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XIILOTECAS BRASILEIRAS: PANORAMA ATUAL E PERSPECTIVAS FUTURAS PDF

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Claudia Franca Barros; Vera Teresinha Rauber Coradin XILOTECAS BRASILEIRAS: PANORAMA ATUAL E PERSPECTIVAS FUTURAS Claudia Franca Barros1 e Vera Teresinha Rauber Coradin2 1. Laboratório de Botânica Estrutural, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro; [email protected] 2. Laboratório de Produtos Florestais - LPF, Serviço Florestal Brasileiro, Brasília; [email protected] Resumo: Coleções de madeiras identificadas e com dados de coleta disponíveis são de grande importância para o estudo da diversidade vegetal além de servirem como material de referencia para identificação de madeiras. Neste trabalho é apresentado um panorama sobre as xilotecas brasileiras em cerca de 50 anos após as primeiras ações para a organização, padronização e regulamentação das xilotecas do mundo. Foram levantados dados e realizada uma análise comparativa entre as informações das coleções brasileiras e das principais coleções do mundo. Em 50 anos o Brasil passou de quatro coleções para 37. Comparando o número de amostras das coleções brasileiras com as grandes coleções do mundo, podemos concluir que apesar do aumento do número de amostras nas coleções nacionais, muito ainda precisa ser feito para manter e aumentar a representatividade da diversidade botânica brasileira nas xilotecas. Abstract: Wood collections that have well-identified specimens and that accurately indicate the sample’s origin are of great importance in studying plant diversity and wood identification. The present work takes a panoramic view of Brazilian wood collections during their first 50 years of organizing, standardizing, and regulating wood collections. Information concerning these Brazilian collections was obtained and compared with the principal collections in other countries. During the period under investigation, the number of wood Redes de Herbários e Herbários Virtuais do Brasil – 66º Congresso Nacional de Botânica UNISANTA Bioscience Vol. 4 – nº 7 – Edição Especial (2015) Página 29 Claudia Franca Barros; Vera Teresinha Rauber Coradin collections in Brazil increased from four to 37. In comparing the numbers of specimens deposited in the national wood collections with the largest collections in the world, it became clear that in spite of the increasing efforts in Brazil only a very small part of the country’s botanical diversity is actually being catalogued. Palavras chave: xilotecas, Brasil, anatomia da madeira, política de coleções, diversidade. Introdução Coleções de madeiras botanicamente identificadas e com dados de coleta disponíveis são de grande importância para atender às necessidades de informações de botânicos, tecnologistas e produtores de madeira, instituições de controle e monitoramento da exploração florestal e muitos outros para os quais a madeira é objeto de pesquisa, material para análise e comparação. Atualmente, a procura por madeira para pesquisas botânicas e tecnológicas está aumentando cada vez mais e o número de áreas interessadas em utilizar a madeira em seus estudos está se ampliando. Estudos de anatomia do lenho proporcionam base para o entendimento e a solução de problemas em áreas como taxonomia, arqueologia, antropologia, legislação, controle e fiscalização do comércio madeireiro, tecnologia da madeira e dendrocronologia (WIEDENHOEFT, 2014). O estudo da madeira é de grande interesse para a ciência, por se tratar do único tecido vegetal que pode se preservar inalterado ao longo de toda a vida da planta e nele serem identificados registros de fenômenos ocorridos durante o seu desenvolvimento. Esses registros podem auxiliar