ebook img

A Dieta da Mente PDF

333 Pages·2014·2.658 MB·Portuguese
Save to my drive
Quick download
Download
Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.

Preview A Dieta da Mente

Ao meu pai, que aos 96 anos ini​cia cada dia se ar​ru​man​do para exa​mi​nar seus pa​ci​en​tes — ape​sar de ter se apo​sen​ta​do há mais de 25 anos. Seu cé​re​bro: pesa um qui​lo e meio e tem 150 mil qui​lô​me​tros de va​sos san​guí​ne​os; pos​sui mais neu​rô​ni​os do que exis​tem es​tre​las na Via Lác​tea; é o ór​gão mais pe​sa​do do seu cor​po; pode es​tar so​fren​do nes​te exa​to mo​men​to, sem que você faça a me​nor ideia... Sumário In​tro​du​ção: Con​tra os grãos Au​to​a​va​li​a​ção: Quais são os seus fa​to​res de ris​co? PAR​TE I. A VER​DA​DE SO​BRE O GRÃO IN​TE​GRAL 1. A mai​or cau​sa das do​en​ças do cé​re​bro O que você não sabe so​bre as in​fla​ma​ções 2. A pro​te​í​na ade​si​va O pa​pel do glú​ten nos pro​ces​sos in​fla​ma​tó​ri​os ce​re​brais (o pro​ble​ma não é só a sua bar​ri​ga) 3. Cui​da​do, “car​bo​ó​li​cos” e “gor​du​ro​fó​bi​cos” A sur​preen​den​te ver​da​de so​bre os ami​gos e ini​mi​gos do seu cé​re​bro 4. Uma uni​ão in​fru​tí​fe​ra Seu cé​re​bro vi​ci​a​do em açú​car (na​tu​ral ou não) 5. O dom da neu​ro​gê​ne​se ou o con​tro​le dos co​man​dos prin​ci​- pais Como mu​dar seu des​ti​no ge​né​ti​co 6. A fuga do seu cé​re​bro Como o glú​ten aca​ba com a sua paz de es​pí​ri​to, e com a de seus fi​lhos PAR​TE II. COMO CU​RAR SEU CÉ​RE​BRO 7. O re​gi​me ali​men​tar para o cé​re​bro ide​al Bom dia, je​jum, gor​du​ra e su​ple​men​tos es​sen​ci​ais 8. Me​di​ci​na ge​né​ti​ca Exer​ci​te seus ge​nes para con​quis​tar um cé​re​bro me​lhor 9. Boa noi​te, cé​re​bro Ala​van​que sua lep​ti​na para con​tro​lar os hor​mô​ni​os PAR​TE III. DIGA ADEUS AOS GRÃOS 10. Um novo modo de vida O pla​no de ação de qua​tro se​ma​nas 11. O ca​mi​nho para um cé​re​bro sau​dá​vel pela ali​men​ta​ção Pro​gra​mas de re​fei​ções e re​cei​tas Re​cei​tas Epí​lo​go: A es​pan​to​sa ver​da​de Agra​de​ci​men​tos Cré​di​tos das ima​gens No​tas Introdução Con​tra os grãos Man​ter a or​dem, em vez de cor​ri​gir a de​sor​dem, é o prin​cí​pio bá​si​co da sa​be​do​ria. Cu​rar a do​en​ça de​pois que ela apa​re​ce é como ca​var um poço quan​do se tem sede, ou for​jar ar​mas com a guer​ra ini​ci​a​da. Nei Jing, sé​cu​lo II a.C. Se você per​gun​tas​se a seus avós ou bi​sa​vós do que as pes​so​as mor​ri​am quan​do eles eram cri​an​ças, pro​va​vel​men​te ou​vi​ria a pa​la​vra “ve​lhi​ce”. Ou fi​ca​ria sa​ben​do da his​tó​ria de al​guém que pe​gou um ger​me in​si​di​o​so e fa​le​ceu pre​co​ce​men​te, de tu​ber​cu​- lo​se, có​le​ra ou di​sen​te​ria. Não ou​vi​ria fa​lar de coi​sas como di​a​- be​tes, cân​cer, do​en​ças car​dí​a​cas e de​mên​cia. Na ver​da​de, a úl​ti​- ma vez que se usou “ve​lhi​ce” numa