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A Bahia no século XVIII PDF

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B A H I A N O I C U L·,JO X V I I Luis ·DOS SANTOS VliHENA 1 EDITORA ITAPuA • COLEÇ'AO BAIANA Volumes publicados: Rollie E. Poppino, FEIRA DE SANTANA Waldeloir Rego, CAPOEIRA ANGOLA (Ensaio sócio-etnográfico) PRÊMIO JOSÉ VERÍSSIMO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS Kátia Queirós Mattoso PRESENÇA FRANCESA NO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BAIANO Próximo Lançamento: Thales de Azevedo POVOAMENTO DA CIDADE DO SALVADOR IMPRESSO NA CIA. CRÁFICA LUX A BAHIA DE VILHENA Adonias Filho A BAHIA NO SÉCULO XVIII As Cartas de Vílhena, que narram e descrevem episódios e paisagens da VOL. I Bahia no século XVIII, têm agora nova edição. O livro velho, cujo MS perrna- nece na Biblioteca Nacional, e sôbre o qual se estabelece a fidelidade da edí- ção agora apresentada por Edíson Car- neiro, retorna para demonstrar quanto vale e pode a percepção de um extraor- dinário cronista. Perdendo os títulos antigos ..- Recopileçõo de Notícias So- tetopolitenes e Bcesiiices e Cartas de Vilhena ..- êste A Behie no Século XVIII justifica a fama e a glória de Luís dos Santos Vilhena. Lendo-o, pá- gina a página, e através das vinte car- tas, verífícar-se-á um passado que é mais vida que história. E, naturalmente, para esclarecer certos detalhes, as notas e comentários de Bcaz do Amaral, Está claro que, na livraria sõbre a Bahia, em tantos autores e títulos, da crônica da Colônia aos ensaístas de hoje, o livro de Vílhena tem o seu lugar certo. Um lugar excepcional, tenho que acrescentar. E isso porque, ainda pro~ fessor de grego em 1799, em Salvador residindo, servindo ao Rei "nas armas mo nas letras", Vílhena dispôs de co- nhecímentos e olhos como poucos. Cap- tnva os coisas em tôrno ..- registrando, comentando, discutindo ..- com tama- nhu fórça de observação que se tornou Incvll(,vcl o revestimento crítico. Inímí- qo do rclntórto, em conseqüência, foi LUÍS DOS SANTOS VILHENA A Bahia XVIII no Século Notas e comentários de BRAZ DO AMARAL Apresentação de EOISON CARNEIRO VOLUME I (LIVRO I) Editôra Itapuã BARrA Capa de Emanoel Araújo com fotografia de Femando Goldegaber o Obra publicada com a colaboração da Secretaria de Educação TÍTULO da edição original dêste livro, devida aos esforços e Cultura do Govêmo do Estado da Bahia de Braz do Amaral, era, de acôrdo com o MS da Biblioteca Secretário de Educação: Luís Navarro de Brito Nacional, RECOPILAÇÃO DE NOTíCIAS SOTEROPOLITANAS E BRASíLICAS contidas em XX Cartas, que da Cidade do Salvador, Bahia de Todos os Santos, escreve um a outro amigo em Lisboa, de- 1969 baixo de nomes alusivos, notificando-o do estado daquela Cidade, sua Capitania, e algumas outras do Brasil; feita e ordenada para servir, na parte Direitos para esta edição reservados à que convier, de elementos para a história brasílica; EDITORA ITAPUA ornada de plantas geográficas e estampas; Rua Padre Vieira, 9, Salvador DIVIDIDA EM TRÊS TOMOS que ao Soberano e Augustíssímo Príncipe Regente Nosso Senhor Impresso no Brasil o muito Alto e muito Poderoso Senhor Publicadas há pouco menos de 50 anos, as Cartas de Vilhena Dom João constituem, hoje, uma raridade bibliográfica. Temos a certeza de dedica e oferece prestar um serviço à Bahia e aos estudiosos do Brasil ao lhes en- o mais humilde dos seus vassalos tregar novamente êste portentoso retrato do nosso país em fins Luís