no entendimento do crescimento de uma determinada planta, sua integração com o ambiente, mudanças climáticas, recuperação da história da vida de árvores e florestas e registro de acontecimentos de eras passadas, por meio de estudos de madeiras fósseis. Devido à importância econômica da madeira, trabalhos de caracterização tecnológica, que abrangem, em especial, estudos anatômicos, Redes de Herbários e Herbários Virtuais do Brasil – 66º Congresso Nacional de Botânica UNISANTA Bioscience Vol. 4 – nº 7 – Edição Especial (2015) Página 30 Claudia Franca Barros; Vera Teresinha Rauber Coradin propriedades físicas e mecânicas e o comportamento nos processos de secagem, preservação e trabalhabilidade são muito valorizados. Uma das utilizações práticas do material incorporado às xilotecas é a realização de análises anatômicas para estudos taxonômicos, ecológicos e de identificação botânica. A identificação por meio da anatomia do lenho é de extrema importância como a primeira ferramenta de identificação em campo e também como técnica mais refinada de identificação em laboratório, em especial, quando não há disponibilidade de material vegetativo ou reprodutivo, como nos casos de operações de controle e fiscalização executadas pelos órgãos ambientais no comércio madeireiro, do monitoramento de planos de manejo e do controle do desmatamento ilegal. O objetivo desse trabalho é divulgar as xilotecas brasileiras e traçar um panorama sobre essas coleções e o seu papel no conhecimento da biodiversidade brasileira. Xilotecas brasileiras Os dados sobre as coleções foram compilados a partir da literatura disponível (p.ex. BARBOSA e PEIXOTO, 2003; COSTA, 2005; STERN, 1957, 1967, 1978, 1988; SOUZA et al., 2013; MELLO, AMORIM e SILVEIRA 2014; WIEDENHOEFT, 2014), dos sites das xilotecas (Tabela 1) e do speciesLink (splink.cria.org.br) que reúne informações de 21 xilotecas brasileiras e outros apresentados na Tabela 2, além de dados enviados pelos curadores das xilotecas brasileiras através do preenchimento de um formulário inspirado no modelo enviado pelo Dr. Peter Gasson para a construção Index Xylariorum 2010 (www.kew.org/collections/wood-index/Index_Xylariorum4.htm), distribuído em 2012. Redes de Herbários e Herbários Virtuais do Brasil – 66º Congresso Nacional de Botânica UNISANTA Bioscience Vol. 4 – nº 7 – Edição Especial (2015) Página 31 Claudia Franca Barros; Vera Teresinha Rauber Coradin Tabela 1. Páginas consultadas sobre xilotecas no Brasil. Xiloteca Endereços (acessos 21 dezembro 2015) Herbário da Amazônia Meridional http://herbamunemat.blogspot.com.br/ Herbário Dom Bento Pickel http://inct.florabrasil.net/participantes/he rbarios-curadores/spsf-herbario-dom- bento-pickel/ InsideWood; Madison (MADw) http://128.104.77.230/WoodColl/collectio Collection2015 n.html Xiloteca Instituto de Defesa http://www.indea.mt.gov.br/imprime.php Agropecuária do Estado do Mato ?cid=129817&sid=1171 Grosso Xiloteca do Jardim Botânico http://www.plantarum.org.br/pesquisa/xil Plantarum oteca/ Xiloteca do Jardim Botânico do Rio http://aplicacoes.jbrj.gov.br/jabot/v2/con de Janeiro sulta.php As primeiras iniciativas para a construção de um guia institucional sobre as xilotecas do mundo foram implementadas por Stern na década de 1950. Seus esforços e a colaboração de outros pesquisadores culminaram com a publicação do Index Xilariorum (1957), atualmente em sua quarta versão (www.kew.org/collections/wood-index/Index_Xylariorum4.htm). Essa publicação norteou a organização das coleções de madeira em todo o mundo. Stern se inspirou nos herbários e adaptou suas normas para as peculiaridades das xilotecas. Assim, cada coleção de madeiras, à semelhança dos herbários, recebe um acrônimo, que deve ser o mesmo do herbário