cer​ti​dão de óbi​to foi em 1951; des​de en​tão, pas​sou-se a atri​buir a cau​sa di​re​ta da mor​te a uma do​en​ça de​ter​mi​na​da. Hoje, es​sas do​en​ças ten​dem a ser do tipo que pro​gri​de de for​ma crô​ni​ca, de​ge​ne​ra​ti​va, en​vol​ven​do com​pli​ca​ções múl​ti​plas e sin​to​mas que se acu​mu​lam ao lon​go do tem​po. É por isso que oc​to​ge​ná​ri​os e no​na​ge​ná​ri​os não cos​- tu​mam mor​rer de um mal es​pe​cí​fi​co. Como numa casa an​ti​ga que de​cai, os ma​te​ri​ais en​ve​lhe​cem e en​fer​ru​jam, o en​ca​na​men​- to e a fi​a​ção dão de​fei​to, e as pa​re​des co​me​çam a so​frer mi​n​ús​- cu​las e im​per​cep​tí​veis fis​su​ras. Ao lon​go do de​clí​nio na​tu​ral de uma casa, você re​a​li​za a ma​nu​ten​ção sem​pre que se faz ne​ces​sá​- rio. Mas ela nun​ca mais será como nova, a me​nos que se po​nha abai​xo toda a es​tru​tu​ra e se co​me​ce do zero. Toda ten​ta​ti​va de emen​dar e con​ser​tar faz com que você ga​nhe tem​po, mas, no fim, há por toda par​te pon​tos que ne​ces​si​tam de uma re​mo​de​la​- ção to​tal ou uma subs​ti​tui​ção com​ple​ta. E, como tudo na vida, o cor​po hu​ma​no sim​ples​men​te se es​go​ta. Uma do​en​ça de​ge​ne​ra​ti​- va se ins​ta​la e avan​ça len​ta​men​te, num rit​mo ex​cru​ci​an​te, até que o cor​po se en​tre​ga. Isso é par​ti​cu​lar​men​te ver​da​dei​ro quan​do se tra​ta das de​sor​- dens ce​re​brais, in​clu​si​ve a mais te​mi​da de to​das: o mal de Alz​- hei​mer, um bi​cho-pa​pão mo​der​no da me​di​ci​na, que está sem​pre nas man​che​tes. Se exis​te um te​mor em re​la​ção à saú​de que pa​- re​ce ofus​car to​dos os ou​tros na ve​lhi​ce, é o de ser ví​ti​ma do Alz​- hei​mer ou de al​gu​ma ou​tra for​ma de de​mên​cia que o dei​xe in​- ca​paz de pen​sar, ra​ci​o​ci​nar ou lem​brar-se do pas​sa​do. Es​tu​dos con​fir​mam o quão for​te essa an​gús​tia é. Em 2011, uma pes​qui​sa re​a​li​za​da pelo ins​ti​tu​to Har​ris In​te​rac​ti​ve para a Fun​da​ção Me​- tLi​fe mos​trou que 31% dos ame​ri​ca​nos te​mi​am a de​mên​cia mais que o cân​cer ou a mor​te.1 E é um medo que não afe​ta ape​nas os mais ve​lhos. Exis​tem vá​ri​os mi​tos du​ra​dou​ros em re​la​ção ao le​que de do​- en​ças de​ge​ne​ra​ti​vas do cé​re​bro (in​clu​in​do o Alz​hei​mer): é ge​né​ti​- co, é ine​vi​tá​vel com a ida​de e é qua​se cer​to se você che​gar ou pas​sar dos oi​ten​ta. Cal​ma lá. Es​tou aqui para lhe di​zer que o des​ti​no de seu cé​re​bro não está nos seus ge​nes. Não é algo ine​vi​tá​vel. E se você so​fre de al​- gum ou​tro tipo de de​sor​dem ce​re​bral, como ce​fa​leia crô​ni​ca, de​- pres​são, epi​lep​sia ou va​ri​a​ções ex​tre​mas de hu​mor, a cul​pa pode não es​tar no có​di​go do seu DNA. Está na​qui​lo que você come. Sim, é isso mes​mo: as dis​fun​ções ce​re​brais têm iní​cio no seu pão co​ti​di​a​no — e eu pos​so lhe pro​var. Vou re​pe​tir, por​que sei que