que calou os governadores Capítulo 2 – Ulysses respirava Tancredo Capítulo 3 – A mágoa de Ulysses e Tancredo com JK Capítulo 4 – O pior momento da Vida de Lula Capítulo 5 – 1977 - O ano retrocesso Capítulo 6 – Ulysses, o “Jurila” e os “Três Patetas” Capítulo 7 – As revelações de Tancredo a Ulysses Capítulo 8 – “Primeira-dama” – em missão oficial Capítulo 9 – Em 1985, campanha e depressão Capítulo 10 – Da chinesinha à benção do papa Capítulo 11 – Natal e a falta que fez uma bicicleta Capítulo 12 – Ulysses a Collor – “Só uso drogas compradas legalmente.” Capítulo 13 – A agonia pública do doutor Ulysses Capítulo 14 – Ulysses – “Estou cercado, eu ataco.” Capítulo 15 – “Ruim com Quércia, pior sem ele.” Capítulo 16 – Abandonado pelo PMDB Capítulo 17 – “Severo Gomes não é amigo, é irmão!” Capítulo 18 – Ulysses à PM baiana – “Violência estúpida, inútil e imbecil.” Capítulo 19 – “Gil e Caetano às avessas” Capítulo 20 – Duelo de Titãs por espólio do MDB Capítulo 21 – O desejo por uma grande dama Capítulo 22 – Ulysses e o terno tailandês Capítulo 23 – Das canoas ao iate Miss Bangu Capítulo 24 – Jarbas, o escolhido político de UIysses Capítulo 25 – Os filhos da (rua) Maria Antônia Capítulo 26 – Xingu: Amor e maldição Capítulo 27 – Anticandidatura movida a poesia Capítulo 28 – O fato se impôs, e Collor caiu Capítulo 29 – A rendição do general Capítulo 30 – Tancredo, a viúva e o general Capítulo 31 – “A história é incensurável” Capítulo 32 – Collor com feijão, arroz e macarrão Capítulo 33 – Proposta indecente Capítulo 34 – Por dentro do saco de gatos Capítulo 35 – A volta do filho pródigo Capítulo 36 – Ninguém se elege sem Maluf Capítulo 37 – As jogadas do craque Ulysses Capítulo 38 – A santa ira de Teotônio Vilela Capítulo 39 – Os padrinhos das Diretas Já Capítulo 40 – Em alto e bom som, “não” com gosto de “sim” Capítulo 41 – A providencial “sobrinha” de Tancredo Neves Capítulo 42 – O “malufismo” contaminou a cúpula militar Capítulo 43 – 1988: greves de servidores param o país Capítulo 44 – Novela: Ulysses x Sarney Capítulo 45 – PMDB: um coração partido Capítulo 46 – Sarney, a tatuagem de Ulysses Capítulo 47 – Mistério: destino ou maldição? Capítulo 48 – Ulysses deve morrer Capítulo 49 – Ontem foi um dia histórico Capítulo 50 – Argonauta caçado por tempestade Créditos O Autor PREFÁCIO É com grande prazer que escrevo esse pequeno texto antecipatório de um conjunto fascinante de passagens da história recente do Brasil, enfaixadas como casos e histórias pelo seu autor como A história de Mora. Com foco nos chamados “fatos que falariam por si mesmos”, o livro agrega uma série de episódios ocorridos em torno de um ator maior do processo de democratização do sistema político e social brasileiro, o deputado e constituinte Ulysses Guimarães. Só que em vez de serem vistos como fatos paradoxais, trágicos ou transformadores, eles são contados por um narrador que vê com os olhos de sua esposa, dona Ida Maiani de Almeida – apelidada de Mora pela avó. Temos, então, nos meandros de uma delicada e terrível luta política, uma visão feminina que enxerga o que ocorre com os amigos do marido, com seus correligionários, seus eventuais aliados e seus inimigos, ocultos ou declarados, com o olhar de uma participante marginal. A vi - são de uma mulher que salienta a dimensão do afeto e do sentimento, por meio de sua relação de aliança (ou elo matrimonial) com o doutor Ulysses, despe os acontecimentos vividos pelo casal e pelo Brasil na sua esfera pública ou exterior de sua carga pernóstica, politiqueira, demagógica e populista, típica do poder quando, no palco ou no púlpito, o sujeito