associado com o acréscimo de w minúsculo (abreviação de wood). Por exemplo, a sigla da Xiloteca do Jardim Botânico do Rio de Janeiro é RBw. Uma vez que muitas Redes de Herbários e Herbários Virtuais do Brasil – 66º Congresso Nacional de Botânica UNISANTA Bioscience Vol. 4 – nº 7 – Edição Especial (2015) Página 32 Claudia Franca Barros; Vera Teresinha Rauber Coradin xilotecas foram criadas em instituições relacionadas à anatomia e tecnologia da madeira, nem sempre as coleções de madeira possuem herbário associado. Nesses casos a coleção pode escolher seu acrônimo, como por exemplo a Xiloteca Dr. Harry van der Slooten do Laboratório de Produtos Florestais, Serviço Florestal (FPBw). A curadoria das xilotecas é semelhante a dos herbários, cada amostra recebe um número de registro que associa os dados sobre a coleta da amostra como família, espécie, local de coleta (preferencialmente georeferenciado), coletor, etc. Entretanto, as xilotecas frequentemente são coleções que associam amostras de madeira e lâminas histológicas, imprescindíveis para a identificação anatômica. Os dois conjuntos de amostras são integrados e permitem consulta, mas exigem procedimentos de manutenção distintos: as amostras de madeira precisam de tratamentos contra patógenos à semelhança dos herbários, enquanto as lâminas permanentes necessitam de um laminário próprio e um laboratório de anatomia para o preparo das lâminas. Os procedimentos de permuta usualmente envolvem o recebimento de amostras de madeira e a devolução à xiloteca doadora de lâminas permanentes das espécies doadas. O Brasil na década de 1950 possuía apenas quatro xilotecas e chega ao século XXI com 37 xilotecas em funcionamento em 14 estados brasileiros (Tabela 2). O número de xilotecas representa 15,6% do número de herbários brasileiros, segundo Gasper & Vieira (2015), que referem 237 herbários no Brasil. As maiores coleções estão concentradas nas regiões Norte e Sudeste, enquanto a região menos representada é a região Nordeste (Tabela 2). Os estados do Acre, Rondônia, Roraima, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul não possuem xilotecas. Existem duas xilotecas que não estão em pleno funcionamento: Xiloteca Sérgio Tavares, UFRPE (HSTw), com importante acervo sobre os biomas do Nordeste, que no momento que estiver disponível será a maior coleção brasileira (Tabela 2) e a Xiloteca da UFPR, Instituto de Floresta, coleção de grande interesse para a tecnologia da madeira. A Xiloteca Dr. Calvino Mainieri, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A. - IPT (BCTw), fundada em 1928 é a maior e mais Redes de Herbários e Herbários Virtuais do Brasil – 66º Congresso Nacional de Botânica UNISANTA Bioscience Vol. 4 – nº 7 – Edição Especial (2015) Página 33 Claudia Franca Barros; Vera Teresinha Rauber Coradin antiga xiloteca em funcionamento do Brasil (Tabela 2). Cerca de 46% das xilotecas nacionais foram fundadas depois da década de 1960 e apenas seis coleções foram fundadas depois do ano 2000. As mais novas são a Xiloteca Profa. Dra. Maria Aparecida Mourão Brasil, da Faculdade de Ciências Agronômicas, Departamento de Recursos Naturais, Universidade do Estado de São Paulo, inaugurada em 24 de maio de 2005, a Xiloteca Joinvillea Universidade da Região de Joinville UNIVILLE, fundada em 2005; a Xiloteca Cecília Gonçalves Costa do Centro de Biociências e Biotecnologia da Universidade Estadual do Norte Fluminense, inaugurada em junho de 2005; a Xiloteca Professor José Pereira de Sousa, Universidade Federal da Bahia, fundada em 2012 e a Xiloteca da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, fundada em 2012, No conjunto, as xilotecas brasileiras possuem um acervo de 184.395 espécimens, número pequeno para um país megadiverso e quando