dos Santos Vilhena do século XVIII. Professor Régio de Língua Grega na Cidade da Bahia EDITÔRA ITAPUÃ Ano de 1802 Para os poucos que o conheciam quando ainda em manus- crito, o título foi simplificado para Cartas de Vilhena - designa- ção que, na edição comemorativa da Independência, mandada pu- blicar pelo governador J. J. Seabra (Imprensa Oficial, Bahia, 1922), precede, na capa, o título dado pelo próprio Vilhena. Esta edição, de que se incumbiu o escritor Edison Carneiro, apresenta, em relação à de 1922, pequenas alterações, tendentes a tornar mais acessível ao leitor o assunto das Cartas: - um título nôvo; - disposição da matéria em três volumes, em vez de dois; - inclusão, no terceiro volume, Livro IV, da Carta XXI, referente a São Paulo, que, por ter sido encontrada muito mais tarde, foi publicada em folheto independente treze anos depois (Recopilação de Notícias da Capitania de S. Paulo, Imprensa Ofi- cial, Bahia, 1935) por Braz do Amaral; - novos títulos para as Cartas, que no original trazem ape- nas a indicação de primeira, segunda, etc.; - divisão de cada Carta por meio de subtítulos, precedidos de asterisco para distingui-los dos ocasionalmente constantes do texto de Vilhena; - ortografia oficial, em vez da grafia muito pessoal do autor; - utilização do grifo, ou itálico, quando justificada; - eliminação das maiúsculas desnecessárias, medida útil em especial para evitar confusões entre baía (o gôlfo ou enseada de Todos os Santos) e Bahia (a cidade ou Capitania), entre outras. Da colação do texto impresso com o original encarregaram- se as Sras. Nellie Figueira e Cydnéa Bouyer, funcionárias da Bi- blioteca Nacional. Índice Volume I Apresentação - Edison Carneiro XVII Prefácio - Braz do Amaral 1 CARTAS DE VILHENA * Dedicatória 17 Catálogo 21 LIVRO I 1. A CIDADE DO SALVADOR (A) (CARTA I) 33 * Antecedentes históricos 36 * Topografia da baía 40 * A cidade da Bahia 44 * Paróquias 46 * A Capitania da Bahia 51 * População 51 * Senhoras 54 * Comerciantes 56 * Importação e exportação 57 * Edificações no cimo da colina 62 * Batuques de negros 134 Se troassem os canhões... 65 Prejudicial o tráfico de escravos 135 >I< >I< * Edifícios nobres 67 >I< Os brancos pobres 137 * O Senado da Câmara 69 * Empregos dos brancos 138 * Os currais do Conselho 69 * Inação e preguiça 139 * O Celeiro Público 70 >I< Como tratar com os índios 140 * Rendas do Senado da Câmara 71 * Mulheres públicas 142 * Despesas do Senado da Câmara 74 >I< Alta dos preços 142 * Desorganização administrativa 78 Notas e comentários de Braz do Amaral 145 Notas e comentários de Braz do Amara! 81 2. A CIDADE DO SALVADOR (n) (CARTA lI) 89 4. SAÚDE (CARTA IV) 151 * Varandas e rótulas 91 >I< Bexigas 154 * Quitandas 93 * Cemitérios 154 * Comunicações entre os dois andares da cidade 93 * Tumbeiros 155 * Palácio dos Governadores 95 >I< Farinha-de-pau 156 * Alfândega 96 >I< Boiadas 160 * Misericórdia 97 * Corrupção dos mantimentos 161 * Baixa dos Sapateiros 98 >I< Remédios estragados 162 * Pilar e Santo Antônio 99 >I< Rio das Tripas 162 * Garnboa e Unhão 101 >I< Sensualidade 163 * Fontes públicas 102 * Edifícios públicos 104 Notas e comentários de Braz do Amara! 167 * Praça de Palácio e Terreiro 105 * O sítio da cidade 107 5. AGRICULTURA (CARTA V) 171 * Aquartelamento dos oficiais 107 * Desordens nas fontes 108 * Engenhos 173 Massapê 175 >I< Notas e comentários de Braz do Amara! 