1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ JULIANA KLOSTERMANN ZIEMMER ANATOMIA DO CAULE DE MERIANTHERA BURLEMARXII WURDACK (MELASTOMATACEAE) CURITIBA 2016 2 JULIANA KLOSTERMANN ZIEMMER ANATOMIA DO CAULE DE MERIANTHERA BURLEMARXII WURDACK (MELASTOMATACEAE) Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Botânica, no Curso de Pós-Graduação em Botânica, Setor de Ciências Biológicas, da Universidade Federal do Paraná. Orientadora: Profª. Dra. Erika Amano Co-orientador: Prof. Dr. Renato Goldenberg CURITIBA 2016 Universidade Federal do Paraná Sistema de Bibliotecas Ziemmer, Juliana Klostermann Anatomia do caule de Merianthera burlemarxii Wurdack (Melastomataceae). / Juliana Klostermann Ziemmer. – Curitiba, 2016. 46, 14 f.: il. ; 30cm. Orientadora: Profa. Dra. Erica Amano Co-orientador: Prof. Dr. Renato Goldenberg Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação Botânica. 1. Melastomataceae. 2. Arbustos . 3. Troncos (Botânica). 4. Plantas - Anatomia. I. Título. II. Amano, Erika. III. Goldenberg, Renato. IV. Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Botânica. CDD (22. ed.) 582.17 Ao meu marido Jefferson, por todo amor e carinho... AGRADECIMENTOS À Deus, que se fez presente em mais uma etapa de minha vida, me protegendo e me dando forças nos momentos difíceis. Ao meu marido Jefferson por sempre me confortar com palavras de carinho e motivação, por seu amor e sua compreensão. À minha família, em especial meu pai Julio e minha mãe Elizete pelas orações e por todo amor a mim dedicado. À minha orientadora Dra. Érika Amano pela confiança, paciência, dedicação, amizade e por todo conhecimento a mim transmitido. Ao meu co-orientador Dr. Renato Gondenberg por sugerir o tema desse trabalho em que tive o privilégio de estudar. Obrigada pela ajuda nas traduções e por suas sugestões no trabalho. Ao Prof. Mário Fritsch, da Universidade do Contestado, que sempre me incentivou no estudo da Botânica, por seus ensinamentos e conselhos que levarei para toda vida. Ao Dr. Fabián Michelangeli pelas valiosas sugestões no presente trabalho. Ao Nilson Belém Filho, do Laboratório de Botânica Estrutural, pela pronta disposição em ajudar. Às minhas queridas Luci e Andressa pela hospitalidade e simpatia. À todos os colegas de mestrado com quem tive a oportunidade de conviver e aprender muito: Audia, Kayan, Alexandre, Carlos, Eduardo, Jaque, Fran, Luciana, Lucas. Obrigada pela amizade, companheirismo e auxílio nas mais diversas tarefas. Aos professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em especial à Dra. Cleusa, pelo conhecimento transmitido. Ao Laboratório de Botânica Estrutural do Departamento de Botânica da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e ao Centro de Microscopia Eletrônica (CME) da UFPR, pela infraestrutura cedida. À CAPES pela concessão da bolsa de estudos. À Universidade do Contestado por permitir a realização desse mestrado. À todos que, de alguma forma contribuíram na realização deste trabalho, meu reconhecimento e gratidão. “Talvez não tenha conseguido fazer o melhor, mas lutei para que o melhor fosse feito. Não sou o que deveria ser, mas Graças a Deus, não sou o que era antes”. Marthin Luther King RESUMO Merianthera burlemarxii Wurdack (Melastomataceae) é um arbusto endêmico de afloramentos rochosos no leste do Brasil, e sujeita a temperaturas extremas e déficit hídrico. As plantas apresentam caules fistulosos que são finos na base e espessos no ápice. O caule de fistuloso foi mencionado como uma adaptação (domácia caulinar) relacionada à associação mutualística com formigas (mirmecofitismo). A fim de elucidar os aspectos adaptativos na história de vida de M. burlemarxii, ou seja, se estas adaptações estão relacionadas com a sobrevivência sob condições adversas ou à associação com formigas, descrevemos sua anatomia caulinar, com foco no desenvolvimento do caule e na morfogênese das fístulas. Secções seriadas foram feitas a partir do ápice até a base; também foram realizados testes histoquímicos, maceração, microscopia de fluorescência e microscopia eletrônica de varredura. Não encontramos características anatômicas que normalmente estão relacionadas ao mirmecofismo, tais como prostomas, tecidos de cicatrização, medula heterogênea e recompensas alimentares. Por outro lado, existem várias características que sugerem estratégias adaptativas relacionadas a ambientes secos, que podem incluir a formação de fístulas. A medula ocupa cerca de ¾ do volume do caule, com vasta reserva de água e amido, e também compostos fenólicos; feixes vasculares ocorrem nas regiões nodais da medula. Antes do desenvolvimento da primeira fístula, há uma diminuição no volume das células da medula, e suas paredes tornaram-se onduladas, aumentando o tamanho dos espaços intercelulares. As fístulas começam a aparecer no 9º entrenó, onde algumas células se separam e dão origem a pequenas fendas. As células que circundam as fístulas estão vivas, (isto é, com núcleo), apesar do volume reduzido. Parece que as reservas armazenadas na medula podem ser usadas durante períodos secos, resultando em uma diminuição no volume das células e consequentemente originando as fístulas. Os feixes vasculares medulares permitem que a planta utilize efetivamente os recursos armazenados na medula. As células da periferia das fístulas estão vivas, apesar da redução de volume, o que indica que estas células podem armazenar água novamente. Este é o primeiro registro de uma espécie xerófita de Melastomataceae com tais características anatômicas no caule. Palavras-chave: Mirmecófitas. Estresse hídrico. Inselbergues. Feixes medulares. Pontoações guarnecidas.
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