comparado aos números da maior do mundo, Xiloteca do U. S. Forest Products Laboratory (MADw, MAD-SJRw) com cerca de 105.000 amostras de madeira (Madison (MADw - Collection, 2015). A representatividade da maioria das xilotecas brasileiras é predominantemente regional. A Amazônia é a região melhor representada, com coleções relevantes em todas as xilotecas da região Norte e coleções significativas na Xiloteca Dr. Calvino Mainieri, Instituto de Pesquisas Tecnológicas (BCTw) (Figura 1), na Xiloteca do Laboratório de Produtos Florestais, Serviço Florestal (FPBw) (Figura 1) e na Xiloteca do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RBw) (Figuras 1). Redes de Herbários e Herbários Virtuais do Brasil – 66º Congresso Nacional de Botânica UNISANTA Bioscience Vol. 4 – nº 7 – Edição Especial (2015) Página 34 Claudia Franca Barros; Vera Teresinha Rauber Coradin Figuras 1. 1. Xiloteca Dr. Calvino Mainieri, Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A. - IPT (BCTw). 2. Xiloteca do Laboratório de Produtos Florestais, Serviço Florestal (FPBw). 3-5. Xiloteca do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RBw). Existem duas formas de se aferir riqueza em uma coleção. A primeira é o número de espécimens depositados. Nesse parâmetro destacam-se as coleções do Xiloteca Dr. Calvino Mainieri, Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A. - IPT (BCTw) e a Xiloteca do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPAw). A segunda é a diversidade de espécies em que muitas vezes destacam-se as pequenas coleções com representatividade regional como a Xiloteca Profa. Dra. Maria Aparecida Mourao Brasil, Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (UNESP), com amostras de madeira do cerrado ou a Xiloteca Cecília Gonçalves Costa do do Centro de Biociências e Biotecnologia da Universidade Estadual do Norte Fluminense, com amostras de um dos últimos remanescentes de Floresta Estadual Semi-decidual do estado do Rio de Janeiro. Redes de Herbários e Herbários Virtuais do Brasil – 66º Congresso Nacional de Botânica UNISANTA Bioscience Vol. 4 – nº 7 – Edição Especial (2015) Página 35 Claudia Franca Barros; Vera Teresinha Rauber Coradin Tabela 2. Listagem das xilotecas brasileiras. No. de registros Regiões e Estados Brasileiros Número de Xilotecas Região Norte Total 27.766 Número de Xilotecas 5 Amazonas Total 10.478 Xiloteca Instituto Nacional de Pesquisas Da Amazônia 10.478 (INPAw) Pará Total 16.988 Xiloteca da Embrapa Amazônia Oriental (IANw) 7.800 Xiloteca Walter Alberto Egler Museu Paraense Emilio 7.500 Goeldi (MGw) Orsa Florestal S.A (Jariw) 1.422 Xiloteca do Laboratório de Tecnologia da Madeira, 266 Universidade Federal do Oeste do Pará Amapá Total 300 Herbário Amapaense (HAMAP) 300 Região Nordeste Total 91.632 Número de Xilotecas 7 Pernambuco Total 89.899 Xiloteca Sérgio Tavares, UFRPE (HSTw)* 84.600 Centro de Pesquisa Agropecuária Trópico Semiárido 100 /EMBRAPA (HTSAw) Herbário da Universidade Católica de Pernambuco 5.000 (HUCPE) Herbário da Universidade Federal do Vale do São 199 Francisco (HVASFw) Sergipe Total 400 Xiloteca da Universidade Federal de Sergipe (ASEw) 400 Bahia Total 1.333 Xiloteca Centro de Pesquisas do Cacau (CEPEC) 500 Xiloteca Professor José Pereira de Sousa, Universidade 833 Federal da Bahia (PJPSw Região Sudeste Total 55.240 Número de Xilotecas 12 Espírito Santo Total 883 Reserva Florestal da Companhia Vale do Rio Doce 883 (CVRDw) Rio de Janeiro Total 15.472 Redes de Herbários e Herbários Virtuais do Brasil – 66º Congresso Nacional de Botânica UNISANTA Bioscience Vol. 4 – nº 7 – Edição Especial (2015) Página 36 Claudia Franca Barros; Vera Teresinha Rauber Coradin Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB) 10.121 Xiloteca Cecília