111 Qualidade das terras 175 >I< 3. VICISSITUDES URBANAS (CARTA Hl) 121 * Plantação da cana 176 Corte das canas 178 >I< * Celeiro Público 124 * Moagem 179 * Santa Casa 125 * Lavradores 180 * Pescado 126 Cavalos e bois 182 >I< * Carne 127 * Escravos 183 * Especialidades baianas 130 * Em benefício dos escravos 186 * Impôsto de Consumo 131 Mestres-de-açúcar 189 >I< Sal e azeite 132 Purgadeiras 189 >I< >I< Mendigos 133 Experimentos de Vilhena 190 >I< >I< * Fornalhas 193 7. GUARNIÇÃOMILITAR(CARTAVII) 239 * Moenda 194 * Invento de Vilhena 195 * Regimentos 242 * Tabaco 197 * Morro de S. Paulo 243 * Mandioca 200 * Tropas urbanas 244 * Anil 202 * Recrutamento 247 * Viva-quem-vence 248 * Itaparica e vilas do Recôncavo 253 Notas e comentários de Braz do Amaral 207 * Sergipe e Espírito Santo 256 * Tropa morta 256 6. DEFESA(CARTAVI) 209 * Efetivos reduzidos 257 * Indisciplina e prepotência 258 * Terreno indefensáve1 211 * Hospital 260 * Rio Vermelho 212 * Milícias 260 * Santo Antônio 213 Notas e comentários de Braz do Amaral 263 * Santa Maria e São Diogo 214 * Vizinhanças de Santo Antônio 215 * Gamboa 216 8. EDUCAÇÃO(CARTAVIII) 271 * Bateria da Ribeira 218 * Fortins 218 * Jesuítas 273 * Ensino público 275 * Forte do Mar 219 * Recrutamento de estudantes 278 * Monserrate 221 * Importância das Aulas 280 * Itapagipe 221 * Professôres e Mestres 281 * São Bartolomeu da Passagem 222 * Estudantes 282 * Limpeza do pôrto 223 * Cadeiras e Escolas 283 * Trincheira holandesa 224 * O Subsídio Literário 286 * Dique 224 * Estradas 226 Notas e comentários de Braz do Amaral 289 * Forte de São Pedro 227 * Santo Antônio além do Carmo 227 * Barbalho 228 * Itaparica 229 * Santa Cruz 231 * Iguape 231 * Morro de São Paulo 232 * Artilharia 233 * Para enfrentar os espanhóis 236 * Efetivos 237 Apresentação EDISON CARNEIRO o ARRANJO do texto, nesta nova edição das Cartas de Vi- lhena, se fêz visando tanto ao leitor comum como ao erudito. Os muitos senões da edição de 1922 estão corrigidos nesta, que repro- duz fielmente o original manuscrito da Biblioteca Nacional, com todos os erros de sintaxe e tôda a pontuação (e, às vêzes, falta de pontuação) que contém. Os subtítulos ajudam a encontrar nas Cartas a matéria tratada, enquanto as notas de rodapé restabelecem, quan- do necessário, a grafia original, esclarecem um ou outro ponto mais particular ou indicam as poucas alterações por acaso introduzidas. Observador bem informado, Vilhena dispôs-se a escrever por "desafeição ao ócio" e em atenção ao conselho do seu protetor, o Conde de Linhares. Ensinara grego na Bahia entre 1787 e 1799, quando o govêrno colonial, julgando dispensável a cátedra ("são poucos os que se querem aplicar àquela língua"), o jubilou, com a metade dos seus vencimentos. Como se vê do mapa de despesa do Subsídio Literário que Braz do Amaral divulga nos seus co- mentários à Carta VIII, Vilhena percebia, como professor, 440$ por ano, pagos irregularmente, pois em 1797 a Fazenda Real lhe O segundo documento refere-se à morte, em 1817, de Maria Antônia, então com 45 anos ("de hidropisia no peito", fIs. 69v devia não menos de seis meses. Tentara fazer fortuna, por meio de idéias e inventos tendentes a aumentar a produtividade dos en- e 70), e à disposição dos bens do casal, entre os quais "o orde- nado da Fazenda Real que estiver vencido". genhos de açúcar do Recôncavo (Carta V) e de experiências feli- zes com fôrmas declivadas de madeira; tinha bons argumentos para melhorar o rendimento das fornalhas; e, sobretudo, obteve privilégio, em que gastou inutilmente