diz: “Eu fiz isso ou aquilo.” Mora, ao contrário, observava tudo tirando dos fatos a sua participação como um ator fora do proscênio e, com isso, filtrava e desvestia os acontecimentos da aura de sacralidade e segredo que tipificam o mundo político, no caso do Brasil, e o mundo em geral. Penso que a ultrapassagem de um machismo subjacente à política com “p” maiúsculo ou minúsculo, ultrapassagem que se faz pelo olhar marginal de uma mulher, traz aos fatos uma nova moldura. Algo como vivenciar um drama de Shakespeare por meio de um contrarregra ou servente. Uma figura cuja participação na peça é humilde, mas crítica. Daí, sem dúvida, o tom desta narrativa na qual Jorge Moreno usa o poder da escrita para enxergar o mundo de outros ângulos, num exercício gratificante e bem-humorado de tornar leve o que foi sem dúvida pesado; de transformar as supostas determinações da história, com sua lógica implacável, num jogo que, antes de mais nada, passa pelo trivial, pelo doméstico e pelo dia a dia que, afinal de contas, engloba todas as vidas. Nesse sentido, A história de Mora religa o grande cenário dos palácios e dos cargos do poder, bem como os grandes duelos e decisões com a vida que levamos e, por meio dos casos contados com o estilo despojado, irônico e atilado do Moreno, humanizam os poderosos e dão poder aos humanos. As pessoas comuns, por meio deste livro, veem como a intimidade dos poderosos é também feita de um festival de lugares- comuns. Eis uma contribuição poderosa para a compreensão de nós mesmos por meio dos olhos lavados de Mora. Essa Mora que mora no Moreno e em todos nós. ROBERTO DAMATTA Jardim Ubá, 11 de março de 2013 NOTA DO AUTOR O DONO DA HISTÓRIA P or que Mora? Os céticos não acreditam, mas é a pura verdade: A história de Mora foi inspirada durante uma viagem com a atriz Mariana Ximenes pela Europa. E “nas viagens é que conhecemos realmente as pessoas”, dizia Ulysses Guimarães, na verdade, o personagem principal deste livro. Logo no primeiro trecho da viagem (Rio – Lisboa), a inquieta atriz nem esperou a decolagem e pediu-me que começasse a lhe descrever tudo o que aprendi de política, durante os quase 40 anos de profissão de repórter. Teríamos tempo para isso, ponderou Mariana, pois na capital portuguesa encontraríamos com parte da sua família e, de lá, seguiríamos todos juntos para outros países. Ao todo, acredito, sem muita certeza, que a minha viagem com Mariana deva ter demorado, por aí, uns 17 dias, 12 horas, 47 minutos e 17 segundos. Não precisei de muito esforço para notar as semelhanças físicas. Principalmente nos gestos, a atriz Mariana Ximenes e a mulher de Ulysses, Mora, eram a mesma pessoa. O engraçado é que ninguém nunca conheceu Mora pelo nome verdadeiro de Ida Maiani de Almeida, mas, simplesmente, por Mora, o apelido que foi dado pela sua avó. Coincidentemente, pelo mesmo período de 17 dias, eu havia feito, como enviado especial do Globo, uma longa viagem com o casal Ulysses Guimarães e uma comitiva de parlamentares pela ásia e pela Europa. A comitiva foi se dissipando ao longo do roteiro e terminamos a viagem praticamente reduzidos a uns três casais. Eu, a essa altura, já cristalizado com o auspicioso apelido de Apalermado, dado por Mariana Brennand Fortes, uma das pessoas mais interessantes do reduzidíssimo círculo de convivência de dona Mora, entre as quais se incluíam ainda Maria da Glória, Maria Rita e Dulce Ângela. À “aluna” Mariana Ximenes contei o que sabia de política, tendo como referência principal a figura de Ulysses Guimarães. E dona Mora entrou nessa

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