pa​re​ce ab​sur​do: os grãos mo​der​nos es​tão des​tru​in​do, si​len​- ci​o​sa​men​te, o seu cé​re​bro. Quan​do es​cre​vo “mo​der​nos” não me re​fi​ro ape​nas às fa​ri​nhas, mas​sas e ar​ro​zes re​fi​na​dos que já fo​- ram de​mo​ni​za​dos pela tur​ma an​ti​o​be​si​da​de; es​tou me re​fe​rin​do a to​dos os grãos que tan​tos de nós ado​ta​ram como sau​dá​veis, como o tri​go in​te​gral, os grãos in​te​grais, os mul​ti​grãos etc. Ba​si​- ca​men​te, es​tou di​zen​do que aqui​lo que é, pro​va​vel​men​te, a mais que​ri​da base de nos​sa di​e​ta não pas​sa de um gru​po ter​ro​ris​ta que ata​ca nos​so ór​gão mais pre​ci​o​so, o cé​re​bro. Irei mos​trar como as fru​tas e ou​tros car​boi​dra​tos po​dem se tor​nar ame​a​ças à saú​de, com con​se​quên​ci​as gra​ves, não ape​nas ata​can​do fi​si​ca​- men​te o seu cé​re​bro, mas ace​le​ran​do de den​tro para fora o pro​- ces​so de en​ve​lhe​ci​men​to do cor​po. Não é fic​ção ci​en​tí​fi​ca; são fa​tos com​pro​va​dos. Meu ob​je​ti​vo, ao es​cre​ver A di​e​ta da men​te, é for​ne​cer in​for​ma​- ções só​li​das e ba​se​a​das em pers​pec​ti​vas ci​en​tí​fi​cas e psi​co​ló​gi​cas mo​der​nas e evo​lu​ci​o​nis​tas. Este li​vro foge das idei​as pre​con​ce​bi​- das — e dos in​te​res​ses cor​po​ra​ti​vos es​cu​sos. Propõe uma for​ma in​tei​ra​men​te nova de com​preen​der a cau​sa por trás das do​en​ças do cé​re​bro e ofe​re​ce uma pro​mis​so​ra men​sa​gem de es​pe​ran​ça: elas po​dem ser, em gran​de par​te, evi​ta​das. Por isso, caso você não te​nha en​ten​di​do até aqui, vou ser ab​so​lu​ta​men​te cla​ro: este não é ape​nas mais um li​vro de di​e​ta ou um ma​nu​al de ins​tru​- ções ge​né​ri​co so​bre pre​ven​ção de do​en​ças. Este é um li​vro trans​for​ma​dor. To​dos os dias fi​ca​mos sa​ben​do de algo novo em nos​sas di​fe​- ren​tes guer​ras con​tra as do​en​ças crô​ni​cas, es​pe​ci​al​men​te no que diz res​pei​to àque​las que, na mai​or par​te, po​dem ser evi​ta​das com a ado​ção de cer​to es​ti​lo de vida. É pre​ci​so vi​ver em Mar​te para não sa​ber que a cada ano nos tor​na​mos mais e mais obe​sos, ape​sar de tudo que nos é dito so​bre como se man​ter ma​gro e em for​ma. Tam​bém é di​fí​cil en​con​trar al​guém que des​co​nhe​ça a ex​- plo​são no nú​me​ro de ca​sos de di​a​be​tes tipo 2. Ou o fato de que os pro​ble​mas car​dí​a​cos são a cau​sa nú​me​ro um de óbi​tos, se​gui​- dos de per​to pelo cân​cer. Coma al​fa​ce. Es​co​ve os den​tes. Ma​lhe de vez em quan​do. Des​- can​se bas​tan​te. Não fume. Seja mais bem-hu​mo​ra​do. Exis​tem al​- gu​mas re​gras de ouro de saú​de que, no ge​ral, fa​zem par​te do sen​so co​mum e que to​dos nós sa​be​mos. Mas, por al​gum mo​ti​vo, quan​do se tra​ta de man​ter a saú​de de nos​so cé​re​bro e de nos​sas fa​cul​da​des men​tais, ten​de​mos a pen​sar que isso não de​pen​de de nós — que, de al​gu​ma