bom dinheiro, para uma moenda de sua invenção. As primeiras vinte Cartas foram redi- gidas na Bahia, em 1798 e 1799; as que compõem o Livro IV, As fontes de Vilhena são, em geral, obscuras. preparou-as o cronista com o que pôde salvar da tormenta que A omissão mais notável é a referente à obra que lhe serviu se abateu sôbre o navio em que viajara - e êsses salvados do mar de modêlo, se não também de inspiração - a Notícia geral de são a parte menos substanciosa das suas notícias do Brasil. Vi- tôda esta Capitania da Bahia desde o seu descobrimento até o pre- lhena não se julgava daqueles que escrevem "só o que agrada, sente ano de 1759, de José Antônio Caldas, finalmente publicada, deixando em silêncio a maior parte do que convém" (embora seja sem as plantas e desenhos do autor, no n.? 57 da Revista do Ins- fácil constatar que por cautela não dava nome aos bois) e reivin- tituto Geográfico e Histórico da Bahia (1931) e, posteriormente, dicava para si um lugar especial entre os seus contemporâneos: em edição facsimilar, pela Prefeitura da Cidade do Salvador (1951) . "faço, se bem que com imperfeição, o que poucos têm feito, super- abundando-Ihes razões para o fazerem". Encerrando as vinte Cartas iniciais, Vilhena comunica a Pa- trífilo que "à exímia curiosidade" do Sargento-Mo r Engenheiro e Pouco mais se sabia de Vilhena, além da sua alegação de ex-Iente da Aula de Artilharia José Antônio Caldas se devem o haver servido ao Soberano 35 anos, "tanto nas armas, como nas prospecto da cidade da Bahia, as plantas do Morro de São Paulo, letras, assim neste Reino, como no Brasil", dez anos na praça de Santa Cruz (no Paraguaçu) e de cinco outras fortalezas no de Setúbal inclusive, mas, há 25 anos (como o noticiou O Estado Espírito Santo, mas nem aí reconhece a sua dívida. Os assuntos da Bahia de 28 de dezembro de 1944), a educadora Anfrísia tratados são os mesmos, quase sempre na mesma ordem, e idên- Santiago apresentou, em reunião do Centro de Estudos Baianos, tico é, não só o tipo de informação, mas também a sua sustenta- dois documentos de interêsse quanto à identidade do cronista, ção documental. Basta comparar as tediosas relações de juízes e ambos colhidos no Livro de Óbitos da freguesia da Vitória cor- desembargadores, de governadores, de bispos e arcebispos, as des- respondente aos anos 1810-1845. crições de fortalezas, os mapas de despesas civis, eclesiásticas e militares. .. Caldas limitou as suas buscas à Capitania da Bahia, O primeiro dêsses documentos revela idade e naturalida- Vilhena tentou estendê-Ias (mal) a tôda a colônia, com propó- de de Vilhena e desfaz a dúvida de Braz do Amaral quanto ao sitos diferentes da simples exposição de Caldas. local do seu falecimento (fls, 37): Talvez seja a Notícia geral, porém, o "manuscrito de crédito" em que Vilhena eventualmente se apóia. Em vinte e nove de junho dêste ano [1814] faleceu da vida presente com todos os sacramentos Luís dos Santos Vilhena, de idade de setenta anos, natural de vila de S. Tiago de Cassino, casado com D. Maria Antônia, foi sepultado no convento de Santa Teresa no Hábito do Carmo, com seu testamento solene em que deixa por herdeira sua mulher, deixa dez missas de corpo A crônica de Vilhena muito deve a Braz do Amaral (1861- presente e mais outras, de que fiz êste assento, que assinei. 1949), que por ela se interessou ao manuseá-Ia na Biblioteca Na- O vigário Marcos Antônio de Souza.

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