Gonçalves Costa, Centro de 201 Biociências & Biotecnologia,UENF (UENFw) Xiloteca da Pontificia Universidade Católica-RJ (PUCw) 250 Xiloteca do Departamento de Produtos Florestais 4.900 UFRRJ (FPDw) São Paulo Total 38.885 Xiloteca Profa. Dra. Maria Aparecida Mourao Brasil 2.196 ,Unesp (BOTw) Xiloteca da Escola Superior de Agricultura Luiz de 1.400 Queiroz (ESAw) Xiloteca do Jardim Botânico Plantarum (HPLw) 1.000 Xiloteca do Herbário “Maria Eneida P.K. Fidalgo” do 2.700 Instituto de Botânica de São Paulo (SPw) Xiloteca Nanuza Luiza de Menezes, USP (SPFw) 5.953 Herbário Dom Bento Pickel (SPSF) 7.500 Xiloteca Dr. Calvino Mainieri, Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A. - IPT 18.136 (BCTw) Região Sul Total 2.793 Número de Xilotecas 4 Paraná 600 Embrapa Florestas - Empresa Brasileira de Pesquisa 600 Agropecuária (Embrapa) (CNPFw) Xiloteca da UFPR Instituto de Floresta* ? Santa Catarina Total 2.193 Herbário Dr. Roberto Miguel Klein (FURB) 93 Xiloteca Universidade da Região de Joinville UNIVILLE 2.100 (JOIw) Região Centro-Oeste Total 6.964 Número de Xilotecas 4 Distrito Federal 5.000 Xiloteca Dr. Harry van der Slooten Laboratório de 5.000 Produtos Florestais, Serviço Florestal Brasileiro Goiás Total 400 Herbário da Universidade Federal de Goiás (UFG) 400 Mato Grosso Total 1.564 Herbário da Amazônia Meridional (HERBAM) 64 Redes de Herbários e Herbários Virtuais do Brasil – 66º Congresso Nacional de Botânica UNISANTA Bioscience Vol. 4 – nº 7 – Edição Especial (2015) Página 37 Claudia Franca Barros; Vera Teresinha Rauber Coradin Xiloteca Instituto de Defesa Agropecuária do Estado do 1.500 Mato Grosso (INDEA) Total de espécimens depositados nas Xilotecas 184.395 * A xiloteca não está em funcionamento. Os biomas brasileiros são pouco representados nas coleções de madeiras brasileiras, quando comparadas com os herbários. Esse resultado é reflexo, dentre outros fatores, da carência de especialistas em anatomia da madeira e da ausência de políticas continuadas para a manutenção de xilotecas, que no Brasil, assim como referido por Stern (1973, 1988), depende do esforço individual de pesquisadores e suas equipes. O panorama nacional tende a melhorar, com a implementação de algumas ações, dentre as quais merecem destaque: atividades desenvolvidas pelo Centro de Referência em Informação Ambiental (CRIA) para a divulgação do acervo de diferentes instituições, de forma integrada, a implementação de uma política nacional de coleções biológicas, com os projetos aprovados no Programa REFLORA e o lançamento do Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SBBr). A partir da análise realizada, podemos ainda identificar pontos positivos. Um dos mais importantes refere-se ao grande número de xilotecas em funcionamento no Brasil e a criação de novas coleções. Outro ponto relevante é a representatividade da Amazônia nas coleções nacionais, o que demonstra um grande esforço de coleta das instituições para a formação de um acervo importante para estudos multidisciplinares. As coletas em outros biomas brasileiros, principalmente os “hotspots” como o Cerrado e a Floresta Atlântica, vêm aumentando e devem ser incentivadas. As xilotecas, assim como os herbários brasileiros, ainda são muito instáveis, sofrendo com a extinção e/ou fusão de acervos, aposentadoria de seus curadores (muitas vezes o único funcionário da coleção) e doações sem registros, o que acarreta muitas vezes perda das coleções e suas respectivas informações. A infraestrutura básica também é deficiente em muitas coleções Redes de Herbários e Herbários Virtuais do Brasil – 66º Congresso Nacional de Botânica UNISANTA Bioscience Vol. 4 – nº 7 – Edição Especial (2015) Página 38

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