for​ma, nos​so des​ti​no é de​sen​vol​ver pro​- ble​mas ce​re​brais no auge da vida e nos tor​nar​mos se​nis na ve​- lhi​ce, ou es​ca​par des​se des​ti​no por ter a sor​te de pos​suir os ge​- nes cer​tos (ou por al​gu​ma des​co​ber​ta da me​di​ci​na). É cla​ro que de​ve​mos nos man​ter men​tal​men​te ati​vos de​pois da apo​sen​ta​do​- ria, preen​chen​do pa​la​vras cru​za​das, len​do, indo a mu​seus. E não se pode di​zer que haja uma cor​re​la​ção cla​ra e di​re​ta en​tre as dis​- fun​ções ce​re​brais e cer​tos há​bi​tos pes​so​ais, da mes​ma for​ma que há en​tre, por exem​plo, fu​mar dois ma​ços de ci​gar​ros por dia e de​sen​vol​ver um cân​cer de pul​mão, ou cha​fur​dar em ba​ta​tas fri​- tas e se tor​nar obe​so. Como dis​se, te​mos o cos​tu​me de se​pa​rar os ma​les do cé​re​bro dos de​mais, que atri​bu​í​mos a há​bi​tos ina​de​- qua​dos. Pre​ten​do trans​for​mar esse ra​ci​o​cí​nio en​ga​no​so, mos​- tran​do a você a re​la​ção en​tre seu es​ti​lo de vida e o ris​co de de​- sen​vol​ver uma sé​rie de pro​ble​mas re​la​ci​o​na​dos ao cé​re​bro, al​- guns dos quais po​dem atin​gi-lo ain​da no ber​ço e ou​tros que po​- dem ser di​ag​nos​ti​ca​dos no fi​nal de sua exis​tên​cia. Acre​di​to que a mu​dan​ça em nos​sa di​e​ta ocor​ri​da nos úl​ti​mos cem anos — de uma di​e​ta rica em gor​du​ra e po​bre em car​boi​dra​tos para a atu​al, po​bre em gor​du​ra e rica em car​boi​dra​tos, ba​si​ca​men​te cons​ti​tu​í​- da por grãos e ou​tros car​boi​dra​tos da​no​sos — é a ori​gem de boa par​te das pra​gas mo​der​nas que as​so​lam o cé​re​bro, en​tre elas do​- res de ca​be​ça crô​ni​cas, in​sô​nia, an​si​e​da​de, de​pres​são, epi​lep​sia, trans​tor​nos mo​to​res, es​qui​zo​fre​nia, trans​tor​no de dé​fi​cit de aten​ção e hi​pe​ra​ti​vi​da​de (TDAH) e tan​tos ou​tros epi​só​di​os mai​o​- res que cos​tu​mam ser o pre​n​ún​cio de um sé​rio de​clí​nio cog​ni​ti​- vo e de ma​les ce​re​brais im​por​tan​tes, ir​re​ver​sí​veis, in​tra​tá​veis e in​cu​rá​veis. Re​ve​la​rei a você o pa​pel di​re​to e pro​fun​do que os grãos po​dem es​tar exer​cen​do em seu cé​re​bro nes​te exa​to mo​men​to, sem que você se​quer per​ce​ba. O fato de que nos​so cé​re​bro é sen​sí​vel àqui​lo que co​me​mos vem cir​cu​lan​do si​len​ci​o​sa​men​te em nos​sa li​te​ra​tu​ra mé​di​ca de mais pres​tí​gio. É uma in​for​ma​ção que pre​ci​sa che​gar ao co​nhe​- ci​men​to do pú​bli​co, cada vez mais en​ga​na​do por uma in​dús​tria que ven​de ali​men​tos con​si​de​ra​dos “nu​tri​ti​vos”. Isso tam​bém le​- vou mé​di​cos e ci​en​tis​tas a ques​ti​o​nar aqui​lo que acre​di​ta​mos ser “sau​dá​vel”. Se​ri​am os car​boi​dra​tos e os óle​os ve​ge​tais poli- in​sa​tu​ra​dos pro​ces​sa​dos — como os de al​go​dão, amen​doim, ca​-

See more

The list of books you might like

Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.